Notícia
Europa sorri, juros agravam-se e petróleo avança
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados durante esta quinta-feira.
Europa termina sessão vestida de verde a olhar para China e EUA
A Europa encerrou a penúltima sessão da semana no verde, tendo a negociação sido marcada pela leitura dos investidores das atas da última reunião de política monetária da Reserva Federal norte-americana. O documento foi publicado esta quarta-feira já depois da sessão europeia.
O mercado esteve ainda a digerir as notícias vindas da China. Vários media chineses noticiaram que o governo do país deverá avançar com a venda de mais de 229 mil milhões de euros em obrigações, com o objetivo de financiar o investimento em infraestruturas e o orçamento do país - um movimento natural por Pequim com o agravar da situação económica.
O "benchmark" europeu por excelência, Stoxx 600, somou 0,39% para 440,76 pontos, depois de na última sessão ter interrompido a mais longa sequência de vitórias desde março.
Entre os 20 setores que compõe o índice, energia, tecnologia e o setor da mineração lideraram os ganhos.
Entre os principais movimentos de mercado, destaca-se a queda de 3,72% da Adyen NV, depois de a empresa ter reportado resultados do segundo trimestre, que ficaram aquém das estimativas.
Nas restantes praças europeias, Frankfurt ganhou 0,52%, Paris acumulou 0,45% e Londres avançou 0,45%. Já Amesterdão somou 0,47%. Milão comandou os ganhos ao crescer 1%, enquanto Madrid (-0,05%) e Lisboa (0,01%) terminaram o dia na linha d' água.
Juros agravam-se na Zona Euro
Os juros agravaram-se na Zona Euro, num dia marcado pelas declarações de Isabel Schnabel, membro da comissão executiva do Banco Central Europeu, que abriu as portas a uma subida das taxas de juro em 50 pontos base na próxima reunião em setembro.
A "yield" das Bunds alemãs a dez anos - referência para a Zona Euro - agravaram 1,7 pontos base para 1,095%.
Em Itália, os juros das obrigações a dez anos subiram 0,8 pontos base para 3,312%, o movimento de agravamento menos expressivo da Zona Euro.
Na Península Ibérica a "yield" da dívida portuguesa a dez anos somou 2,8 pontos base - o aumento mais expressivo da região - para 2,144%.
Já em Espanha, os juros das obrigações com a mesma maturidade cresceram 2,5 pontos base para 2,242%, valor acima da "yield" nacional.
O mercado foi marcado esta quinta-feira pelas declarações de Isabel Schnabel, membro da comissão executiva do BCE, a qual alertou que as preocupações da autoridade monetária na reunião de julho "não foram aliviadas", colocando assim em cima da mesa a posisibilidade um novo aumento das taxas de juro diretoras em 50 pontos base,na próxima reunião de política monetária em setembro.
Petróleo valoriza mais de 2%
O petróleo segue a valorizar pelo segundo dia consecutivo, numa altura em que o relatório de reservas dos EUA amenizou os receios de um abrandamento da maior economia mundial.
O West Texas Intermediate (WTI) – negociado em Nova Iorque – sobe 2,59% para 90,39 dólares por barril. Já o Brent do Mar do Norte, referência para as importações europeias, avança 2,69% para 96,17 dólares por barril.
Os dados publicados esta semana pelo departamento de Energia dos EUA indicam que as reservas de petróleo e gasolina dos EUA caíram acentuadamente. Também a produção de petróleo desceu face a máximo de dois anos. O relatório surprendeu os investidores. "Os fundamentos podem não ser tão prejudiciais para o petróleo como se pensou há uma semana", disse Dennis Kissler, vice-presidente sénior da negociação na BOK Financial, à Bloomberg.
"Ainda assim, os investidores continuam preocupados com o cenário geral", acrescentou.
Contudo, o petróleo segue a negociar perto do valor mais baixo em seis meses, tendo perdido os ganhos obtidos desde a invasão russa da Ucrânia. O novo secretário-geral da OPEP revelou que a produção em excedente estava a tornar-se "escassa", mas manifestou confiança de que a procura deve aumentar ainda este ano.
Euro cede perante dólar impulsionado pelo desemprego
O euro derrapa 0,43% para 1,0132 dólares, numa altura em que a nota verde ganha força, beneficiada pelos números do desemprego nos EUA.
O índice do dólar da Bloomberg - que compara a força do "green cash" contra 10 divisas rivais, incluindo o euro - sobe 0,48% para 107,08 pontos.
Este movimento em alta ocorre momentos depois de o Departamento de Trabalho dos EUA divulgar a primeira queda em três semanas do número de novos pedidos de subsídios de desemprego no país, um indicador importante para apurar a saúde da economia norte-americana e sustentar o futuro da política monetária levada a cabo pelo banco central liderado por Jerome Powell.
Na semana que terminou a 12 de agosto, o número de novos pedidos de subsídio de desemprego caiu para 250 mil.
A nota verde já negociava em tendência positiva esta manhã, reagindo em alta à divulgação das atas da Fed esta quarta-feira ao final do dia.
Ouro sobe ligeiramente após atas da Fed
O ouro segue a negociar na linha de água, numa altura em que os investidores avaliam as atas da última reunião da Reserva Federal norte-americana (Fed) divulgadas esta quarta-feira. Os documentos em causa apontam para a necessidade de novas subidas das taxas de juro, mas admitindo um ritmo mais lento.
A Fed deixou ainda claro que teme que o aumento dos preços se enraíze na economia do país caso o mercado comece o mercado comece a incorporar um ritmo mais lento de subidas nos juros diretores. Se este risco se materializar, alerta a autoridade monetária nas a atas, "será mais difícil alcançar a meta de reduzir a inflação para 2%".
O metal amarelo travou as perdas logo após a divulgação das atas, mas ainda assim terminou o dia de ontem em baixa.
Hoje, o ouro valoriza 0,11% para 1.763,64 dólares por onça, enquanto a platina cede 0,84% para 919,92 dólares e o paládio avança 0,84% para 2.157,08 dólares.
Arranque de sessão em Wall Street marcado pelos números do desemprego
Wall Street arrancou a sessão com dois dos principais índices sem uma tendência definida e com o Dow Jones em terreno negativo, num dia marcado pela reação aos números do desemprego.
O industrial Dow Jones derrapa 0,12% para 33.940,79 pontos, enquanto o S&P 500 (-0,07%) negoceia na linha d' água para 4.270,08 pontos. Também o tecnológico Nasdaq Composite negoceia na linha d' água (-0,09%), mais concretamente em 12,923,65 pontos.
Entre os principais movimentos de mercado, as ações da Cisco sobem 6%, depois de a tecnológica ter divulgado antes da sessão que registou um lucro de 2,82 mil milhões de dólares no segundo trimestre do ano.
Por sua vez, a Bed Bath & Beyond mergulha 14%, após o presidente da GameStop, Ryan Cohen, ter revelado que vai vender 7,78 milhões de ações que detém no capital da retalhista.
Os investidores estão a digerir os números de pedidos de subsídio de desemprego da semana que terminou a 12 de agosto nos EUA, que cairam pela primeira vez em três semanas, para 250 mil pedidos.
O sentimento durante o arranque da sessão mateve-se frágil, ainda numa altura em que os investidores digerem as atas da última reunião da Reserva Federal norte-americana, reveladas nas últimas horas da negociação em Wall Street, as quais alertam para o risco da inflação enraizar-se na economia norte-americana.
Europa mista. Stoxx 600 na linha de água
As principais praças europeias estão a negociar mistas, depois de os primeiros minutos terem sido marcados por ganhos.
O índice de referência para a região, Stoxx 600, está na linha de água, a subir ligeiramente, 0,02%, para 439,10 pontos. O setor automóvel, a tecnologia e petróleo e gás estão a sustentar os ganhos, ao passo que a banca e o setor mineiro estão a desvalorizar.
Analistas do Citigroup, numa nota consultada pela Bloomberg, indicam que apesar dos resultados das empresas terem sido melhores que o esperado, a expectativa é de que as estimativas para a segunda metade do ano sejam "frágeis, especialmente à medida que a realidade de recessão começa a ser considerada nessas previsões".
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax e o italiano FTSEMIB valorizam 0,42%, o francês CAC-40 ganha 0,12%. Entre as quedas está o AEX, em Amesterdão a perder 0,62%, seguido pelo britânico FTSE 100 que cede 0,17% e o espanhol IBEX a recuar 0,08%.
Juros agravam-se na Zona Euro. Portugal é o que mais sobe
Os juros da dívida soberana na Zona Euro estão a agravar-se, com Portugal a registar a maior subida. O agravamento das "yields" pode demonstrar menor apetite dos investidores pelo risco, numa altura em que a incerteza económica se mantém.
A "yield" da dívida portuguesa a dez anos sobe 5 pontos base para 2,165%. Já os juros das "Bunds" alemãs a dez anos, referência para o mercado de dívida europeu, avançam 4 pontos base para 1,118%, superando o patamar de 1,1%, que não era registado desde o final de julho.
A "yield" da dívida espanhola, por sua vez, aumenta 4,8 pontos base para 2,265%, enquanto os juros da dívida italiana crescem 4,6 pontos base para 3,350%.
Dólar a valorizar com atas da Fed
O dólar está a valorizar face ao euro e principais divisas. Isto depois da divulgação das atas da última reunião da Fed de julho, que revelaram que as taxas de juro vão continuar a subir no país.
Os membros da autoridade monetária revelaram ainda que a decisão da subida das taxas diretoras irá ser feita tomando por base os dados económicos mais recentes.
A dar valor à moeda norte-americana estão também as condições da economia chinesa, que têm vindo a deteriorar. Foi também nesse sentido que, depois do fecho das bolsas na Ásia, vários media do país noticiaram que Pequim deverá avançar com a venda de mais de 229 mil milhões de euros em obrigações - um movimento expectável, com o agravar da situação económica.
O dólar valoriza 0,22% em relação ao euro e 0,17% face ao renminbi. Já o índice do dólar da Bloomberg – que compara a força da nota verde contra dez divisas rivais – sobe 0,29% para 106,885 pontos.
Ouro na linha de água após atas da Fed
O ouro está a negociar na linha de água e a ceder ligeiramente, com os investidores a avaliarem as atas da última reunião da Reserva Federal norte-americana, em que os membros da autoridade monetária "consideraram que há um risco significativo para o comité de que a elevada inflação se possa enraizar se o público começar a questionar que o comité vai ajustar suficientemente o posicionamento político".
Nesse sentido, vários membros da Fed esclareceram que a decisão do ritmo das subidas das taxas diretoras vai ser sempre tomando por base os dados económicos mais recentes nos EUA.
O ouro segue a ceder 0,01% para 1.761,55 dólares por onça e a prata perde 0,87% para 16,63 dólares. Já a platina recua 0,95% para 918,78 dólares e o paládio cai 0,18% para 2.135,32 dólares.
Petróleo flutua, mas com ganhos
O petróleo está a valorizar ligeiramente, mas segue a negociar perto do valor mais baixo em seis meses. Isto depois de ter valorizado mais de 1% ontem, depois de dois dias de perdas. O "ouro negro" foi impulsionado pelo anúncio de Pequim, que prometeu tomar medidas para apoiar a economia do importador número um de crude no mundo.
O West Texas Intermediate (WTI) – negociado em Nova Iorque – sobe 0,15% para 88,24 dólares por barril. Já o Brent do Mar do Norte, referência para as importações europeias, avança 0,22% para 93,86 dólares por barril.
Esta terça-feira o novo secretário-geral da OPEP revelou que a produção em excedente estava a tornar-se "escassa" e acredita que a procura deve aumentar ainda este ano.
"O mercado parece estar um pouco em baixa do lado da procura", adianta Daniel Hynes analista do Australia & New Zealand Banking Group, à Bloomberg. "Se por um lado podemos ver a procura a diminuir numa base sazonal, por outro o petróleo está muito mais apertado no quarto trimestre".
Ásia no vermelho. Europa regressa ao verde
Na Ásia, a negociação desta quinta-feira foi negativa, com os resultados de empresas chinesas a pesarem no sentimento dos investidores, bem como as perspetivas de crescimento económico, nesta que é a maior economia do mundo.
Na Europa, os futuros sobre o Euro Stoxx 50 sobem 0,13%, depois de terem estado esta terça-feira a desvalorizar, na sequência da divulgação de dados da inflação no Reino Unido, que está em máximos de 40 anos, e da antecipação da política monetária a tomar por parte dos bancos centrais.
O maior promotor imobiliário da China foi um dos principais movimentos de mercado, a perder mais de 5%, depois de ter anunciado que os resultados da primeira metade do ano diminuíram cerca de 70%, numa altura em que o país enfrenta uma crise no setor. Ao mesmo tempo, a maior tecnológica chinesa Tencent divulgou esta quarta-feira resultados que revelam um recuo nas receitas pela primeira vez desde a sua entrada na bolsa de Hong Kong, em 2004.
Ainda esta quarta-feira, tanto o Goldman Sachs como o Nomura cortaram as perspetivas de crescimento económico para a China. Minutos depois do fecho dos mercados da região, vários media chineses noticiam que o governo do país deverá avançar com a venda de mais de 229 mil milhões de euros em obrigações, com o objetivo de financiar o investimento em infraestruturas e o orçamento do país - um movimento natural por Pequim com o agravar da situação económica.
A pesar no sentimento dos investidores esteve também a divulgação das minutas da reunião da Reserva federal norte-americana de julho, em que a autoridade revela que teme que a elevada inflação se enraíze na economia do país caso o mercado comece a incorporar um ritmo mais lento de subidas nos juros diretores nos Estados Unidos.
Em Hong Kong, o Hang Seng cedeu 0,1%. Já Xangai recuou 0,5%. No Japão, o Nikkei perdeu 0,9% e o Topix desvalorizou 0,8%. Já na Coreia do Sul, o Kospi desceu 0,5%.