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Fecho dos mercados: Powell deixa dólar em alta e ouro em queda. Petróleo desce mais de 1% com estimativas da AIE

O dólar segue animado pelas palavras de Powell, enquanto o petróleo cai mais de 1% penalizado pelas perspectivas da AIE para a produção dos Estados Unidos. Na Europa, o dia foi de perdas para as acções.

Os investidores que prefiram ficar longe do sobe e desce do mercado podem privilegiar uma abordagem mais defensiva. Os fundos multiactivos podem ser uma boa alternativa para quem pretende obter retornos, mas não quer assumir riscos demasiado elevados.

Os fundos multiactivos ajustam-se a praticamente todos os investidores, uma vez que existem produtos com uma estratégia de investimento mais defensiva, equilibrada e agressiva. Apesar da instabilidade registada nos mercados accionistas nas últimas semanas, são os multiactivos agressivos, com maior exposição ao mercado accionista, que apresentam as melhores rendibilidades. Rendem, em média, 0,9% nos últimos três meses. Já os fundos que privilegiam uma estratégia mais equilibrada somam 0,81%, segundo os dados da Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Património (APFIPP).

Ao investirem em diversas classes de activos, estes produtos de poupança reduzem o risco resultante de oscilações bruscas nos mercados financeiros. Ou seja, se as bolsas mundiais registarem quedas acentuadas enquanto está a banhos, a exposição a outros activos, como a dívida ou cambial, vai atenuar o efeito negativo das acções na carteira. No entanto, caso os problemas nos mercados aliviem e as bolsas registem subidas elevadas, esses fundos não irão obter retornos tão expressivos.
Reuters
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Os mercados em números

PSI-20 desceu 0,16% para 5.468,05 pontos

Stoxx 600 recuou 0,18% para 382,36 pontos

S&P 500 desvaloriza 0,44% para 2.767,44 pontos

Juros da dívida portuguesa a dez anos subiram 1,8 pontos base para 2,015%

Euro desliza 0,63% para 1,2239 dólares

Petróleo desvaloriza 1,35% para 66,59 dólares, em Londres

Bolsas europeias em queda

As principais praças europeias terminaram a sessão desta terça-feira sobretudo em queda, num dia em que os investidores estiveram a digerir as notícias em torno da OPA da Comcast sobre a Sky e as palavras do novo líder da Fed.

 

A Comcast avançou com uma oferta em dinheiro para comprar a Sky plc, numa operação que concorre com a Century Fox e a Walt Disney, que já controlam 39% da maior operadora de televisão paga do Reino Unido.

 

Jerome Powel, o novo presidente da Reserva Federal (Fed), considera que a melhor forma de responder à actual conjuntura é prosseguir com uma política de subida gradual dos juros nos EUA. Mesmo que o contexto seja de um crescimento económico forte e de preços no consumidor mais altos.

 

O Stoxx 600, índice de referência, recuou 0,18%, sendo que o índice germânico DAX liderou as perdas no Velho Continente ao recuar 0,29%. Em Lisboa, o PSI-20 desceu 0,16% pressionado nomeadamente pelas acções da Corticeira Amorim – que apresentou uma quebra nos resultados – e pela EDP.

 

Juros sobem antes da inflação
Os juros da dívida da generalidade dos países do euro subiram esta terça-feira, antes de serem conhecidos os dados da inflação na Zona Euro, relativos a Fevereiro, com divulgação agendada para amanhã. Em Portugal, a 'yield' associada às obrigações a dez anos subiram 1,8 pontos para 2,015%, enquanto em Espanha o aumento, no mesmo prazo, foi de 0,9 pontos para 1,565%. Na Alemanha, os juros agravaram-se em 2,6 pontos para 0,679%, depois de ter sido divulgado que o índice de preços no consumidor aumentou 1,2% este mês, depois da subida de 1,4% registada em Janeiro. O valor ficou aquém do esperado, já que os analistas antecipavam que a inflação se fixasse em 1,3%. 

 

Dólar em máximos de duas semanas com discurso de Powell

O dólar está a negociar em alta face às principais divisas mundiais, animado pelas palavras do presidente da Reserva Federal norte-americana, Jerome Powell, que afirmou que a Fed pode continuar a subir os juros gradualmente, já que as projecções para a economia dos Estados Unidos continuam fortes.

 

"Algumas das contrariedades que a economia dos Estados Unidos enfrentou em anos anteriores transformaram-se em factores positivos", afirmou Powell numa declaração escrita ao Comité de Serviços Financeiros da Câmara dos Representantes esta terça-feira. "A política orçamental tornou-se mais estimulativa e a procura externa pelas exportações dos EUA está numa trajectória firme".

 

O índice que mede a evolução do dólar face às principais congéneres mundiais está a valorizar 0,63% para negociar no valor mais alto desde 12 de Fevereiro.

Taxas Euribor mantêm-se a 3, 6 e 9 meses e caem a 12 meses

As taxas Euribor mantiveram-se hoje a três, seis e nove meses e desceram a 12 meses em relação a segunda-feira.                                                                  

A Euribor a três meses manteve-se hoje em -0,328%, enquanto a taxa a seis meses - a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação – voltou a fixar-se em -0,271%.

 

A nove meses, a Euribor voltou a ser fixada em -0,222%, contra o actual mínimo de sempre, de -0,224%.                                       

 

No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que desceu para valores abaixo de zero pela primeira vez em Fevereiro de 2015, recuou hoje para -0,191%, menos 0,001 pontos face a segunda-feira.


Petróleo cai com perspectivas da AIE

O petróleo está em queda nos mercados internacionais, penalizado pelas perspectivas da Agência Internacional de Energia (AIE), que antecipa que a produção dos Estados Unidos vai continuar a aumentar, superando a da Rússia já no próximo ano.

 

Num evento em Tóquio, o director executivo da AIE, Fatih Birol, afirmou que os Estados Unidos vão ultrapassar o actual líder mundial do sector petrolífero, a Rússia, "definitivamente no próximo ano", se não mesmo em 2018.

"O crescimento da produção de petróleo de xisto é muito forte, o ritmo é muito forte… Os Estados Unidos vão tornar-se o produtor de petróleo mundial número muito em breve", reiterou, em declarações à Reuters.

 

As perspectivas de um aumento substancial da produção dos EUA - numa altura em que a OPEP e a Rússia estão a cortar a sua oferta para equilibrar o mercado – está a penalizar as cotações. Em Nova Iorque, o West Texas Intermediate desce 1,55% para 62,92 dólares, enquanto em Londres o Brent desvaloriza 1,35% para 66,59 dólares, depois de quatro sessões consecutivas de ganhos.

 

Ouro contraria dólar e desce mais de 1%

O ouro está a contrariar a evolução do dólar norte-americano, penalizado pela confirmação de Powell que a Fed vai continuar a aumentar os juros nos Estados Unidos, um movimento que é desfavorável para o metal precioso.

O ouro cai 1,31% para 1.316,19 dólares – o valor mais baixo em mais de duas semanas – enquanto a prata desce 1,63% para 16,3885 dólares.

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