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Fecho dos mercados: Bolsas europeias sofrem queda mais forte desde o Brexit
Apesar do alívio na alta dos juros das obrigações, as bolsas europeias voltaram a registar uma sessão de perdas acentuadas, com os investidores a mostrarem receio com os impactos da subida da inflação. O dólar recupera terreno e o petróleo está em queda.
Os mercados em números
PSI-20 perdeu 2,02% para 5.405,31 pontos
Stoxx 600 caiu 1,56% para 382 pontos
S&P 500 recua 0,54% para 2.747,32 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos sobem 3,2 pontos base para 2,049%
Euro recua 0,42% para 1,2411 dólares
Petróleo em Londres desvaloriza 0,38% para 68,32 dólares
Bolsas europeias perdem 4,6% em seis sessões
As bolsas europeias fecharam em terreno negativo pela sexta sessão consecutiva, num dia que voltou ser marcado pelas quedas acentuadas devido aos receios dos investidores com uma maior agressividade dos bancos centrais na alteração da política monetária. Esta expectativa intensificou-se na sexta-feira, depois dos Estados Unidos terem revelado que os salários cresceram ao ritmo mais forte em oito anos, o que gerou um movimento de quedas fortes nas acções e obrigações em Wall Street. As bolsas asiáticas e europeias prolongaram o desempenho negativo no arranque da semana, apesar de nos Estados Unidos as descidas serem menos violentas (o Nasdaq até negoceia em alta) e os juros da dívida soberana norte-americana e alemã até estarem a aliviar.
O Stoxx 600 caiu 1,56% para 382 pontos, elevando para 4,6% a perda acumulada nestas seis sessões em que fechou no vermelho. Trata-se do período de fechos em terreno negativo mais prolongado desde Novembro e as quedas mais fortes desde Junho de 2016, mês em que os britânicos disseram nas urnas que queriam o Brexit.
A bolsa portuguesa acompanhou o movimento negativo, com o PSI-20 a sofrer uma desvalorização de 2,02% para 5.405,31 pontos, na sexta sessão em queda. O índice já anulou a quase totalidade dos ganhos acumulados desde o arranque do ano e na sessão de hoje sofreu a queda diária mais forte desde 30 de Janeiro de 2017.
Juros dos EUA e Alemanha aliviam de máximos
O mercado da dívida soberana foi o primeiro a ser penalizado pelo ajuste das expectativas quanto à evolução da inflação, sendo que muitos analistas defendem que foi a queda das obrigações a contagiar as bolsas. Apesar de persistir a turbulência nos mercados accionistas, a sessão de hoje até foi de alívio nos juros da dívida norte-americana e alemã, que nas últimas sessões tinham fixado máximos de Janeiro de 2014 e Setembro de 2015, respectivamente.
A "yield" das bunds alemãs a 10 anos desce 3,4 pontos base para 0,733% e o juro das obrigações dos EUA a 10 anos seguem estáveis nos 2,845%, depois de durante a manhã terem tocado num novo máximo nos 2,883%.
Na dívida portuguesa a "yield" dos títulos a 10 anos avança 3,2 pontos base para 2,049%, tendo tocado em máximos de 3 de Janeiro.
Perspectiva de subida de juros impulsiona dólar
Depois de um arranque de ano marcado por quedas, o dólar está a ser um dos vencedores deste ajustar de expectativas da subida da inflação, pois o mercado está agora a descontar mais agravamentos na taxa de juro dos Estados Unidos. O mercado de futuros já está a descontar pelo menos três subidas de juros nos Estados Unidos, sendo a primeira de 2018 já em Março.
O índice do dólar contra as principais divisas mundiais valoriza 0,2% e o euro desvaloriza 0,42% para 1,2411 dólares. No acumulado de 2018 a moeda europeia conserva um ganho de mais de 3% face à divisa norte-americana.
Taxas Euribor estáveis
As taxas Euribor mantiveram-se hoje em todos os prazos. A Euribor a três meses foi fixada em -0,329%, pela terceira sessão consecutiva, contra o actual mínimo de sempre, de -0,332%. A taxa Euribor a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação, manteve-se também em -0,278%, contra o actual mínimo de sempre, de -0,279%, registado pela primeira vez em 31 de Janeiro.
Petróleo penalizado pelas perfurações nos EUA
O petróleo está a ser penalizado pela recuperação do dólar e também pelo relatório que mostra que o número de perfurações para extracção da matéria-prima nos Estados Unidos aumentou ao ritmo mais elevado desde Agosto do ano passado. O Brent em Londres cede 0,38% para 68,32 dólares e o WTI em Nova Iorque cai 0,49% para 65,13 dólares.
Bitcoin continua a afundar
As criptomoedas sofrem esta segunda-feira mais uma sessão de fortes quedas, penalizadas pelos anúncios de vários bancos, que proibiram os seus clientes de transaccionar os títulos com recurso a crédito. A bitcoin, que é a mais relevante das criptomoedas, afunda 16% para 7.175 dólares, o que de acordo com as cotações da Bloomberg corresponde a um mínimo de Novembro passado e representa uma queda de mais de 60% face ao máximo de sempre fixado em Dezembro nos 19.511 dólares.