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Fecho dos mercados: Bolsas sem direcção definida, petróleo em "bear market" e cacau a regressar às quedas

A praça lisboeta e a generalidade das bolsas europeias não conseguiram uma direcção marcada, com os ganhos e perdas a revelarem-se pouco expressivos. Já os juros da dívida continuam a subir, o dólar valoriza à espera da Fed, mas o cacau e o petróleo estão em queda. O "ouro negro" já entrou mesmo em "bear market".

As bolsas mundiais viveram um período dourado de ganhos. Mas a chegada de 2018 inverteu a tendência de ganhos nos mercados financeiros globais. Após anos de máximos e com um nível de volatilidade crescente nos mercados, os especialistas recomendam maior cautela na hora de investir. A aposta recai em empresas de qualidade. 

'O foco continua a estar no crescimento do lucro por acção e nos nomes que podem entregar este crescimento a médio prazo', refere a Amundi. A gestora alerta para uma rotação no mercado para empresas de maior qualidade e realça que prefere empresas norte-americanas, devido ao ambiente de forte subida dos lucros e 'ao facto de os riscos relacionados com a regulação terem sido identificados e descontados [no valor das cotações]. A Pictet também aponta uma estratégia mais defensiva, identificando oportunidades no sector do consumo e da saúde, ao mesmo tempo que passou a assumir uma posição 'neutral' no sector financeiro, face aos riscos actuais.

'No bloco europeu, os sectores de telecoms e 'utilities' continuam a apresentar múltiplos de PER com o maior desconto face à mediana, sendo penalizados pela superior
alavancagem dos seus balanços', nota o BiG, no seu 'outlook' para o terceiro trimestre. O sector industrial, de cuidados de saúde e consumo são outros em que o banco vê oportunidades na Europa.
Reuters
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Os mercados em números

PSI-20 somou 0,11% para 5.020,71 pontos

Stoxx 600 avançou 0,19% para 367,08 pontos

S&P 500 recua 0,06% para 2.812,20 pontos

"Yield" a 10 anos de Portugal sobe 1,4 pontos base para 1,944%.

Euro cede 0,09% para 1,1416 dólares

Petróleo desvaloriza 0,47% para 71,73 dólares por barril em Londres

 

Bolsas europeias sem tendência definida

A bolsa nacional encerrou em alta esta quinta-feira, 8 de Novembro, pela segunda sessão consecutiva, com o PSI-20 a valorizar 0,11% para 5.020,71 pontos.

Com apenas seis cotadas em alta e 12 em queda, o principal índice nacional foi animado sobretudo pela EDP, que apresenta os seus resultados trimestrais após o fecho do mercado.


No resto da Europa, os principais índices estiveram divididos entre ganhos e perdas pouco acentuadas, com as descidas do sector automóvel e petróleo e gás a serem compensadas pelos ganhos do retalho e banca. O índice de referência para a Europa, o Stoxx600, subiu 0,19% para 367,08 pontos.

 

Juros europeus voltam a subir

Itália continua a centrar as atenções dos investidores e a suscitar alguns receios, o que faz com que os juros da dívida na Europa estejam generalizadamente em alta. As previsões da Comissão Europeia aprofundam as diferenças com Itália e isso continua a ser um facto de instabilidade, dado não ter havido um recuo, por parte do governo transalpino, no objectivo do défice para 2019 inscrito na sua proposta de Orçamento – que foi "chumbada" por Bruxelas.

Os juros da dívida italiana a dez anos estão a subir 5,8 pontos base para 3,395%, ao passo que as "yields" das obrigações alemãs (Bunds) a 10 anos avançam 0,7 pontos base para 0,454%. Já os juros da dívida portuguesa no mesmo prazo registam um acréscimo de 1,4 pontos base para 1,944%.

 

Euribor sobem em todos os prazos

A Euribor a três meses, em valores negativos desde 21 de Abril de 2015, subiu hoje 0,001 pontos para -0,316%. Também a taxa a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação e que entrou em terreno negativo pela primeira vez a 6 de Novembro de 2015, aumentou 0,001 pontos para -0,257%.    


A nove meses, a Euribor pulou 0,001 pontos para -0,196%, e no prazo a 12 meses avançou também 0,001 pontos para -0,148%.

 

Dólar trava quedas com Fed na mira

A nota verde está a negociar em alta, travando o movimento de queda que se observou durante três sessões consecutivas, com o foco dos investidores a virar-se para a política de decisão monetária da Reserva Federal norte-americana – que será anunciada às 19:00 de Lisboa.

Espera-se que a Fed mantenha os juros nos níveis actuais, mas o mercado está à espera de mais sinais sobre o rumo da subida das taxas directoras, prevendo-se que na reunião de Dezembro o banco central proceda à quarta subida deste ano (a oitava desde que se iniciou o movimento de aumento dos juros). O euro é uma das moedas que segue a perder terreno face à divisa norte-americana, a deslizar 0,09% para 1,1416 dólares.

 

Stocks nos EUA e oferta excedentária atiram petróleo aos ursos

O crude negociado no mercado nova-iorquino já cai mais de 20% desde o último máximo, atingido a 3 de Outubro, o que o coloca em "bear market" (o chamado mercado urso – quando um activo perde 20% face ao último máximo). O West Texas Intermediate (WTI) para entrega em Dezembro segue a cair 0,80% para 61,10 dólares por barril, depois de a 3 de Outubro ter negociado nos níveis mais elevados de quase quatro anos, nos 76,41 dólares. Também o Brent do Mar do Norte – que é negociado em Londres e serve de referência às importações portuguesas – segue no vermelho, com os preços do contrato para entrega em Janeiro a cederem 0,47% para 71,73 dólares.

A contribuir para a depreciação do "ouro negro" nos principais mercados internacionais está o novo aumento das reservas norte-americanas de crude, que na semana passada cresceram mais do que se esperava. Foi o suficiente para pressionar sobretudo o WTI, que estabelece esta quinta-feira a nona sessão consecutiva em baixa.

Também os receios de uma oferta superior à procura têm estado a pressionar as cotações do crude, mas os investidores aguardam com expectativa pela reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que poderá decidir-se – ao contrário do que tem sido a sua bandeira nos últimos anos – por um corte da produção para colocar os preços da matéria-prima de novo em rota ascendente.

 

30 meses depois, cacau vê "rally" chegar ao fim

As cotações do cacau estão a perder terreno, numa altura em que diminuem os receios em torno da oferta mundial. Termina assim a longa série de subidas iniciada em Abril de 2016.

Na quarta-feira, os futuros do cacau atingiram máximos de 16 semanas (a negociar nos 2.410 dólares por tonelada), devido à especulação de que o fenómeno climático El Niño poderia afectar as colheitas da África Ocidental. Mas uma das principais processadoras de cacau, a Barry Callebaut, prevê um equilíbrio do mercado global, o que fez cair os preços da matéria-prima agrícola.

O cacau para entrega em Março segue a recuar 1,3% para 2.368 dólares por tonelada no mercado nova-iorquino

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