Notícia
Fecho dos mercados: Fuga ao risco deixa bolsas sem rumo, encaminha juros para mínimos e aponta ouro a máximos
O início de ano marcado pela aversão dos investidores a activos considerados mais arriscados reforçou a aposta nas obrigações soberanas, o que colocou os juros da dívida alemã em mínimos de 20 meses e o ouro em máximos de seis meses.
Os mercados em números
PSI-20 avançou 0,2% para os 4.740,85 pontos
Stoxx 600 recua 0,13% para os 337,20 pontos
S&P 500 desliza 0,30% para os 2.499,36 pontos
"Yield" a 10 anos de Portugal cede 1,2 pontos base para 1,710%
Euro deprecia 0,94% para 1,1357 dólares
Petróleo sobe 3,90% para 55,90 dólares em Londres
Bolsas europeias mistas. Stoxx600 interrompe recuperação
As bolsas europeias fecharam a primeira sessão do ano sem tendência definida. O Stoxx 600, o índice que agrega as 600 principais cotadas europeias, encerrou com uma queda de 0,13% para os 337,20 pontos, interrompendo a recuperação que se iniciou depois de ter tocado em mínimos de Novembro de 2016. Em 2018, o índice europeu registou o seu pior ano desde 2014.
A pesar na negociação desta sessão estiveram os indicadores económicos que chegaram da China. A atividade industrial chinesa contraiu pela primeira vez em 19 meses, um sinal preocupante face à esperada desaceleração económica a nível global neste novo ano. Além disso, esta foi uma sessão com baixa liquidez na Europa - cerca de 75% da média dos últimos 90 dias, segundo a Reuters - uma vez que muitos investidores mantêm-se de férias.
No entanto, algumas praças europeias fecharam em terreno positivo, como foi o caso do PSI-20 tal como o de Frankfurt, Madrid ou Milão. A bolsa nacional negociou em máximos de duas semanas, beneficiando das valorizações da Altri e da Galp. A praça lisboeta segue em alta há três sessões consecutivas, recuperando de mínimos de fevereiro de 2017.
Em Wall Street a negociação arrancou em baixa, mas também já está mista.
Juros caem na Zona Euro e "bunds" em máximos de 20 meses
As taxas de juro associadas às obrigações de dívida pública dos países-membros da Zona Euro apresentam uma tendência generalizada de quedas esta quarta-feira. De uma forma geral, estas descidas das "yields" acontecem em paralelo à aposta dos investidores em ativos percecionados como mais seguros, o que os leva a afastarem-se do mais volátil mercado acionista.
Destaque para a taxa de juro correspondente às "bunds" germânicas a 10 anos que desce 7 pontos base para 0,172%, tendo mesmo tocado nos 0,149%, o que representa a taxa de juro mais baixa desde Novembro de 2016. Ao cair perto de 10 pontos base, esta "yield" apresentou a maior queda diária em dois anos.
Nota ainda para a taxa de juro associada aos títulos de dívida de Itália com maturidade a 10 anos que cai 5,6 pontos base para 2,686%, estando assim em mínimos de 25 de Julho de 2018, altura em que o receio quanto a uma rutura entre Roma e Bruxelas acerca do orçamento transalpino provocava o receio dos investidores.
Por fim, a "yield" das obrigações portuguesas no mesmo prazo cede 1,2 pontos base para 1,710%.
Euribor descem a 3, 6 e a 12 meses
As taxas Euribor recuaram esta quarta-feira a três, seis e 12 meses. No prazo a três meses, caiu para -0,310%, a seis meses, que é a taxa mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação, recuou para -0,238%, e a 12 meses deslizou para -0,121%.
Euro cai para mínimo de duas semanas
Depois de um ano de 2018 muito marcado pela volatilidade verificada nos mercados acionistas, os investidores iniciam 2019 com uma aposta reforçada em ativos percecionados como mais seguros, sendo este o caso do dólar.
Como tal, a divisa norte-americana negoceia no valor mais alto da última semana no índice da Bloomberg que mede o desempenho do dólar face a um cabaz das principais moedas mundiais.
Já o euro recua contra o dólar pela segunda sessão seguida, estando a cair 0,94% para 1,1357 dólares, o que significa que a moeda única europeia transaciona nos mercados cambiais em mínimos de 18 de Dezembro relativamente à divisa norte-americana. A Reuters refere que os investidores acreditam que o euro permanecerá sob forte pressão devido às perspetivas de abrandamento económico na Zona Euro.
Nota ainda para a libra esterlina que perde valor devido ao reforço da incerteza em torno do processo do Brexit.
Cortes na produção impulsionam preços do petróleo
Os preços do crude estão em forte alta, estando a valorizar perto de 4% tanto em Londres como em Nova Iorque, uma subida justificada pelos cortes à produção decretados pela OPEP com vista à redução dos níveis de oferta da matéria-prima. Hoje surgiram sinais de que a Arábia Saudita está a concretizar a intenção de cortar a produção, isto após ter sido revelado que as exportações de crude de Riade caíram para metade em Dezembro.
Na capital inglesa, o Brent do Mar do Norte, utilizado como valor de referência para as importações portuguesas, soma 3,90% para 55,90 dólares por barril enquanto em Nova Iorque o West Texas Intermediate (WTI) sobe 3,92% para 47,19 dólares.
Ouro avança para máximos de meio ano
O valor do metal dourado está a subir 0,35% para 1.287,09 dólares por onça para negociar em máximos de 15 de Junho do ano passado, na quinta sessão consecutiva em que a matéria-prima acumula valor.
Tal como no mercado das obrigações soberanas, também o ouro está a beneficiar do movimento dos investidores rumo a ativos considerados mais seguros, o que reforça o valor de refúgio do ouro.