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Fecho dos mercados: Investidores afastam dúvidas sobre acordo EUA-China. Bolsas sobem e dólar recupera
Apesar de a negociação entre os EUA e a China sobre um possível acordo comercial ter desiludido os investidores, as bolsas europeias conseguiram encerrar no verde. O dólar também está a recuperar de mínimos.
Os mercados em números
PSI-20 fechou inalterado nos 4.923,75 pontos
Stoxx 600 subiu 0,34% para 348,87 pontos
S&P 500 valoriza 0,03% para 2.858,77 pontos
"Yield" a 10 anos de Portugal recua 5,8 pontos base para 1,716%
Euro perde 0,24% para 1,1515 dólares
Petróleo cai 0,18% para 61,33 dólares por barril, em Londres
Bolsas no verde apesar das dúvidas sobre acordo comercial
As principais praças europeias registaram uma tendência positiva, de forma geral, num dia marcado por pouca definição depois de os investidores terem ficado dececionados com as negociações comerciais entre os EUA e a China.
Pequim e Washington divulgaram comunicados curtos que deram poucos detalhes sobre as negociações comerciais, o que levou a que se especulasse que não houve progressos significativos. Esta questão provocou mesmo perdas nas bolsas, que entretanto recuperaram de forma ligeira. O Stoxx600, índice que agrega as 600 maiores cotadas europeias, encerrou em alta de 0,34% para 348,87 pontos.
Por cá, o PSI-20 fechou inalterado nos 4.923,75 pontos. A queda expressiva da Pharol e as descidas da EDP e dos CTT foram determinantes para o desempenho do índice de referência nacional.
Juros da dívida aliviam
Os juros associados à dívida dos países da Zona Euro estão a recuar de forma geral. Em Portugal, a taxa a dez anos está a aliviar 5,8 pontos base para 1,716%, isto depois de o IGCP ter concluído ontem uma emissão de dívida sindicada que atraiu forte procura. Foram colocados 4 mil milhões de euros a 10 anos e a taxa de juro ficou abaixo dos 2%.
Em Espanha, a tendência repete-se: os juros no mesmo prazo estão a recuar 4,1 pontos base para 1,451%, enquanto, na Alemanha, a descida é de 2,6 pontos base para 0,253%.
Euribor inalterada a três, seis e 12 meses
As taxas Euribor mantiveram-se a três, seis e 12 meses. A taxa a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação, fixou-se pela quarta sessão consecutiva em -0,236%, contra o atual mínimo de sempre, de -0,279%.
Dólar recupera de mínimos de três meses
A moeda norte-americana ficou sob pressão depois de as minutas da Reserva Federal dos EUA terem reforçado, na quarta-feira, a perspetiva de que o banco central vai ser mais brando na subida das taxas de juro. Mas o dólar acabou por recuperar e afastar-se de mínimos de três meses. O euro está a perder 0,24% para 1,1515 dólares.
Esta recuperação acontece depois de os investidores terem reduzido as apostas na queda do dólar, numa altura em que aguardam por uma conclusão das negociações entre os EUA e a China, mas também novidades sobre o "shutdown" do governo norte-americano e a saída do Reino Unido da União Europeia.
Negociação China-EUA penaliza petróleo
A ausência de detalhes relativamente à negociação entre os EUA e a China sobre o acordo comercial acabou por penalizar os preços do petróleo. Isto além de dados que mostram um aumento da produção da matéria-prima em território norte-americano.
Neste cenário, o Brent, negociado em Londres e que serve de referência para as importações portuguesas, recua 0,18% para 61,33 dólares por barril, ao passo que o West Texas Intermediate (WTI), em Nova Iorque, cede 0,29% para 52,21 dólares por barril. Isto depois de as cotações terem subido perto de 5% na sessão anterior.
Recuperação do dólar mantém ouro sob pressão
O metal amarelo está a recuar 0,37% para 1.288,77 dólares por onça. Ainda assim, o ouro mantém-se perto de máximos de seis meses, apesar da ligeira recuperação do dólar.
"O ouro revela uma certa resiliência, o que sugere que muitos investidores continuam apreensivos quanto ao cenário macroeconómico", afirmou Ross Strachan, analista da Capital Economics, à CNBC.