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Fecho dos mercados: Receios da guerra comercial arrastam juros e banca para mínimos

A especulação sobre o impacto da guerra comercial está a aumentar, com os investidores a recearem uma recessão económica e cortes nas taxas de juro, factores que estão a pressionar o setor financeiro e o dólar. Já as obrigações sobem, com os juros a renovarem mínimos.

Reuters
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Os mercados em números

PSI-20 desceu 1,16% para 4.985,36 pontos

Stoxx 600 subiu 0,39% para 370,49 pontos

S&P 500 valoriza 0,14% para 2.755,81 pontos 

"Yield" a 10 anos de Portugal recua 4,9 pontos base para 0,752%

Euro aprecia 0,31% para 1,1204 dólares

Petróleo recua 0,45% para 61,71 dólares por barril, em Londres

 

Bolsas aliviam das quedas de maio

Maio foi um mês negro para as bolsas mundiais, com quedas pronunciadas. O mês de junho ainda arrancou com pessimismo, mas no final da sessão as bolsas europeias fecharam com subidas, num claro alívio de pressão e a seguir a tendência dos principais índices bolsistas americanos, que também iniciaram o dia com ganhos moderados.

 

A guerra comercial tem sido o principal motivo de desestabilização dos investidores, que receiam um impacto elevado na evolução da economia mundial e nas políticas monetárias. Já há mesmo bancos de investimento a preverem que a Fed reduza mais do que uma vez os juros dos EUA este ano.

Este ambiente chegou a provocar uma queda acentuada do índice Stoxx600 para a banca, que desceu para o valor mais baixo desde 2 de janeiro.


Ainda assim, no fecho, o Stoxx600, índice que agrega as 600 maiores cotadas europeias, fechou a subir 0,39% para 370,49 pontos.

 

A bolsa nacional não conseguiu acompanhar a evolução positiva, terminando o dia com uma queda superior a 1%, numa sessão marcada pela descida acentuada da Mota-Engil, que perdeu mais de 8,5% esta sessão. Segundo os analistas do BPI, no comentário de fecho, a queda é "explicada em parte pelo facto de nas últimas sessões não ter refletido na íntegra a queda do preço do petróleo, bem como pela sua exposição ao mercado mexicano".

 

Investidores refugiam-se nas obrigações e juros atingem novos mínimos

Os receios em torno da guerra comercial e do seu impacto no crescimento económico global têm levado os investidores a fugirem dos ativos de maior risco e a reforçarem a aposta em ativos de refúgio, como o dólar, o ouro e a dívida soberana. Esse movimento tem levado à subida das obrigações e consequente queda dos juros, e levou as yields para novos mínimos históricos na sessão de hoje.

 

Foi o caso da Alemanha, Portugal e Espanha. Em Portugal, os juros a dez anos desceram 4,9 pontos base para 0,752% depois de terem chegado a tocar num novo mínimo de sempre, nos 0,7439%. No caso das bunds alemãs, a yield tocou no mínimo de -0,2198%, e em Espanha os juros desceram para 0,689%, o nível mais baixo de sempre.

 

A contribuir para esta queda das yields está ainda a expectativa de que a inflação vai permanecer baixa e que os bancos centrais vão adotar uma postura mais expansionista. Os analistas já antecipam mesmo que a Reserva Federal vai cortar os juros duas vezes este ano, revertendo o movimento de subida que iniciou em 2015.

 

Dólar cai com especulação de corte de juros

A especulação sobre medidas que terão de ser implementadas pela Reserva Federal (Fed) dos EUA para ajudar a economia americana, num contexto de guerra comercial, está a aumentar. O JPMorgan estima mesmo que a Fed vá reverter a subida dos juros nos Estados Unidos e anunciar duas descidas este ano: uma em setembro e outra em dezembro. Este cenário está a penalizar o dólar contra as principais moedas. O euro sobe, assim, 0,31% para 1,1204 dólares.

 

Petróleo oscila entre ganhos e perdas

Os preços do petróleo seguem sem uma tendência definida, subindo no mercado norte-americano e caindo em Londres. A pesar na negociação continuam os receios de que a guerra comercial entre os EUA e a China afete o crescimento económico mundial, o que terá consequências no consumo desta matéria-prima. O barril do Brent, negociado em Londres e referência para Portugal, desce 0,45% para 61,71 dólares. Já o West Texas Intermediate (WTI), transacionado em Nova Iorque, aprecia 0,09% para 53,53 dólares.

 

Ouro sobe mais de 1%

O ouro está a servir de refúgio aos investidores, que receiam que o atual contexto acabe por ditar a redução de juros nos EUA. Isto porque a especulação de que a guerra comercial vai ditar uma contração da economia mundial está a aumentar. O ouro aprecia 1,07% para 1.322,49 dólares por onça.

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