Notícia
BCE pressiona Stoxx 600. Petróleo cede e ouro avança
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados durante esta terça-feira.
BCE pressiona Stoxx 600. Dona da Primark desliza após resultados
A Europa fechou a sessão de forma mista, numa altura em que os investidores estão a acompanhar a "earnings season" e a digerir as declarações "hawkish" de um membro do conselho do BCE.
O Stoxx 600 perdeu 0,24% para 453,38 pontos, caindo assim ao final de três dias de ganhos. Entre os 20 setores que comandaram as perdas estiveram a saúde e retalho, com as ações ligadas às "commodities" a pressionarem também o índice.
Já as cotadas da banca, seguros e viagens lideraram os ganhos.
Nas restantes praças Europeias, Frankfurt recuou ligeiramente (0,07%) e Amesterdão deslizou 0,20%. Por cá, Lisboa cedeu 0,56%.
Já Londres somou 0,35%, Madrid e Paris subiram cada uma 0,26%, ao passo que Milão ganhou 0,24%.
Os investidores estiveram atentos ao desempenho das ações da Swatch, que somaram 5,06%, depois de a empresa ter apresentado bons resultados.
Por sua vez, a Logitech International ganhou 3,41%, com os analistas a receberem bem os resultados da empresa, sobretudo os números das receitas e de tesouraria.
Já a Associated British Foods caiu 0,47%, com as perdas do segmento do açúcar e de processamento de alimentos a pressionarem os resultados - que sem este fator seriam impulsionados pelo bom desempenho da marca Primark e outros segmentos do negócio.
Juros aliviam na Zona Euro
Os juros da Zona Euro estão a aliviar esta terça-feira, após vários dias de agravamento, apesar da pressão exercida por vários membros do conselho do BCE, mais recentemente Gediminas Simkus, sobre a necessidade da continuação de uma política monetária restritiva.
A "yield" das Bunds alemãs a dez anos - "benchmark" para a Zona Euro - alivia 5,3 pontos base para 2,144%.
Por sua vez, os juros das obrigações italianas a dez anos perdem 11,2 pontos base - o alívio mais expressivo da região da moeda única - para 3,901%.
Na Península Ibérica, a "yield" da dívida nacional a dez anos subtrai 7,2 pontos base para 3,002%, enquanto os juros das obrigações espanholas com a mesma maturidade perdem 7,4 pontos base para 3,091%.
Fed mais flexível dá ganhos ao euro
O euro segue a valorizar esta segunda-feira em relação ao dólar, recuando 0,05% para 1,0877 euros, com a possibilidade de que a Reserva Federal suavize a sua política monetária, numa altura em que se fala de um abrandamento económico global.
O índice do dólar da Bloomberg, que mede a moeda contra um cabaz de 10 rivais, também cedeu 0,15% para 101,987 pontos.
Ouro avança com receios de um abrandamento económico
O ouro continua a subir esta terça-feira, com a desvalorização do dólar a impulsioná-lo. Além disso, os receios de que haja um abrandamento da economia global também se intensificam, o que reforça o estatuto de ativo seguro do metal amarelo.
O ouro avança, desta maneira, 0,26% para 1.935,97 dólares por onça, com os investidores atentos aos dados fracos do retalho, maus resultados de empresas e aumento dos despedimentos por parte de tecnológicas.
A possibilidade de desaceleração da economia poderá fazer com que a Reserva Federal norte-americana alivie a sua política monetária, o que poderá dar força ao metal amarelo - que não rende juros.
Além disso, o metal precioso amarelo também está a ser beneficiado pela debilidade da moeda norte-americana, que torna o metal mais atrativo para quem negoceia com outras moedas. O índice do dólar da Bloomberg cede 0,15% para 101,993 pontos - que compara a força da nota verde contra um cabaz de dez divisas rivais.
Petróleo recua com receio de contração económica
Os preços do petróleo seguem em terreno negativo, devido aos receios em torno de uma desaceleração económica mundial e ao esperado aumento dos inventários norte-americanos de crude na semana passada.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, recua 1,21% para 81,63 dólares por barril.
Já o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, desvaloriza 1,34% para 87,01 dólares.
Wall Street abre no vermelho à medida que "earnings season" acelera. 3M derrapa quase 5%
Wall Street arrancou a sessão no vermelho, com os investidores a digerirem os mais recentes resultados apresentados pelas cotadas norte-americanas, à medida que a "earnings season" acelera nos EUA. Esta terça-feira, a bolsa de Nova Iorque decidiu suspender a negociação de várias ações, devido à elevada volatilidade.
O industrial Dow Jones segue a cair 0,58% para 33.435,38 pontos, enquanto o S&P 500 desliza 0,55% para 3.997,60 pontos. Já o tecnológico Nasdaq Composite derrapa 0,50% para 11.308,02 pontos.
O grupo industrial 3M cai 4,98%, após de reportar um recuo dos lucros trimestrais. A fabricante dos famosos "post-it" revelou ainda que vai despedir 2.500 trabalhadores em todo o mundo.
Por sua vez, a Verizon Communications desliza 1,59%, após projetar resultados abaixo das expectativas para o acumulado do ano, à medida que o número de novos clientes recua.
As ações da Johnson & Johnson seguem a subir 0,18%, depois de a farmacêutica ter anunciado uma queda de 26% dos lucros para 3,52 mil milhões de dólares e um deslize de 4,4% na receita para 23,71 mil milhões de dólares, pressionada sobretudo pelos ganhos do dólar norte-americano face às principais divisas. Ainda assim, estes resultados ficaram em linha com as expectativas do mercado.
Por fim, a Microsoft começou o dia a desvalorizar 0,17%, horas antes de divulgar os resultados trimestrais.
"A direção do mercado vai agora começar a ser definida pelos resultados [das empresas]", comentou Peter Cardillo, economista-chefe da Spartan Capital Securities, em Nova Iorque, em declarações à Reuters.
Taxas Euribor sobem a três e seis meses para novos máximos de 14 anos
As taxas Euribor subiram hoje a três, seis e 12 meses, nos dois prazos mais curtos para novos máximos desde janeiro de 2009, em relação a segunda-feira.
A taxa Euribor a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação e que entrou em terreno positivo em 6 de junho, avançou hoje para 2,922%, mais 0,005 pontos e um novo máximo desde janeiro de 2009.
A média da Euribor a seis meses subiu de 2,321% em novembro para 2,560% em dezembro.
A Euribor a seis meses esteve negativa durante seis anos e sete meses (entre 06 de novembro de 2015 e 3 de junho de 2022).
A Euribor a três meses, que entrou em 14 de julho em terreno positivo pela primeira vez desde abril de 2015, também subiu hoje, ao ser fixada em 2,501%, mais 0,052 pontos e um novo máximo desde janeiro de 2009.
A taxa Euribor a três meses esteve negativa entre 21 de abril de 2015 e 13 de julho último (sete anos e dois meses).
A média da Euribor a três meses subiu de 1,825% em novembro para 2,063% em dezembro.
No mesmo sentido, no prazo de 12 meses, a Euribor avançou hoje, ao ser fixada em 3,353%, mais 0,008 pontos, contra 3,370% em 11 de janeiro, um máximo desde dezembro de 2008.
Após ter disparado em 12 de abril para 0,005%, pela primeira vez positiva desde 5 de fevereiro de 2016, a Euribor a 12 meses está em terreno positivo desde 21 de abril.
A média da Euribor a 12 meses avançou de 2,828% em novembro para 3,018% em dezembro.
As Euribor começaram a subir mais significativamente desde 4 de fevereiro, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras este ano devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro.
Na última reunião de política monetária, em 15 de dezembro, o BCE aumentou em 50 pontos base as taxas de juro diretoras, desacelerando assim o ritmo das subidas em relação às duas registadas anteriormente, que foram de 75 pontos base, respetivamente em 27 de outubro e em 08 de setembro.
Em 21 de julho, o BCE tinha aumentado pela primeira vez em 11 anos, em 50 pontos base, as três taxas de juro diretoras.
As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Lusa
Europa mista com investidores focados na época de resultados
As principais praças europeias abriram a negociar positivas, mas acabaram por entrar em terreno misto, com os investidores a medirem o impacto da desaceleração económica nos resultados das empresas.
Ao mesmo tempo, os mercados vão recebendo sinais mistos dos bancos centrais, por um lado a Reserva Federal norte-americana parece estar a adotar uma política menos restritiva, ao passo que comentários de membros do Banco Central Europeu têm mostrado apoio à manutenção da subida dos juros diretores devido à inflação ainda se encontrar demasiado elevada.
O índice de referência europeu, Stoxx 600, avança uns ligeiros 0,04% para 454,67 pontos, impulsionado pela tecnologia e banca, que sobem abaixo de meio por cento. Do lado inverso, as "utilities" (água, luz, gás) e o setor das telecomunicações perdem mais de 0,4%.
Analistas da Bernstein explicam numa nota, vista pela Bloomberg, que ainda há "potencial de ganhos moderado" para a Europa, num contexto de avaliações atrativas. Ao mesmo tempo, o bloco europeu está agora a oferecer um rendimento maior do que os Estados Unidos pela primeira vez, acrescentam.
Ainda assim, há quem não esteja tão positivo. "A época de resultados vai trazer alguma orientação negativa para 2023 e isso deve manter o potencial de valorização limitado", explica o analista Joachim Klement, da Liberum Capital.
"No final do dia, nós não entraríamos neste 'rally' e pensamos que os investidores vão ter outra oportunidade de comprar mais barato, mais tarde no primeiro trimestre", completou.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o francês CAC-40 valoriza 0,3%, o italiano FTSEMIB ganha 0,13%, em Amesterdão, o AEX regista um acréscimo de 0,09% e o alemão Dax soma 0,06%.
Do lado das perdas, o britânico FTSE 100 perde 0,43% e o espanhol IBEX 35 cede 0,03%. Lisboa perde 0,19%.
Juros aliviam apesar de membros do BCE mais "hawkish"
Os juros da Zona Euro estão a aliviar esta terça-feira, após vários dias de agravamento. Ainda assim, o mercado segue pressionado por comentários mais restritivos de membros do Banco Central Europeu que não vêm razões para um abrandamento na subida das taxas de juro, algo que estava a ser incorporado pelo mercado.
A "yield" das Bunds alemãs a dez anos - referência para o mercado europeu - recua 0,9 pontos base para 2,188%.
Por sua vez, os juros da dívida italiana a dez anos aliviam 1,9 pontos base para 3,994%.
Na Península Ibérica, a "yield" da dívida nacional a dez anos subtrai 2,1 pontos base para 3,054%, enquanto os juros das obrigações espanholas na mesma maturidade registam um decréscimo de 1 ponto base para 3,156%.
Fora da Zona Euro, a "yield" das Gilts britânicas a dez anos segue a tendência registada ontem e alivia 2,1 pontos base para 3,335%.
Abrandamento da economia dos EUA dá força ao ouro. Dólar em queda
O ouro está a valorizar, mantendo assim os ganhos registados desde o início do ano, de cerca de 6%, numa altura em que está a ser sustentado pela possibilidade de uma recessão na maior economia mundial, os Estados Unidos.
Fracos dados do retalho, maus resultados de empresas e aumento dos despedimentos por parte de tecnológicas estão entre os indicadores para os quais os investidores estão a olhar. A possibilidade de desaceleração da economia poderá também dar margem à Reserva Federal norte-americana para um abrandamento no que toca à subida das taxas de juro, dando assim ao força ao metal amarelo que não rende juros.
O ouro avança assim 0,51% para 1.940,85 dólares por onça, à medida que vai sendo ainda beneficiado pela queda da moeda norte-americana, o que torna o metal mais barato.
A nota verde chegou esta terça-feira a tocar em mínimos de nove meses face ao euro influenciada pela possibilidade de abrandamento da Fed. Neste momento, o dólar perde 0,19% para 0,9182 euros, ao passo que o índice do dólar da Bloomberg - que compara a força da nota verde contra dez divisas rivais - recua 0,33% para 101,804 pontos.
Gás recua com stocks cheios a suportar a procura. Petróleo misto
O petróleo está a negociar misto, com os investidores à procura de sinais de aumento da procura por parte da China, depois de o país ter anulado algumas medidas relativas ao combate à covid-19. O volume de negociação durante as horas asiáticas deve permanecer baixo, uma vez que as bolsas na China e na Coreia do Sul se encontram encerradas devido a feriados.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, avança 0,05% para 81,66 dólares por barril.
Já o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, recua 0,1% para 88,1 dólares.
A ajudar o "rally" de início de ano do petróleo, para além da reabertura da China, está a queda do dólar, que tem estado a desvalorizar com as perspetivas de um enfraquecimento da política monetária por parte da Reserva Federal norte-americana. A "nota verde" está a negociar perto de mínimos de nove meses face ao euro, o que torna o crude, que está cotado em dólares, mais apelativo.
No mercado do gás, os futuros estão a desvalorizar com o armazenamento acima da média para esta altura do ano a suportar o aumento da procura devido às baixas temperaturas. O fornecimento de gás natural liquefeito, que segue em valores elevados, está também a ajudar a "acalmar os nervos" dos investidores.
A Noruega, o maior fornecedor europeu de gás, estava esta terça-feira a recuperar de alguns cortes no fornecimento causados por interrupções planeadas e não planeadas, mas o número total de carregamentos para a Europa está ainda abaixo da sua capacidade máxima.
Os futuros do gás negociado em Amesterdão (TTF) perdiam 8,3% para 60,5 euros por megawatt-hora, tendo registado uma queda de 21% este mês.
Europa aponta para o verde. Ásia positiva contagiada por Wall Street
Os principais índices europeus estão a apontar para uma abertura em terreno positivo, continuando assim a caminho de um "bull market" - que acontece quando a cotação está 20% acima do valor mínimo.
Os investidores estão ainda a avaliar os comentários dos membros tanto da Reserva Federal norte-americana, como do Banco Central Europeu.
Esta segunda-feira, a presidente do BCE, Christine Lagarde, disse que a autoridade monetária ia fazer tudo o que fosse necessário para retornar a inflação aos valores desejados, apontando assim para uma subida mais significativa dos juros, ao contrário que vinha a ser apontado pelo mercado.
Os futuros sobre o Euro Stoxx 50 sobem 0,3%.
Na Ásia, a negociação fez-se a verde, com as tecnológicas da região a registarem os maiores ganhos, num dia em que aproveitaram o balanço dado por Wall Street, onde as empresas de tecnologia norte-americanas valorizarem significativamente.
Num dia em que as praças da China, Hong Kong e Coreia do Sul permanecem encerradas devido ao Novo Ano Chinês, no Japão o Topix avançou 1,5% e o Nikkei subiu 1,7%.