Europa fecha mista com cautela a travar bons ventos das tecnológicas

As bolsas europeias fecharam mistas, num dia em que os investidores estão atentos aos comentários dos diferentes líderes dos bancos centrais no Simpósio de Jackson Hole, que arrancou esta quinta-feira no estado de Wyoming. 

A pesar no sentimento estão os dados ontem divulgados na Zona Euro, que levantaram temores quanto a uma possível recessão na região, assim como os mais recentes dados do emprego nos Estados Unidos. Foi hoje conhecido que o número de novos pedidos de subsídio de desemprego recuou para o nível mais baixo em três semanas, estando estes a ser interpretados como um fator que pode levar a Fed a manter a política monetária restritiva.

O Stoxx 600, referência para a região, cedeu 0,41% para 451,57 pontos, com o setor da tecnologia a ser o que mais desvalorizou (-2,40%). As tecnológicas arrancaram a sessão com ganhos, depois de os resultados do segundo trimestre fiscal da Nvidia terem superado as expectativas dos analistas. Contudo, os mais recentes dados económicos sobrepuseram-se aos ganhos da fabricante de chips. 

Já o setor dos serviços financeiros foi o que mais valorizou, com um avanço de 0,80%.

Nas principais praças europeias, o alemão Dax 30 recuou 0,68%, o francês CAC-40 cedeu 0,44%, o italiano FTSE Mib deslizou 0,57%, o britânico FTSE 100 somou 0,18%, o AEX, em Amesterdão, caiu 0,91% e o espanhol Ibex 35 avançou 0,10%.

Juros terminam sessão mistos

Os juros das dívidas soberanas na Zona Euro fecharam mistos, com os investidores indecisos antes dos discursos de Jerome Powell e Christine Lagarde no simpósio Jackson Hole, onde poderão obter pistas sobre o futuro da política monetária levada a cabo pela Reserva Federal (Fed) norte-americana e pelo Banco Central Europeu (BCE).

A "yield" das Bunds alemãs a 10 anos – "benchmark" para a Zona Euro – aliviou 0,5 pontos base para 2,507%.

Já os juros da dívida portuguesa com a mesma maturidade avançaram 1,3 pontos base para 3,199%, enquanto os juros da dívida italiana com a mesma maturidade subiram 0,7 pontos base para 4,166%.

Por sua vez, a rendibilidade das obrigações espanholas com vencimento em 2033 caiu 0,8 pontos base para 3,526%, enquanto a da França desceu 0,3 pontos base para 3,034%.

Jackson Hole dá fôlego ao dólar

O dólar está a avançar esta quinta-feira, impulsionado pelos dados dos subsídios de desemprego nos EUA, numa altura em que os investidores se preparam para o Simpósio de Jackson Hole, onde o presidente da Reserva Federal (Fed), Jerome Powell, vai discursar.

A nota verde acelera 0,28% para 0,9229 euros.

"Eu acho que o que estamos a verificar são, em grande parte, reajustamentos de posição antes do Jackson Hole", disse Stuart Cole, economista chefe de macro na Equiti Capital, à Reuters, explicando que como ninguém sabe o que Powell vai dizer amanhã, os investidores tendem a optar pelo dólar. 

O que também pode ter influenciado a negociação foram os dados sobre o emprego nos EUA, que mostraram que há menos norte-americanos a pedir subsídios de desemprego.

"Penso que, possivelmente, os dados dos pedidos de subsídio de desemprego também deram algum apoio ao dólar, uma vez que não foram tão fracos como se temia e compensam, de certa forma, a revisão em baixa do valor dos salários que tivemos ontem", disse o especialista.

Petróleo continua a deslizar

O petróleo desvaloriza perante a possibilidade de aumento da oferta e dados menos positivos sobre a economia global.

O West Texas Intermediate (WTI) – negociado em Nova Iorque – recua 0,20% para 78,73 dólares por barril.

O Brent do Mar do Norte – referência para as importações europeias – perde 0,29% para 82,97 dólares por barril.

O petróleo tem estado em queda esta semana, pressionado por sinais de entrada de mais barris no mercado. A administração Biden está em negociação com a Venezuela para um eventual levantamento temporário das sanções sobre a venda de crude. A isto junta-se um aumento das exportações iranianas registado este mês.

A contrapor os ganhos de junho, motivados em grande parte pelos cortes de oferta da Arábia Saudita e da Rússia, está também a fragilizada economia chinesa e sinais que apontam para uma manutenção de taxas de juro elevadas nos EUA, além de dados económicos cinzentos na Europa.

Ouro valoriza com investidores à espera de pistas da Fed

O ouro está a valorizar, num dia em que os investidores aguardam por pistas sobre quais os próximos passos da Reserva Federal (Fed) dos Estados Unidos. As atenções dos investidores estão a partir de hoje centradas no Simpósio de Jackson Hole, no estado de Wyoming, onde vão estar os líderes dos maiores bancos centrais. 

Jerome Powell, presidente da Fed, discursa na sexta-feira, sendo esse um dos momentos mais aguardados.

O ouro soma 0,19% para 1.919,07 dólares por onça e a platina valoriza 0,96% para 942 dólares, enquanto o paládio cede 1,52% para 1.258,17 dólares e a prata perde 0,27% para 24,24 dólares.

O índice de gestores de compras (PMI, na sigla em inglês) composto dos EUA caiu para 53 pontos em junho, abaixo dos 54,3 pontos registados em maio, tendo atingido o menor nível em três meses. Este índice, que engloba o setor industrial e o dos serviços e é medido pela S&P Global, sinalizou assim alguma contração da economia norte-americana, dando força às expectativas de que a Fed tem margem para pausar as subidas dos juros. Esse sentimento parece manter-se, apesar das mais recentes declarações do antigo presidente da Fed de St. Louis, James Bullard, que alertou que um possível recuperação económica este verão poderá retardar uma postura mais branda do banco central dos EUA.

Wall Street no verde com Nvidia a subir mais de 4%

As bolsas norte-americanas abriram no verde, num dia em que os resultados do segundo trimestre da Nvidia animaram os investidores. A fabricante de semicondutores alcançou um recorde de 13,51 mil milhões de dólares de receitas no seu segundo trimestre fiscal, findo a 30 de julho, o que representa um crescimento homólogo de 101% e uma subida de 88% face ao trimestre anterior.

Os analistas ouvidos pela Bloomberg apontavam para que a faturação se situasse nos 11,04 mil milhões de dólares. A Nvidia arrancou a sessão a subir 4,57% para 492,70 dólares, estando o seu bom desempenho a animar outras empresas do setor. 

"A Nvidia mostrou que a procura por tecnologia ligada à inteligência artificial mantém-se forte apesar de tudo o que se passa", afirmou Stuart Cole, economista-chefe na Equiti Capital, à Bloomberg, admitindo que ações relacionadas com a IA poder vir a ser vistas como "ativos-refúgio" no mundo das ações.

Ainda assim, os ganhos dos índices são relativamente moderados na abertura, numa altura em que as atenções dos investidores estão no arranque do Simpósio de Jackson Hole, no Wyoming. O S&P 500 soma 0,23% para 4.447,07 pontos, o Nasdaq Composite cresce 0,49% para 13.787,88 pontos e o industrial Dow Jones sobe 0,04% para 34.486,27 pontos.

O discurso do presidente da Reserva Federal (Fed) dos EUA, Jerome Powell, na sexta-feira, é um dos momentos mais aguardados. O ex-presidente da Fed de St.Louis, James Bullard, alertou que uma reaceleração da economia norte-americana pode levar a juros mais altos.

Euribor desce a três meses, a seis e a 12 meses

A taxa Euribor desceu hoje a três, seis e a 12 meses, em relação a quarta-feira.

A taxa Euribor a 12 meses, que atualmente é a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, desceu hoje para 4,048%, menos 0,034 pontos do que na quarta-feira, depois de ter subido até 4,193% em 7 de julho, um novo máximo desde novembro de 2008.

No prazo a seis meses, a taxa Euribor, que entrou em terreno positivo em 7 de julho de 2022, desceu 0,021 pontos, relativamente a quarta-feira, para 3,932%, contra o máximo desde novembro de 2008, de 3,972%, verificado em 21 de julho.

A Euribor a três meses, por sua vez, também desceu para 3,784%, mais 0,042 pontos do que na quarta-feira dia em que se fixou em 3.826%, um máximo registado desde dezembro de 2008.

As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 4 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na Zona Euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.

Na mais recente reunião de política monetária, realizada em 27 de julho, o BCE voltou a subir os juros, pela nona sessão consecutiva, em 25 pontos base - tal como em 15 de junho e 4 de maio -, acréscimo inferior ao de 50 pontos base efetuado em 16 de março, em 2 de fevereiro e em 15 de dezembro, quando começou a desacelerar o ritmo das subidas.

Antes, em 27 de outubro e em 8 de setembro, as taxas diretoras subiram em 75 pontos base. Em 21 de julho de 2022, o BCE tinha aumentado, pela primeira vez em 11 anos, em 50 pontos base, as três taxas de juro diretoras.

A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 14 de setembro.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

Lusa

Europa começa quarta sessão no verde. ASML aproveita jogo de simpatia da Nvidia

A Europa começou a sessão no verde, pela quarta sessão consecutiva, com as ações dos fabricantes de semcondutores na linha da frente, após os fortes resultados e esperançoso "guidance" da Nvidia para este trimestre.

O Stoxx 600 – "benchmark" para o bloco – sobe 0,6% para 456,19 pontos. Entre os 20 setores que compõem o índice de referência europeu, tecnologia e imobiliário comandam os ganhos. À boleia do entusiasmo em torno das contas da Nvidia, a holandesa ASML  sobe 1,59%.

A Nvidia alcançou um recorde de 13,51 mil milhões de dólares de receitas no seu segundo trimestre fiscal, findo a 30 de julho, o que representa um crescimento homólogo de 101% e uma subida de 88% face ao trimestre anterior.

Já a Harbour Energy regista uma queda de 1,57%, depois de a energética ter alertado que o "windfall tax" aplicado no Reino Unido terá impacto no seu negócio no país.

Entre as principais praças europeias, Madrid avança 0,6%m Frankfurt sobe 0,69% e Paris soma 0,8%.

Londres arrecada 0,38%, Amesterdão valoriza 0,72% e Milão cresce 0,68%. Por cá, a bolsa de Lisboa acompanha a tendência no resto do bloco e ganha 0,68%.

Além de estarem a reagir às contas da Nvidia e ao seu impacto no setor da inteligência artificial, os investidores preparam-se ainda para o arranque do simpósio da Reserva Federal (Fed) norte-americana Jackson Hole, esta quinta-feira, sendo o momento auge o discurso do presidente do banco central, Jerome Powell, na sexta-feira.

Juros aliviam na Zona Euro

Os juros aliviam na Zona Euro, com os investidores à espera de pistas sobre o futuro da política monetária levada a cabo pela Reserva Federal (Fed) norte-americana, durante o simpósio Jackson Hole.  

A "yield" das Bunds alemãs a 10 anos – "benchmark" para a Zona Euro – alivia 2,9 pontos base para 2,483%.

Os juros da dívida portuguesa com a mesma maturidade subtraem 2 pontos base para 3,166%.

A rendibilidade das obrigações espanholas com vencimento em 2033 cai 2,8 pontos base para 3,506%.

Os juros da dívida italiana  com a mesma maturidade perdem 3,1 pontos base para 4,127%.

Todos de olhos postos em Kansas City. Dólar sobe

O índice do dólar da Bloomberg – que compara a força da nota verde contra outras divisas – regista um ganho ligeiro de 0,09%, estando a negociar em 103,514 pontos.

O indicador mantém-se perto da média móvel a 200 dias, depois de esta quarta-feira ter caído pressionado pelos mais recentes (e fracos)  dados sobre os serviços e a indústria nos EUA, através do índice PMI.

Os investidores preparam-se agora para o arranque do simpósio da Reserva Federal (Fed) norte-americana Jackson Hole, esta quinta-feira, sendo o momento auge o discurso do presidente do banco central, Jerome Powell, na sexta-feira.

"Os olhos estão todos voltados para Jackson Hole em Kansas City", considera Win Thin, responsável pelo departamento de estratégia cambial da Brown Brothers Harriman, em declarações à Bloomberg.

O euro negoceia na linha de água (-0,04%) para 1,0859 dólares, ainda na ressaca dos mais recentes dados que apontam para que a contração na Zona Euro esteja mais próxima.

Expectativa sobre fim da subida dos juros puxa o brilho ao ouro

O ouro valoriza 0,33% para 1921,86 dólares por onça, depois de os mais recentes dados económicos darem sustentação ao fim do ciclo de subida dos juros diretores nos EUA.

O índice de gestores de compras (PMI, na sigla em inglês) composto dos EUA, que engloba os setores industrial e de serviços e é medido pela S&P Global, caiu para 53 pontos em junho, face aos de 54,3 pontos contabilizados em maio, tendo assim atingido o menor nível em três meses.

No mercado de "swaps", os investidores apostam para uma probabilidade de 86,5% da taxa dos fundos federais se manter inalterada na próxima reunião agendada para setembro.

Os olhares viram-se agora para o simpósio Jackson Hoke, sendo esperado que o líder da autoridade monetária, Jerome Powell, dê pistas no seu discurso, na sexta-feira, sobre o futuro da política monetária levada a cabo pelo banco central.

Petróleo cai pelo quarto dia atento às negociações entre Venezuela e EUA

O petróleo cai pela quarta sessão consecutiva, numa altura em que as perspetivas apontam para um reforço do lado da oferta.

O West Texas Intermediate (WTI) – negociado em Nova Iorque – recua 0,56% para 78,45 dólares por barril.

O Brent do Mar do Norte – referência para as importações europeias – perde 0,48% para 82,81 dólares por barril.

A administração do presidente norte-americano Joe Biden está em negociações com a Venezuela, para explorar o levantamento temporário das sanções que impediram a venda de crude.

Esta notícia, a par do aumento de exportações deste mês do Irão ofuscou a queda do número do stocks de crude nos EUA, confirmado pelos dados oficiais publicados esta quarta-feira, e os cortes de produção da Rússia. E da Arábia Saudita.

Europa e Ásia abrem champanhe à Nvidia. Hong Kong com melhor dia em um mês

A Europa aponta a sessão para um arranque positivo e a Ásia fechou a sessão no verde, com as tecnológicas na frente do pelotão dos ganhos, depois de os resultados da Nvidia terem superado as expectativas.

Assim, os futuros sobre o Euro Stoxx 50 somam 0,8%.

Na Ásia, pela China, Hong Kong registou o melhor dia em um mês, tendo subido 2,1%,  e Xangai valorizou 0,6%.

No Japão, o Topix somou ganhou 0,5% e o Nikkei valorizou 0,87%.

Na Coreia do Sul, o Kospi arrecadou 1,34%.

Os investidores estão ainda atentos ao arranque, nesta quinta-feira, do simpósio Jackson Hole da Reserva Federal (Fed) norte-americana.

Ainda assim, o momento auge será na sexta-feira, dia em que está marcado o discurso do presidente da autoridade monetária Jerome Powell. O mercado procura pistas sobre o futuro da política monetária levada a cabo pelo banco central.