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Petróleo dispara quase 4% à boleia dos cortes de produção
Os investidores renovam o otimismo quanto às cotações da matéria-prima depois de terem sido revelados dados que apontam para um corte na produção da Arábia Saudita para o mês de dezembro, tal como a nação se tinha comprometido no encontro com a OPEP.
O barril de Brent, negociado em Londres e referência para a Europa, entra em força em terreno positivo nesta quarta-feira, dia 2 de janeiro, com uma valorização de quase 4%, perante sinais de que a Arábia Saudita está a cumprir com os cortes definidos no último encontro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).
O otimismo nos mercados de petróleo surge depois de ter sido revelado que as exportações de petróleo sauditas caíram para metade, ou seja 7,2 milhões de barris por dia, durante o passado mês de Dezembro, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.
O Brent do Mar do Norte segue a subir 3,16% para os 55,50 dólares, depois de já ter tocados nos 55,90 dólares, na sequência de uma apreciação de 3,90%. O West Texas Intermediate, negociado em Nova Iorque, alinha nos ganhos ao somar 3,04% para os 46,79 dólares.
Estas subidas estão a anular as perdas pronunciadas que se verificaram no início da sessão, quando o Brent descia 1,73% para 52,87 dólares e o WTI em Nova Iorque desvalorizava 1,7% para 44,64 dólares. O sentimento negativo, que agora fica para trás, justificava-se com os sinais de abrandamento na economia chinesa, sendo este gigante um dos maiores consumidores da matéria-prima.
O petróleo volta desta forma à tendência de recuperação que se verificou no final do ano. Na última sessão, a matéria-prima fechou com uma valorização de 3,07% para os 53,80 dólares, depois de na sexta-feira ter conseguido ultrapassar a linha de água com ganhos ligeiros de 0,08%. As três sessões consecutivas no verde vieram após uma semana de grandes oscilações, na qual o petróleo chegou a perder 6,43%, na segunda-feira, para na quarta mostrar uma escalada de 9,55% e na sessão seguinte voltar a perder na ordem dos 4%. A puxar pelas cotações esteve a recuperação das bolsas norte-americanas e a afirmação da parte da Rússia - um dos maiores produtores - de que a OPEP estaria atenta ao mercado e agiria conforme as necessidades, no sentido de controlar os preços do "ouro negro". O travão foram os receios relativamente ao abrandamento da economia e a subsequente redução do consumo.
Os recentes desempenhos positivos não foram contudo suficientes para compensar as fortes quedas do quarto trimestre - os piores três meses desde 2014-, as quais ditaram uma quebra anual de 19,5% para o barril de Brent e abriram as portas para o bear market, que ainda cá está. As cotações já desceram 39,45% desde o pico dos 80 dólares, registado no início de outubro.
(notícia atualizada pela última vez às 16:56)