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Fecho dos mercados: Discurso de Draghi em Sintra arrasta bolsas e anima euro
As palavras do presidente do BCE estão a levar os investidores a antecipar o início da retirada dos estímulos. As bolsas caíram e o euro subiu.
Os mercados em números
PSI-20 cedeu 0,81% para 5.192,16 pontos
Stoxx 600 desceu 0,79% para 385,98 pontos
S&P 500 perde 0,01% para 2.438,79 pontos
Juros da dívida a dez anos avançaram 13,9 pontos base para 3,070%
Euro avança 1,23% para 1,1319 dólares
Brent valoriza 2,36% para os 46,91 dólares por barril
Discurso de Draghi em Lisboa penaliza bolsas
As principais bolsas europeias acentuaram o desempenho negativo depois do discurso de Mario Draghi, no Fórum do Banco Central Europeu (BCE), que decorre em Sintra. O responsável da autoridade monetária afirmou que os factores que pesam sobre a inflação da Zona Euro são "temporários". Palavras que os "traders" e investidores viram como um abrir de porta à retirada de alguns dos estímulos do banco central. O Stoxx600, índice de referência para a Europa, cedeu 0,79% para os 385,98 pontos.
O PSI-20 seguiu esta tendência e perdeu 0,81% para os 5.192,16 pontos, com quatro cotadas em alta e 15 em queda. O Banco Comercial Português (BCP) foi um dos títulos que mais penalizou a praça portuguesa. Perdeu 0,30% para os 0,2355 euros. Mas outros pesos-pesados penalizaram o desempenho da bolsa. A Jerónimo Martins caiu 2,15% para os 17,32 euros e a EDP cedeu 1,77% para os 2,892 euros. Já a Galp Energia travou uma queda mais expressiva da bolsa, ao avançar 1,03% para os 13,215 euros.
Juros da dívida portuguesa em alta
Os investidores exigiram hoje juros mais altos para apostar na dívida pública portuguesa, tal como aconteceu com os restantes países da Zona Euro. A subida foi mais expressiva nas maturidades mais longas, ainda que se tenha verificado em todos os prazos. Na maturidade de referência, a 10 anos, a "yield" avançou 13,9 pontos-base para os 3,070%, a maior subida desde 16 de Março.
Euribor inalteradas em todos os prazos
As taxas Euribor mantiveram-se inalteradas em todos os prazos, esta terça-feira. A taxa a três meses, que está em valores negativos desde Abril de 2015, manteve-se nos -0,331%. Já a taxa a seis meses, que serve de indexante em mais de metade dos créditos à habitação em Portugal, ficou inalterada no mínimo histórico de -0,273%. A Euribor a nove meses fixou-se nos -0,201%, o mesmo valor atingido na véspera. No prazo a 12 meses, a Euribor ficou estável nos -0,161%.
Palavras de Draghi em Sintra animam euro
A moeda única está a negociar em alta face ao dólar, a reagir às palavras de Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu (BCE), no fórum que decorre em Sintra. O euro aprecia 1,23% para os 1,1319 dólares. Draghi afirmou que os factores que estão a pesar sobre a inflação são "temporários", o que os investidores interpretaram como um abrir de portas à retirada de alguns dos estímulos do banco central. O presidente do BCE mostrou-se optimista quanto à situação europeia, tanto no plano económico, como político.
Petróleo sobe mais de 2%
Os preços do petróleo seguem a negociar em alta, em ambos os mercados de referência, pelo quarto dia consecutivo. Trata-se da maior série de ganhos num mês. Em Nova Iorque, o West Texas Intermediate (WTI) sobe 2,24% para os 44,35 dólares, enquanto em Londres, o Brent, que serve de referência às importações portuguesas, aprecia 2,36% para os 46,91 dólares por barril.
A animar os preços do ouro negro está a expectativa de que a procura nos Estados Unidos esteja a aumentar. As previsões apontam para que os inventários de crude tenham diminuído em 2,25 milhões de barris, na semana passada. Amanhã será publicado o relatório do Departamento de Energia norte-americano. Também a queda do dólar está a tornar mais atractivo o investimento na matéria-prima.
Cobre perto de máximos de dois meses
Os preços do cobre estão em alta e negoceiam perto do valor mais elevado desde o início de Abril. A animar o metal está a desvalorização do dólar, moeda na qual a matéria-prima é cotada, e as declarações do primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, de que o país está a caminho de atingir os seus principais objectivos económicos para este ano. O cobre soma 0,4% para os 5.817 dólares por tonelada métrica. Outros metais como o zinco e o níquel também seguem a valorizar.