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Fecho dos mercados: Draghi e tarifas marcam o passo nos mercados
As bolsas europeias fecharam a sessão com ganhos acentuados, num dia marcado pela reunião do BCE e de novidades sobre as tarifas às importações dos EUA. O prémio de risco associado a Portugal voltou a descer, atingindo um novo mínimo de oito anos.
Os mercados em números
PSI-20 subiu 1,04% para 5.395,13 pontos
Stoxx 600 avançou 1,05% para 376,62 pontos
S&P 500 valoriza 0,05% para 2.728,14 pontos
"Yield" a 10 anos de Portugal recuou 3,6 pontos base para 1,823%
Euro desce 0,76% para 1,2317 dólares
Petróleo cai 0,92% para 63,75 dólares por barril
Bolsas sobem com manutenção da política monetária do BCE
Os investidores ainda tremeram, quando perceberam que o BCE deixou cair a referência ao aumento do programa de compra de activos. Mas o presidente da autoridade, Mario Draghi, explicou que não se trata de qualquer mudança de política monetária, o que levou as bolsas de novo aos ganhos, o euro acentuou a queda e os juros da Alemanha também regressaram à tendência de queda.
A marcar a sessão bolsista continuam as políticas oriundas do outro lado do Atlântico. Donald Trump ameaçou impor tarifas sobre as importações de aço e alumínio, entretanto já foi dito que haveria excepções (Canadá e México), e hoje o presidente dos EUA disse que há uma reunião sobre o tema. Os investidores aguardam para saber se haverá novidades sobre o assunto.
O Stoxx600, que agrega as 600 maiores cotadas europeias, subiu 1,05%. O PSI-20 também apreciou mais de 1%, a beneficiar dos fortes ganhos do grupo EDP, bem como da Pharol.
Prémio de risco renova mínimos de oito anos
As taxas de juro associadas à dívida europeia recuaram na generalidade dos países, depois de os investidores concluírem que, tão cedo, o BCE não vai alterar a sua política monetária. A taxa de juro associada à dívida a 10 anos de Portugal recua mais de três pontos base para 1,823%, sendo esta a quarta sessão consecutiva de redução dos juros. Já a taxa a 10 anos da Alemanha desce 2,2 pontos para 0,633%, o que colocou o prémio de risco associado à dívida portuguesa em mínimos de Março de 2010.
Taxas Euribor estáveis em todos prazos
As taxas Euribor, indexantes usados nos contratos de crédito, não registaram oscilações em nenhum dos prazos esta quinta-feira. Assim, a taxa de três meses manteve-se nos -0,327%, a taxa a seis meses ficou nos -0,272%, a Euribor a nove meses fixou-se em -0,223%. E a taxa a 12 meses estabilizou em -0,191%.
Euro cai após BCE
A moeda única europeia acentuou a tendência de queda depois de o BCE deixar claro que vai manter a política monetária. A contribuir para esta queda está também a ameaça de guerra comercial entre os EUA e o resto do mundo. O presidente do BCE também falou sobre este assunto, rejeitando para já a perspectiva de uma guerra comercial, mas alertando para o impacto no consumo privado e na economia.
Aumento dos stocks nos EUA pressiona petróleo
Os preços do petróleo estão a negociar em baixa, penalizados pelo aumento das reservas norte-americanas de crude na semana passada. Este cenário eclipsou as perspectivas positivas para a procura desta matéria-prima.
O Brent do Mar do Norte, que serve de referência às importações europeias e é negociado no mercado londrino, segue a recuar 0,95% para 63,73 dólares por barril, enquanto o West Texas Intermediate (WTI), negociado nos Estados Unidos, perde 1,34% para 60,33 dólares.
Milho em alta com redução da oferta
Os futuros do milho estão a negociar perto de máximos de seis meses no mercado de Chicago e a participação do mercado nunca foi tão elevada, numa altura em que a seca penaliza as colheitas na Argentina e os agricultores brasileiros reduziram a área destinada à plantação deste cereal.