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Fecho dos mercados: Bolsas europeias ganham terreno e petróleo dispara
As bolsas europeias inverteram a tendência negativa e fecharam a valorizar, medicadas pelas subidas do sector farmacêutico, numa sessão em que o petróleo segue a disparar perto de 5%.
Os mercados em números
PSI-20 caiu 0,53% para 4.848,41 pontos
Stoxx 600 subiu 0,76% para 330,65 pontos
S&P 500 valoriza 0,65% para 2.058,48 pontos
"Yield" a 10 anos de Portugal sobe 3,5 pontos base para 3,184%
Euro avança 0,36% para 1,1425 dólares
Petróleo sobe 4,96% para 37,67 dólares por barril, em Nova Iorque
Farmacêuticas suportam bolsas
As bolsas europeias terminaram a sessão a valorizar, apesar de terem tocado mínimos de seis semanas durante a sessão. O índice europeu Stoxx 600 subiu 0,76%, sustentado pelos ganhos do sector da saúde, depois da Allergan e da Pfizer terem deixar cair o seu acordo de fusão devido a mudanças legislativas nos EUA. Entre os vários índices europeus, o inglês Footsie destacou-se com a subida mais expressiva, ao ganhar mais de 1%. Já as bolsas grega e portuguesa contrariaram a tendência positiva e fecharam o dia no vermelho.
O índice PSI-20 baixou 0,53%, arrastado pelas fortes descidas protagonizadas pelas acções do sector financeiro. O BPI liderou as quedas, ao desvalorizar 5,83% para 1,164 euros, enquanto o BCP perdeu 4,08% para 0,0329 euros, no dia em que Angola – país onde ambos os bancos mantêm actividade – formalizou o seu pedido de ajuda internacional, devido às dificuldades que tem vindo a atravessar. Também a Mota-Engil reagiu negativamente aos mais recentes desenvolvimentos no continente africano. A construtora caiu 2,83% para 1,75 euros.
Juros em máximos de Fevereiro
Os juros portugueses estiveram a negociar em alta pela terceira sessão consecutiva, com a taxa de referência em máximos de Fevereiro. O juro a dez anos subiu 3,5 pontos base para 3,184%, o valor mais elevado desde Fevereiro. As subidas ocorreram no dia em que Portugal avançou com uma emissão de dívida de longo prazo. A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) colocou 1.500 milhões de euros esta quarta-feira, 6 de Abril, pagando taxas acima das operações anteriores. Com esta subida, a "yield" portuguesa aumentou o "spread" face à dívida da Alemanha a dez anos para 306,54 pontos.
Euribor mantém-se em mínimos
As taxas Euribor mantiveram-se inalteradas na maioria dos prazos. A taxa a três meses permaneceu estabilizada em mínimos históricos, em -0,248%. Já o indexante a seis meses, o mais utilizado pelos portugueses nos seus créditos à habitação, permaneceu inalterado pela terceira sessão, em -0,141%. Por outro lado, a Euribor a 12 meses, a última a entrar em território negativo, caiu para -0,005%.
Dólar cai para mínimos de 2014 face ao iene
A moeda norte-americana segue a desvalorizar face ao iene, com o dólar a negociar no valor mais baixo desde Outubro de 2014 face à moeda nipónica, num momento em que se aguarda a divulgação das minutas relativas à última reunião da Reserva Federal dos EUA. O dólar desce 0,2% para 110,14 ienes, depois de ter tocado em 109,83 dólares. As minutas deverão dar novas indicações sobre a política monetária nos EUA e quando poderá ocorrer uma nova subida de juros no país, depois do banco central norte-americano ter tranquilizado os investidores, garantindo que o ritmo de normalização das taxas será gradual. Face ao euro, o dólar desce 0,36% para 1,1425 dólares.
Petróleo dispara perto de 5%
Os preços do petróleo seguem a acelerar perto de 5% no mercado nova-iorquino. As cotações estão a reagir à quebra das reservas de crude nos EUA e com os investidores na expectativa que os principais produtores de petróleo a nível mundial consigam chegar a um entendimento na reunião deste mês para travar a subida da produção. A matéria-prima dispara 4,96% para 37,67 dólares por barril, em Nova Iorque, depois de terem sido divulgados os números das reservas nos EUA.
Os inventários de crude desceram 4,94 milhões de barris na última semana, com as reservas a recuarem de máximos de mais de oito décadas. A sustentar a negociação está ainda o encontro de produtores do próximo dia 17 de Abril, depois do Kuwait ter adiantado que pode ser alcançado um acordo para congelar a produção sem o acordo do Irão.
Ouro em queda à espera das minutas
O metal precioso segue a deslizar, depois de ter registado a maior subida numa semana na última sessão. O ouro cede 0,5% para 1.225,47 dólares por onça, com o metal a ser pressionado pela expectativa em torno das indicações que poderão ser deixadas pelas minutas da Fed. Uma semana depois da presidente da instituição, Janet Yellen, ter adiantado que era preciso cautela na subida de juros, a directora-geral do FMI, Christine Lagarde, sublinhou os maiores riscos que ameaçam a economia mundial.
Destaques do dia
Angola pede ajuda ao FMI. As autoridades angolanas pediram ao FMI para negociar um programa de assistência económica e financeira. Negociações arrancam na próxima semana. Resgate deverá ter prazo de três anos.
Portugal coloca 1,5 mil milhões a juros mais elevados. O instituto liderado por Cristina Casalinho colocou um baixo montante de dívida. Já as taxas de juro foram mais elevadas do que as registadas nas operações anteriores, mas também do que as praticadas no mercado secundário.
Banco de Portugal dá pontapé de saída para o fim do BES. O regulador português já pediu para que o Banco Central Europeu arranque com o processo de retirada de autorização ao BES "mau", o que obrigará à entrada em liquidação. É no BES "mau" que estão os accionistas e detentores de dívida.
Fundo imobiliário público vai comprar prédios particulares degradados. O objectivo é a reabilitação urbana de edifícios degradados, tanto de entidades públicas, como de privados que não tenham dinheiro para fazer obras. O Fundo avança com a reabilitação, arrenda e garante um retorno financeiro.
Empresas europeias emitem dívida recorde. Mario Draghi anunciou que o BCE iria começar a comprar obrigações de empresas da zona euro, o que alimentou uma corrida às emissões de dívida.
O que vai acontecer amanhã
Relatos do BCE. A instituição liderada por Mario Draghi divulga os relatos da reunião de política monetária realizada a 10 de Março.
Draghi em Portugal. O presidente do BCE vem a Portugal para participal no primeiro Conselho de Estado da Presidência de Marcelo Rebelo de Sousa.
Indicadores económicos nos EUA. São divulgados os novos pedidos de subsídio de desemprego nos EUA na semana terminada a 2 de Abril [anterior: 276 mil ; estimativa: 270 mil].