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Europa dá tropeção em torno de 3% e aterra em mínimos de maio. Petróleo afunda mais de 6%
Acompanhe aqui o dia nos mercados.
Europa em mínimos de cinco meses com novas restrições de circulação
Os principais índices europeus fecharam a sessão em queda, com várias praças a registarem mínimos de vários meses, num dia em que vários países do "velho continente" voltaram a tomar várias medidas de confinamento para tentarem controlar o aumento da propagação do coronavírus.
Foi o caso do alemão DAX, que perdeu 4%, depois de as autoridades germânicas terem chegado a acordo para impor um período de um mês de confinamento parcial na Alemanha, que implicará a adoção das medidas mais restritivas de contenção da pandemia desde que, na primavera, o país esteve em confinamento total.
O índice de referência para a Europa, o Stoxx 600, perdeu 3% fechando em mínimos desde maio deste ano.
O setor que mais caiu foi o das fabricantes automóveis (-4,8%), a maior queda registada em quatro meses e meio, numa sessão em que os 20 setores representados desvalorizaram.
Juros do sul agravam, bunds seguram-se
Os juros da dívida a dez anos dos três irmãos do sul – Portugal, Espanha e Itália – agravaram na sessão, com destaque para o caso das obrigações transalpinas, que deram o maior salto.
Em Portugal, os juros agravaram 1,8 pontos base para os 0,146%, cortando um ciclo de tr~es sessões de alívio. Em Espanha a subida é equivalente, de 1,9 pontos base. Itália destaca-se pela negativa, ao somar 6,7 pontos base aos juros, que estão agora nos 0,766%.
A Alemanha escapa à tendência de agravamento, e recua 1,3 pontos base para os -0,629%, contando a quarta sessão consecutiva de descidas. Este "porto-seguro" recebe os investidores a altura de amargura no mercado de ações, no qual se verificam fortes quebras.
Ouro desce a mínimo de um mês
O ouro segue com uma forte quebra de 1,33%, depois de já ter cedido 2,02% durante a sessão para os 1.897,90 dólares, tocando um mínimo de 28 de setembro.
O metal amarelo, apesar de ser um ativo refúgio tipicamente procurado em alturas de aperto como a que está agora a viver-se nos mercados, está em baixo face ao sucesso do "rival" dólar, hoje que o Bloomberg Dollar Spot Index apresenta o ganho mais forte em cinco semanas.
Euro cai pela terceira vez com dólar a "refugiar"
A moeda única europeia já conta a terceira sessão de quebra, e desce 0,34% para os 1,1756 dólares, num contexto de grande stress nos mercados que conduz os investidores para ativos mais seguros, sendo a nota verde, um dos ativos refúgios mais proeminentes. O Bloomberg Dollar Spot Index apresenta o ganho mais forte em cinco semanas.
Paralelamente, cresce a suspeita de que o Banco Central Europeu possa optar por um novo alívio nas taxas de juro, o que enfraqueceria o euro.
Petróleo afunda mais de 6% com peso do vírus e reservas
O petróleo desvaloriza fortemente numa altura em que, além de a preocupação em relação às restrições exigidas pela pandemia estar a atacar os mercados, chegam dados que assinalam o aumento das reservas nos Estados Unidos.
Neste imbróglio de más notícias, que vai desde a oferta até à procura, o barril de Brent, negociado em Londres e referência para a Europa, desliza 4,76% para os 39,24 dólares, mas já chegou mesmo a tocar nos 38,83 dólares na sequência de uma quebra de 5,75%.
Do outro lado do oceano, o barril de West Texas Intermediate resvala 5,36% para os 37,45 dólares, depois de ter mesmo descido 6,39% para os 37,04 dólares. É aí, nos Estados Unidos, que as reservas acusam o maior aumento desde julho, na ordem dos 4 milhões de barris, segundo os dados da Administração de Informação de Energia, relativos à semana passada.
Mas não é só na maior economia que surgem preocupações. Do lado de cá, o Reino Unido poderá avançar com uma exigência de confinamento a nível nacional e a Alemanha considera fechar espaços como restaurantes e bares durante um mês, o que levanta questões quanto á procura da matéria-prima.
Wall Street junta-se ao pessimismo europeu com ações a descarrilarem cerca de 2%
A bolsa nova-iorquina abriu em forte queda, no registo semelhante ao que já era vivido nas praças do outro lado do Atlântico, onde as ações tocam mínimos de cinco meses. Este trambolhão é precipitado pelas restrições que têm vindo a ser impostas para combater a pandemia de covid-19, e que são mais duras do que era defendido pela generalidade dos líderes mundiais, mas que agora se veem a braços com um número de casos cada vez mais preocupante.
O generalista S&P500 cai 1,88% para os 3.326,36 pontos, o industrial Dow Jones cede 1,91% para os 26.938,23 pontos, quase na mesma medida do tecnológico Nasdaq, que reduz 1,97% para os 11.206,18 pontos.
Na Europa, o Stoxx600 perde 2,81% para os 342,68 pontos e contam-se Lisboa e Londres a perder mais de 2%, Madrid e Amesterdão a rondar os 2,5% e Frankfurt e Paris a encaminharem-se para perdas de 4%.
Entre o constante bater de recordes no número de casos, a maior economia europeia assustou os mercados ao pôr em cima da mesa o fecho de bares, cafés e restaurantes durante um mês. Ginásios, cinemas, teatros, piscinas públicas, parques de lazer e outros estabelecimentos do género também ficam encerrados.
Além do efeito da pandemia, os analistas apontam também para a esperada volatilidade em vésperas de eleições presidenciais nos Estados Unidos. "As probabilidades estão a inclinar-se mais a favor de Biden, e talvez isso continue por mais um tempo. Mas todos nos lembramos de há quatro anos, quando os mercados ficaram muito surpreendidos" com a vitória de Trump, relembram analistas da JP Morgan, em declarações à Bloomberg.
As preocupações abafam algumas boas-novas avançadas pelas empresas. A General Eletric dispara 6,96% para os 7,60 dólares, depois de apresentar lucros inesperados. Paralelamente, também a Boeing reportou números acima das expectativas, mas as ações caem 2,71% para os 150,91 dólares.
A resvalar segue também a Microsoft, que desce 2,82% para os 207,34 dólares, após ter revisto em baixa as perspetivas de crescimento para as receitas e apesar dos lucros terem subido fortemente.
Ações europeias em mínimos de maio
As bolsas europeias estão a desvalorizar pela terceira sessão consecutiva, penalizadas pelo aumento da propagação da covid-19 na região e pelas medidas de restrição que estão a ser impostas em vários países e que turvam ainda mais as expectativas de recuperação da economia.
Os investidores têm receio que este endurecimento das restrições exacerbe o impacto da pandemia na atividade económica e que se repita o fevereiro negro marcado pelo confinamento geral nos vários países, que paralisou os negócios e levou a uma forte queda dos mercados acionistas.
O índice de referência para a Europa, o Stoxx600, cai 1,97% para 345,61 pontos, o valor mais baixo desde maio, depois de a chanceler alemã ter proposta o encerramento de bares e restaurantes a partir de 4 de novembro. Em França, também o presidente Macron está a estudar a possibilidade de impor um confinamento durante um mês.
Neste cenário, os ativos de maior risco, como as ações, estão a ser fortemente penalizados, enquanto ativos de refúgio como o dólar, o iene e a dívida dos Estados Unidos seguem em alta.
Os futuros do S&P 500 descem 1,5% e o índice VIX, uma medida da volatilidade das ações dos EUA, subiu para o nível mais alto desde junho.
"Temos alertado os investidores nos últimos dias, em particular, para reduzirem um pouco as suas posições de risco", disse Laura Fitzsimmons, diretora executiva de vendas macro do JPMorgan Austrália à Bloomberg TV. "As hipóteses de Biden começam a diminuir um pouco e talvez isso continue ainda mais. Todos nós nos lembramos como foi há quatro anos, quando os mercados ficaram muito surpreendidos".
A incerteza em torno das eleições nos Estados Unidos também está a contribuir para o nervosismo dos mercados, assim como as esperanças quase nulas de novas medidas de estímulo à economia antes de 3 de novembro.
Por cá, o PSI-20 cai 0,93% para 3.941,37 pontos, penalizado sobretudo pelo BCP e Galp.
Juros em alta na Zona Euro
Os juros da dívida soberana estão a subir na generalidade dos países do euro, com os investidores a afastarem-se não só das ações como também das obrigações.
Em Portugal, a yield da dívida a dez anos avança 1,9 pontos para 0,144%, enquanto em Espanha, no mesmo prazo, a subida é de 1,7 pontos para 0,171%. Em Itália, os juros agravam-se em 4,4 pontos para 0,742%.
As obrigações alemãs, consideradas mais seguras, contrariam a tendência e seguem em alta, pelo que os juros estão a aliviar. Descem 2,3 pontos para -0,640%.
Subida do dólar pressiona ouro
Com a subida do dólar, o ouro segue em baixa, mas acima dos 1.900 dólares, com os investidores a aguardarem as eleições presidenciais dos EUA na próxima semana e a pesarem as hipóteses de mais estímulos para amortecer o impacto do aumento dos casos de covid-19 nas economias em muitas partes do mundo.
Ontem, o presidente Donald Trump e os seus assessores pareceram resignados a esperar até depois da eleição para obter um pacote de estímulos, culpando a líder da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, pelo atraso. A saída dos senadores do Capitólio na segunda-feira torna a aprovação de um projeto de lei até 3 de novembro quase impossível.
Por outro lado, embora os investidores não esperem uma ação política na reunião virtual do Banco Central Europeu na quinta-feira, querem um sinal da presidente Christine Lagarde de que haverá mais apoios antes do final do ano.
Nesta altura, o ouro desce 0,29% para 1.902,60 dólares, enquanto a prata cai 0,20% para 24,3206 dólares.
Fuga ao risco beneficia dólar dos EUA
O dólar dos Estados Unidos está a ganhar força esta quarta-feira, com a aproximação das eleições presidenciais e o contínuo aumento de infeções pela covid-19 a levar os investidores para os ativos de refúgio.
Isto porque crescem as preocupações relacionadas com o impacto das novas medidas de restrição que estão a ser implementadas em vários países da Europa, e com a evolução da pandemia nos Estados Unidos, que assistiu a um aumento de 10% das hospitalizações na última semana, em 32 estados do país.
"A fuga ao risco vai ser central até às eleições de 3 de novembro ", escreveu Sophia Ng, analista do MUFG Bank em Singapura, numa nota citada pela Bloomberg. "Ainda mais porque as hipóteses de um pacote de estímulos orçamentais antes das eleições diminuíram ainda mais, e os casos de covid-19 continuam a aumentar em toda a Europa".
Petróleo cai 4% em Nova Iorque
O petróleo está a desvalorizar nos mercados internacionais, penalizado pelos dados que apontam para uma subida das reservas de crude dos Estados Unidos. Segundo o Instituto do Petróleo Americano, as reservas de crude aumentaram em 4,58 milhões de barris, enquanto os inventários de gasolina subiram pela segunda semana, sugerindo uma quebra na procura.
Os dados oficiais da Administração de Informação de Energia dos Estados Unidos serão conhecidos esta quarta-feira.
Nesta altura, o West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, desliza 3,97% para 38,03 dólares, enquanto o Brent, transacionado em Londres, cai 3,08% para 39,95 dólares.
Os dados sobre as reservas estão assim a anular o efeito da tempestade tropical Zeta, que obrigou várias operadoras nos Estados Unidos a suspenderem a produção.
Europa cai pelo terceiro dia ameaçada pela covid-19
Os futuros das ações dos Estados Unidos e da Europa estão em queda esta quarta-feira, 28 de outubro, apontando para a terceira sessão consecutiva de perdas no velho continente, depois de o índice de referência Stoxx600 ter fixado ontem o valor de fecho mais baixo desde maio.
Prossegue assim o movimento de fuga ao risco por parte dos investidores, numa altura em que o aumento de casos de covid-19 em várias regiões do mundo continua a causar preocupação e a pôr em causa as estimativas de recuperação da economia global.
Nos Estados Unidos, os dados mostram que as hospitalizações aumentaram pelo menos 10% na última semana em 32 estados, enquanto na Europa, vários países atingem recordes consecutivos, como é o caso de Itália, onde os novos casos estão em máximos, e França, que reportou o número mais elevado de mortes desde abril.
Nesta altura, os futuros do Euro Stoxx 50 descem 1,4%, ao passo que os do S&P 500 recuam 0,5%.
Além do coronavírus, os investidores continuam apreensivos em relação aos estímulos à economia dos Estados Unidos já que, a menos de uma semana das eleições, já não há praticamente esperança de que democratas e republicanos cheguem a um entendimento sobre os novos apoios orçamentais antes das presidenciais da próxima terça-feira.
Na sessão asiática, não houve uma tendência definida. O japonês Topix caiu 0,3%, o chinês Shanghai Composite subiu 0,7%, e o Hang Seng de Hong Kong e o S&P/ASX 200 da Austrália encerraram pouco alterados.