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Fecho dos mercados: BCE penaliza bolsas e impulsiona maior subida do euro em dois meses
A possibilidade de o BCE retirar antecipadamente os estímulos à economia penalizou as bolsas, levou o euro a subir quase 1% face ao dólar e empurrou o prémio de risco de Portugal para mínimos de quase oito anos.
Os mercados em números
PSI-20 desceu 0,24% para 5.644,26 pontos
Stoxx600 desvalorizou 0,34% para 397,25 pontos
S&P500 ganha 0,31% para 2.756,62 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos caíram 1,7 pontos para 1,825 pontos
Euro ganha 0,74% para 1,2036 dólares
Petróleo em Londres valoriza 0,77% para 69,73 dólares o barril
Bolsas europeias penalizadas pelo BCE
As bolsas europeias encerraram maioritariamente em queda esta quinta-feira, 11 de Janeiro, depois de terem sido divulgados os relatos da última reunião do BCE, onde os responsáveis da autoridade monetária apontaram para a necessidade de reajustar a sua comunicação com o mercado para sinalizar uma retirada dos estímulos monetários de forma mais célere do que o previsto actualmente.
O índice de referência para a Europa, o Stoxx600, desceu 0,24% para 5.644,26 pontos, numa sessão em que também a subida do euro teve influência nos mercados accionistas.
Em Lisboa, o PSI-20 recuou 0,24% para 5.644,26 pontos, pressionado sobretudo pelo BCP e pela Jerónimo Martins. O banco liderado por Nuno Amado perdeu 0,56% para 30,08 cêntimos enquanto a retalhista – que apresenta esta tarde as vendas preliminares – recuou 1,10% para 16,575 euros.
Prémio de risco de Portugal em mínimos de Abril de 2010
A possibilidade de o BCE retirar os estímulos à economia antecipadamente teve efeitos distintos nos juros da dívida dos países do euro. Em Portugal, a ‘yield’ associada às obrigações a dez anos recuou 1,7 pontos 1,825 pontos, enquanto na Alemanha os juros subiram 3,8 pontos para 0,581%.
Com esta evolução contrária, o prémio de risco de Portugal caiu para 124,4 pontos, o valor mais baixo desde Abril de 2010.
Em Espanha, no mesmo prazo, os juros recuaram 1,2 pontos para 1,538% e em Itália aumentaram 1,2 pontos para 2,051%.
Euro com maior subida em dois meses
A moeda única europeia está a registar uma subida acentuada face ao dólar, a beneficiar da expectativa de que o Banco Central Europeu (BCE) poderá retirar os estímulos à economia mais cedo do que o previsto.
O euro ganha 0,74% para 1,2036 dólares, depois de ter chegado a valorizar um máximo de 0,93% para 1,2059 dólares – o maior ganho desde meados de Novembro.
Brent atinge os 70 dólares
O petróleo está a negociar em máximos de Dezembro de 2014 tanto em Londres como em Nova Iorque, impulsionado pela queda da produção dos Estados Unidos e pela mais longa série de descidas das reservas de crude norte-americanas, no Inverno, em uma década.
Ontem, a Administração de Informação de Energia dos Estados Unidos informou que os inventários diminuíram pela oitava semana consecutiva – ainda que abaixo do previsto – o que levou a matéria-prima a prosseguir na trajectória de ganhos.
O West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, ganha 1,42% para 64,47 dólares, depois de já ter tocado os 64,77 dólares. Em Londres, o Brent ganha 0,77% para 69,73 dólares, depois de já ter atingido os 70,05 dólares.
Coreia do Sul penaliza bitcoin
As criptomoedas perderam terreno esta quinta-feira, penalizadas pelo anúncio do governo da Coreia do Sul de que se prepara para proibir a negociações deste tipo de moedas.
Numa conferência de imprensa, o ministro da Justiça da Coreia do Sul, Park Sang-ki, informou que o governo está a preparar uma legislação para banir a negociação das moedas virtuais nas bolsas do país, num dia em que também foram realizadas buscas nas bolsas locais por suspeitas de evasão fiscal.
Depois de ter afundado quase 12% durante a sessão, a bitcoin recua 3,15% para 14.038,37 dólares, elevando para mais de 16% a desvalorização acumulada nas últimas quatro sessões.