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Fecho dos mercados: Powell deixa dólar em alta e ouro em queda. Petróleo desce mais de 1% com estimativas da AIE
O dólar segue animado pelas palavras de Powell, enquanto o petróleo cai mais de 1% penalizado pelas perspectivas da AIE para a produção dos Estados Unidos. Na Europa, o dia foi de perdas para as acções.
Os mercados em números
PSI-20 desceu 0,16% para 5.468,05 pontos
Stoxx 600 recuou 0,18% para 382,36 pontos
S&P 500 desvaloriza 0,44% para 2.767,44 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos subiram 1,8 pontos base para 2,015%
Euro desliza 0,63% para 1,2239 dólares
Petróleo desvaloriza 1,35% para 66,59 dólares, em Londres
Bolsas europeias em queda
As principais praças europeias terminaram a sessão desta terça-feira sobretudo em queda, num dia em que os investidores estiveram a digerir as notícias em torno da OPA da Comcast sobre a Sky e as palavras do novo líder da Fed.
A Comcast avançou com uma oferta em dinheiro para comprar a Sky plc, numa operação que concorre com a Century Fox e a Walt Disney, que já controlam 39% da maior operadora de televisão paga do Reino Unido.
Jerome Powel, o novo presidente da Reserva Federal (Fed), considera que a melhor forma de responder à actual conjuntura é prosseguir com uma política de subida gradual dos juros nos EUA. Mesmo que o contexto seja de um crescimento económico forte e de preços no consumidor mais altos.
O Stoxx 600, índice de referência, recuou 0,18%, sendo que o índice germânico DAX liderou as perdas no Velho Continente ao recuar 0,29%. Em Lisboa, o PSI-20 desceu 0,16% pressionado nomeadamente pelas acções da Corticeira Amorim – que apresentou uma quebra nos resultados – e pela EDP.
Juros sobem antes da inflação
Os juros da dívida da generalidade dos países do euro subiram esta terça-feira, antes de serem conhecidos os dados da inflação na Zona Euro, relativos a Fevereiro, com divulgação agendada para amanhã. Em Portugal, a 'yield' associada às obrigações a dez anos subiram 1,8 pontos para 2,015%, enquanto em Espanha o aumento, no mesmo prazo, foi de 0,9 pontos para 1,565%. Na Alemanha, os juros agravaram-se em 2,6 pontos para 0,679%, depois de ter sido divulgado que o índice de preços no consumidor aumentou 1,2% este mês, depois da subida de 1,4% registada em Janeiro. O valor ficou aquém do esperado, já que os analistas antecipavam que a inflação se fixasse em 1,3%.
Dólar em máximos de duas semanas com discurso de Powell
O dólar está a negociar em alta face às principais divisas mundiais, animado pelas palavras do presidente da Reserva Federal norte-americana, Jerome Powell, que afirmou que a Fed pode continuar a subir os juros gradualmente, já que as projecções para a economia dos Estados Unidos continuam fortes.
"Algumas das contrariedades que a economia dos Estados Unidos enfrentou em anos anteriores transformaram-se em factores positivos", afirmou Powell numa declaração escrita ao Comité de Serviços Financeiros da Câmara dos Representantes esta terça-feira. "A política orçamental tornou-se mais estimulativa e a procura externa pelas exportações dos EUA está numa trajectória firme".
O índice que mede a evolução do dólar face às principais congéneres mundiais está a valorizar 0,63% para negociar no valor mais alto desde 12 de Fevereiro.
Taxas Euribor mantêm-se a 3, 6 e 9 meses e caem a 12 meses
As taxas Euribor mantiveram-se hoje a três, seis e nove meses e desceram a 12 meses em relação a segunda-feira.
A Euribor a três meses manteve-se hoje em -0,328%, enquanto a taxa a seis meses - a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação – voltou a fixar-se em -0,271%.
A nove meses, a Euribor voltou a ser fixada em -0,222%, contra o actual mínimo de sempre, de -0,224%.
No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que desceu para valores abaixo de zero pela primeira vez em Fevereiro de 2015, recuou hoje para -0,191%, menos 0,001 pontos face a segunda-feira.
Petróleo cai com perspectivas da AIE
O petróleo está em queda nos mercados internacionais, penalizado pelas perspectivas da Agência Internacional de Energia (AIE), que antecipa que a produção dos Estados Unidos vai continuar a aumentar, superando a da Rússia já no próximo ano.
Num evento em Tóquio, o director executivo da AIE, Fatih Birol, afirmou que os Estados Unidos vão ultrapassar o actual líder mundial do sector petrolífero, a Rússia, "definitivamente no próximo ano", se não mesmo em 2018.
"O crescimento da produção de petróleo de xisto é muito forte, o ritmo é muito forte… Os Estados Unidos vão tornar-se o produtor de petróleo mundial número muito em breve", reiterou, em declarações à Reuters.
As perspectivas de um aumento substancial da produção dos EUA - numa altura em que a OPEP e a Rússia estão a cortar a sua oferta para equilibrar o mercado – está a penalizar as cotações. Em Nova Iorque, o West Texas Intermediate desce 1,55% para 62,92 dólares, enquanto em Londres o Brent desvaloriza 1,35% para 66,59 dólares, depois de quatro sessões consecutivas de ganhos.
Ouro contraria dólar e desce mais de 1%
O ouro está a contrariar a evolução do dólar norte-americano, penalizado pela confirmação de Powell que a Fed vai continuar a aumentar os juros nos Estados Unidos, um movimento que é desfavorável para o metal precioso.
O ouro cai 1,31% para 1.316,19 dólares – o valor mais baixo em mais de duas semanas – enquanto a prata desce 1,63% para 16,3885 dólares.