Notícia
Fecho dos mercados: Juros de Portugal perto de mínimos de dois anos. Bolsas corrigem
As bolsas aliviaram dos ganhos recentes, devido aos resultados abaixo do esperado apresentados por algumas cotadas e aos novos desenvolvimentos na Catalunha. Os juros da dívida portuguesa voltaram às quedas.
Os mercados em números
PSI-20 desceu 0,02% para 5.460,35 pontos
Stoxx 600 caiu 0,64% para 389,07 pontos
S&P 500 recua 0,21% para 2.555,82 pontos
"Yield" a 10 anos de Portugal desce 3,7 pontos base para 2,309%
Euro soma 0,49% para 1,1845 dólares
Petróleo desvaloriza 1,01% para 57,56 dólares em Londres
Catalunha e resultados pressionam bolsas
Os mercados accionistas estiveram hoje a corrigir dos ganhos recentes em várias geografias, com o aumento da tensão na Catalunha, os resultados decepcionantes de algumas cotadas (eBay, Unilever e SAP) e as notícias que dão conta que a Apple reduziu as encomendas devido à fraca procura do iPhone8.
O europeu Stoxx 600 cedeu 0,64% para 389,07 pontos e em Wall Street o Dow Jones desce 19% depois de ontem ter pela primeira vez fechado acima dos 23 mil pontos. O IBEX35 foi dos índices que mais caiu na Europa (-0,8%) depois de Madrid ter avisado que vai seguir com os procedimentos constitucionais que podem acabar com a perda de autonomia da Catalunha.
"Estão todos a acompanhar com grande interesse" o que se passa na Catalunha, mas "o mercado não está a demonstrar uma real preocupação e penso que é uma abordagem justificada", afirmou à Reuters um analisa do Saxo Bank, John Hardy.
Em Lisboa, o PSI-20 caiu escassos 0,02% para 5.460,35 pontos, um dos desempenhos menos negativos na Europa, numa sessão em que a Nos e a Pharol foram as cotadas que mais pressionaram o índice português.
Juros aproximam-se de mínimos de dois anos
Os juros da dívida pública portuguesa estão a aliviar esta quinta-feira, tendo ficado muito perto dos mínimos de Dezembro de 2015 a que negociou no final da semana passada. A "yield" das obrigações do Tesouro a 10 anos desce 3,7 pontos base para 2,309%, com o mínimo da sessão a ser fixado nos 2,287% (na sexta-feira tocou nos 2,286%). As novidades do confronto entre Madrid e Barcelona acabaram por ter um impacto apenas diminuto na dívida espanhola, com a "yield" dos títulos a 10 anos a subir 2 pontos base para 1,639%.
Dólar da Nova Zelândia afunda
Depois de várias sessões em queda face ao dólar, a moeda europeia está hoje a recuperar terreno (sobe 0,49% para 1,1845 dólares), imune ao acentuar da crise na Catalunha. Numa sessão sem grandes movimentações entre as principais divisas, destacou-se o dólar da Nova Zelândia. A moeda afundou para mínimos de Maio, depois do Labour Party ter chegado a acordo com um partido nacionalista para formarem uma coligação com vista a formar governo.
Euribor sem variação
As taxas Euribor mantiveram-se hoje a três, seis, nove e 12 meses em relação a quarta-feira. A taxa a três meses, em valores negativos desde 21 de Abril de 2015, manteve-se hoje pela décima segunda sessão consecutiva em -0,329%. A taxa Euribor a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação e que entrou em terreno negativo pela primeira vez em 6 de Novembro de 2015, também se manteve, ao ser fixada pela nona sessão consecutiva em -0,274%.
Petróleo alivia de máximos de 3 semanas
O petróleo está hoje a corrigir dos máximos de três semanas fixados na véspera, que foram motivados pela tensão entre o Irão e o Iraque. O WTI está esta quinta-feira a ceder 0,77% para 51,54 dólares e o Brent cai 1,01% para 57,56 dólares, em reacção à subida surpresa dos "stocks" da matéria-prima nos Estados Unidos.
Café valoriza
Os futuros sobre o café para entrega em Novembro sobem 1,2% para 1.972 dólares a tonelada, perante os receios de que a produção no Brasil venha a ser afectada pelo La Niña. A subida foi a mais acentuada desde o início de Outubro, com os investidores já a anteciparem que a produção este ano no Brasil será escassa.