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Fecho dos mercados: Itália põe euro em mínimos e juros em alta. Ouro com maior série de quedas em mais de dois anos

As principais praças europeias recuam penalizadas pelo sector tecnológico dos Estados Unidos, sobretudo a Apple. Já a incerteza sobre o orçamento italiano provoca nova subida dos juros e pressiona o euro, que transacciona no valor mais baixo em quase ano e meio contra o dólar. Já o ouro regista ciclo mais longo de quedas em mais de dois anos.

Reuters
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Os mercados em números

PSI-20 deslizou 0,57% para 4.992,03 pontos

Stoxx 600 caiu 1,01% para 362,03 pontos

S&P 500 desvaloriza 1,21% para 2.747,23 pontos

Yield 10 anos de Portugal cresce 0,1 pontos base para 1,945%

Euro deprecia 0,81% para 1,1244 dólares

Brent, em Londres, sobe 1,13% para 70,97 dólares


Tecnológicas arrastam bolsas na Europa e EUA

As bolsas europeias encerraram em queda esta segunda-feira, 12 de Novembro, pela segunda sessão consecutiva, penalizadas sobretudo pelo sector da tecnologia, que afundou mais de 3,5%.

 

O sector foi arrastado pela Apple, que desvaloriza 4,4% para 195,47 dólares depois de o seu principal fornecedor para a tecnologia de reconhecimento facial, a Lumentum Holdings, ter cortado as suas estimativas de receitas e lucros citando a quebra das encomendas de um grande cliente.

 

As tecnológicas, juntamente com as cotadas do sector do retalho, levaram o índice de referência para a Europa, o Stoxx600, a perder 1,01% para 362,03 pontos.

 

Nos Estados Unidos, o tecnológico Nasdaq cai 2,24%, enquanto o Dow Jones e o S&P500 registam descidas em torno de 1,5%.

 

Em Lisboa, o PSI-20 acompanhou a tendência negativa dos congéneres europeus e deslizou 0,57% para 4.992,03 pontos, penalizado sobretudo pelo BCP, Jerónimo Martins e Nos, todas elas com descidas superiores a 1%. 

 
Juros da dívida de Itália sobem na véspera de data-chave

Os juros das dívidas públicas na Zona Euro negociaram no mercado secundário sem tendência totalmente definida, com "yields" a subirem e outras a descerem.

A "yield" correspondente aos títulos soberanos transalpinos com maturidade a 10 anos avança pelo terceiro dia ao subir 4,5 pontos base para 3,449%, isto no dia que antecede a data-limite para que o governo italiano envie, para Bruxelas, uma nova proposta orçamental que respeite as regras europeias. Contudo, o governo de Roma tem garantido que não vai mudar os pressupostos do esboço orçamental expansionista já chumbado pela Comissão Europeia.

Já a taxa de juro associada às obrigações portuguesas no prazo a 10 anos sobe ligeiros 0,1 pontos base para 1,945%, naquela que é a sexta sessão consecutiva em alta, sendo que neste período as subidas verificadas não foram expressivas.

Quanto às "bunds" germânicas regista-se o inverso, com a "yield" correspondente aos títulos alemães a 10 anos a recuar 1,8 pontos base para 0,388%, o que significa que negoceia em mínimos de 31 de Outubro.

Euribor inalterada em todos os prazos
As taxas Euribor mantiveram-se inalteradas a três, seis, nove e 12 meses esta segunda-feira, o que acontece pelo segundo dia seguido.

A Euribor a três meses fixou-se nos -0,316%, a seis meses nos -0,257%, a nove meses nos -0,196% e a doze meses nos -0,148%. 

Riscos geopolíticos levam dólar para máximo de quase 17 meses

O dólar já tocou no valor mais alto desde Junho de 2017 contra um cabaz que mede o comportamento da divisa norte-americana relativamente às principais moedas mundiais. Os riscos geopolíticos associados ao braço-de-ferro entre Itália e a Comissão Europeia, à incerteza em torno do Brexit, e ao caso do assassinato de um jornalista saudita elevam a aposta dos investidores no dólar enquanto activo seguro.

Por sua vez, o euro recua face ao dólar pela quarta sessão consecutiva, tendo tocado no valor mais baixo contra a moeda norte-americana em quase 17 meses. A moeda europeia cai 0,81% para 1,1244 dólares.

Já a libra deprecia face ao dólar pelo terceiro dia, tendo já tocado em mínimos de 1 de Novembro em relação à moeda dos Estados Unidos. As dúvidas quanto à possibilidade de um acordo entre Londres e Bruxelas sobre a relação futura entre os dois blocos continua a penalizar a moeda britânica.


WTI põe fim a ciclo mais longo de perdas

O crude negociado em Nova Iorque (West Texas Intermediate) valoriza 1,08% para 60,84 dólares por barril, o que interrompe uma série de 10 dias consecutivos a perder valor. Já o Brent, negociado em Londres e utilizado como valor de referência para as importações nacionais, soma 1,13% para 70,97 dólares, o que põe fim a um ciclo de quatro dias consecutivos em queda.

Além da garantia dada pelos países exportadores de petróleo (OPEP) de que em 2019 vão impor cortes à produção petrolífera do cartel por forma a impulsionar o preço da matéria-prima, a Arábia Saudita (maior exportador mundial) revelou que em Dezembro vai reduzir o volume de exportações via petroleiros.

Riade considera que a OPEP e respectivos aliados devem reverter em cerca de metade os aumentos decretados à produção no início deste ano devido às perspectivas crescentes de que o receio face a excessos de oferta venha a suplantar o medo quanto a escassez da matéria-prima.

 
Ouro com mais longo série de quedas em mais de dois anos

O metal preciso desvaloriza esta segunda-feira pela sétima sessão consecutiva, o que representa a mais longa série de perdas do ouro desde Outubro de 2016. O ouro cai 0,515 para 1.203,54 dólares por onça. A prata acompanha a tendência ao perder 0,75% para 14,0490 dólares.

A valorização do dólar nos mercados cambiais acaba por reflectir-se em baixa na transacção do ouro, uma vez que vê reduzida a aposta enquanto activo de refúgio.

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