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Fecho dos mercados: Previsões de Bruxelas afundam bolsas, petróleo e juros da Alemanha

O corte de previsões económicas da Comissão Europeia assustou ainda mais os investidores sobre o abrandamento da economia global. As obrigações alemãs voltaram a ser o refúgio preferido.

Reuters
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Os mercados em números

PSI-20 desceu 1,52% para 5.136,2 pontos

Stoxx 600 caiu 1,49% para 360,08 pontos

S&P 500 desvaloriza 1,43% para 2.692,49 pontos

Juros da dívida portuguesa a dez anos recuam 0,3 pontos base para 1,659%

Euro desce 0,05% para 1,1356 dólares

Petróleo desce 2,7% para 61 dólares por barril, em Londres

 

Bolsas europeias vivem pior sessão do ano

O fantasma do abrandamento económico tem pairado sobre os mercados. Mas esta quinta-feira ganhou um novo alento. A Comissão Europeia publicou as novas previsões de crescimento económico, antecipando que 2019 será o pior ano de retoma da economia da Zona Euro. Os novos números aumentaram os receios em torno da economia Europeia, que só foram ainda mais empolados pelas estimativas do Banco de Inglaterra para o Reino Unido.

 

O produto interno bruto (PIB) britânico deverá crescer ao ritmo mais lento da última década. E a justificar tal desempenho está o impasse e as complicações associadas ao Brexit, bem como a travagem da economia mundial. 

As bolsas europeias já estavam a sofrer com estes indicadores, mas as previsões da Fiat Chrysler derrubaram o setor automóvel, que perdeu hoje mais de 4,5%, com esta fabricante em grande destaque – ao perder mais de 12%. A Fiat Chrysler apresentou previsões mais baixas do que o esperado para este ano e reportou números relativos ao mercado da América do Norte que desapontaram os analistas.

E o dia não terminou sem mais uma acha na fogueira. Larry Kudlow, conselheiro da Casa Branca, disse que ainda há uma longa distância para percorrer até que as negociações comerciais entre os EUA e a China cheguem a bom porto, o que aumenta os receios em torno desta questão e do seu impacto no crescimento económico.

 

O Stoxx600, índice que agrega as 600 maiores cotadas europeias, terminou o dia a perder 1,49% para 360,08 pontos, naquela que foi a pior sessão de 2019. Mas não foi o único a ceder mais de 1%. Aliás, a regra nas bolsas europeias foi de quedas superiores a esta barreira.

 

E Lisboa não foi exceção. O PSI-20 caiu 1,52%, registando assim a queda mais acentuada desde o dia 17 de dezembro. A contribuir para a descida esteve a generalidade das cotadas, com destaque para o BCP e para a Galp, que registaram quedas superiores a 3%.

 

Previsões de Bruxelas penalizam euro

A moeda europeia volta a perder terreno devido ao acentuar de sinais de travagem económica na região, embora a desvalorização face ao dólar seja ténue. O euro está a cair 0,05% para 1,1356 dólares, numa sessão em que o índice do dólar (mede a relação da moeda norte-americana contra as principais divisas mundiais) está em alta ligeira (+0,05%).

 

A Comissão Europeia reviu em baixa o crescimento do PIB da Zona Euro deste ano para 1,3%, o que compara com os 1,9% de 2018. "Estão claramente a aumentar os receios acerca do abrandamento global e a Europa está claramente no pelotão da frente", disse à Reuters Aaron Clark, gestor de carteiras da GW&K Investment Management.

 

Investidores procuram refúgio nas obrigações alemãs 

As obrigações soberanas alemãs são as grandes vencedoras da sessão, já que os investidores estão a procurar refúgio nas bunds face à sessão turbulenta nos restantes ativos. A "yield" dos títulos a 10 anos está a cair 4,6 pontos base para 0,115%, o que corresponde ao nível mais baixo desde 2016. O intensificar dos receios com o abrandamento económico global, exacerbado hoje pelo corte de previsões da Comissão Europeia, também pressiona em baixa os juros das obrigações, já que deverá atrasar a normalização da política monetária por parte do Banco Central Europeu.

 

Os juros das obrigações do Tesouro a 10 anos descem 0,3 pontos base para 1,659%. Em Itália os juros continuam a agravar-se devido aos sinais acentuados de deterioração da economia. A taxa dos títulos italianos a 10 anos agrava-se 9,1 pontos base para 2,95%.

 

Petróleo afunda apesar de descida de "stocks"

As cotações do petróleo também estão a ser fortemente penalizadas pelos receios com o abrandamento da economia global, isto apesar de terem sido publicados dados favoráveis sobre o consumo da matéria-prima nos Estados Unidos. É que os "stocks" de combustíveis mais utilizados no inverno caíram em 4,9 milhões de barris devido ao frio polar que se fez sentir no país. Os inventários de crude desceram 2,26 milhões de barris, superando as previsões dos analistas que apontavam para 2 milhões. A pressionar as cotações está o facto de a produção de petróleo nos EUA ter atingido um novo recorde de 11,9 milhões de barris por dia. 

 

O Brent em Londres desce 2,7% para 61 dólares. Em Nova Iorque o WTI recua 3,48% para 52,13 dólares.

 

Ouro regressa aos ganhos

Também o ouro está a tirar partido da procura dos investidores por ativos de refúgio. Apesar do dólar estar em alta, a onça de ouro está a valorizar 0,36% para 1.311,3 dólares no mercado à vista em Londres. Ainda assim abaixo do máximo alcançado na semana passada nos 1.326,30 dólares.

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