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Fecho dos mercados: Banca espanhola afunda bolsas. Juros agravam-se

As fortes quedas dos títulos da banca estiveram a condicionar o desempenho das principais praças europeias. Já o euro segue a recuperar de mínimos de 14 anos e o petróleo desce, após a subida das reservas nos EUA.

Reuters
21 de Dezembro de 2016 às 17:20
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Os mercados em números

PSI-20 desvalorizou 0,25% para 4.646,34 pontos

Stoxx 600 desceu 0,21% para 360,56 pontos

S&P 500 cede 0,12% para 2.268,02 pontos

"Yield" a 10 anos de Portugal subiu 2,6 pontos base para 3,770%

Euro sobe 0,35% para 1,0425 dólares

Petróleo cai 0,54% para 55,05 dólares por barril, em Londres

Banca trava bolsas

A notícia de que os bancos espanhóis terão que devolver com efeitos retroactivos os valores cobrados indevidamente nos contratos de crédito à habitação com as chamadas cláusulas "suelo" afundou os títulos da banca espanhola e arrastou as bolsas europeias. O índice europeu Stoxx 600 caiu 0,21%, em mais um dia marcado por notícias negativas no sector da banca. Em Espanha, o Popular tombou mais de 7%, enquanto o CaixaBank e o Sabadell cederam mais de 3%, depois de ter sido conhecida a decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia sobre as cláusulas "suelo". Em Itália, o Monte dei Paschi chegou a afundar um máximo de 19%, após um alerta de liquidez que o coloca cada vez mais perto do resgate.

A bolsa lisboeta seguiu a tendência negativa registada pelas praças europeias. O PSI-20 perdeu 0,25%, com o BCP a pressionar o índice accionista português. O banco liderado por Nuno Amado desvalorizou 2,26% para 1,1142 euros, a acompanhar o sentimento negativo vivido pelo sector da banca europeia. A condicionar o desempenho da bolsa lisboeta esteve ainda a Galp. A petrolífera cedeu 0,35% para 14,105 euros, numa sessão de quedas no petróleo.

Prémio de risco aumenta

O prémio de risco da dívida portuguesa agravou-se esta quarta-feira, 21 de Dezembro. A taxa de referência a dez anos subiu 2,6 pontos base, para 3,77%, com os investidores a manifestarem receios em relação à situação da banca na periferia do euro. Já as "bunds" alemãs caíram 2,2 pontos base, para 0,247%, elevando o diferencial para as "yields" portuguesas para 352,35 pontos base.

Euribor de regresso às quedas

As taxas Euribor desceram hoje três e a 12 meses, subiram a seis meses e mantiveram-se inalteradas a nove meses em relação a terça-feira. A taxa Euribor a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação e que entrou em terreno negativo pela primeira vez em 06 de Novembro de 2015, foi hoje fixada em -0,216%, mais 0,002 pontos do que na sessão anterior e contra -0,220%, actual mínimo de sempre registado pela primeira vez em 22 de Novembro. A Euribor a três meses, em valores negativos desde 21 de Abril de 2015, recuou hoje para -0,0315%, face aos -0,313% da sessão anterior, depois de ter descido para o mínimo de sempre, de -0,318%, em 08 de Dezembro.

Euro recupera de mínimos

Depois de ter estado a renovar mínimos de Janeiro de 2003, a moeda única europeia segue a avançar esta quarta-feira. O euro soma 0,35% para 1,0425 dólares, voltando a superar a barreira dos 1,04 dólares. A expectativa de uma maior divergência entre a política monetária nos EUA e na Zona Euro tem penalizado a divisa europeia, que se tem estado a aproximar da paridade face ao dólar.

Subida das reservas penaliza petróleo

Ao contrário do que era previsto pelos analistas, as reservas de crude nos EUA aumentaram na última semana, um relatório que está a pesar nas cotações do petróleo. O WTI, negociado em Nova Iorque, desce 0,36% para 53,11 dólares por barril, enquanto o Brent, em Londres, perde 0,54% para 55,05 dólares por barril. Segundo um relatório divulgado hoje nos EUA, as reservas de petróleo subiram 2,26 milhões de barris, quando as estimativas apontavam para uma quebra em torno de 2,5 milhões.

Queda do dólar suporta ouro

Os preços do ouro seguem a valorizar, com o metal a ganhar 0,4% para 1.138,20 dólares por onça. O metal precioso está a ser sustentado pela correcção do dólar, que está a ceder face às principais divisas mundiais. Apesar da correcção registada nas últimas semanas, o ouro continua a acumular uma valorização superior a 7% este ano, a maior subida anual desde 2011.

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