Notícia
Europa cede à espera do BCE. Brent flirta com os 123 dólares
Acompanhe aqui minuto a minuto o desenrolar dos mercados durante o dia.
Aproximação de reunião do BCE leva Europa ao vermelho
As principais bolsas da Europa Ocidental terminaram o dia no vermelho, à medida que os investidores se preparam para a reunião de quinta-feira do Banco Central Europeu que deverá proceder ao aumento das taxas de juro.
O índice de referência para o Velho Continente, Stoxx 600, encerrou a perder 0,67% para 440,37 pontos, com os setores alimentar e dos serviços financeiros a registarem as maiores perdas. A sustentar o "benchmark" europeu com quedas abaixo de 1% estiveram ainda setores como as "utilities" (água, luz, gás), indústria e telecomunicações.
Em contraciclo estiveram apenas quatro setores, com o retalho a liderar os ganhos e a valorizar mais de 2% depois de a Inditex, empresa mãe da Zara, Massimo Dutti e Bershka, ter mostrado resultados positivos de crescimento homólogo e ter disparado acima dos 6%.
A tecnologia foi um dos setores que também registou ganhos depois de o investidor tecnológico Prosus NV ter disparado 6,8%, animado pelo facto de China ter aprovado licenças para 60 videojogos.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o francês CAC-40 cedeu 0,80%, o alemão Dax recuou 0,76% e o italiano FTSEMIB perdeu 0,53%.
Em contraciclo esteve o índice de Amesterdão, o AEX, a ganhar 0,26% e o espanhol IBEX 35 - que somou uns ligeiros 0,01%.
Juros sobem com mira no BCE
Os juros da dívida soberana na Europa seguem em alta, em vésperas da reunião do Conselho de Política Monetária do Banco Central Europeu (BCE).
Os juros da dívida portuguesa a 10 anos seguem a somar 5,8 pontos base para 2,491%.
Em Itália e Espanha, também no vencimento a 10 anos, as "yields" sobem 8,8 e 8,2 pontos base, para 3,365% e 2,473%, respetivamente.
As "yields" das Bunds alemãs a 10 anos, referência para a Europa, acompanham o movimento de subida, a ganharem 6,2 pontos base para 1,349%.
Euro e dólar com ganhos históricos face ao iene
O dólar segue a valorizar face ao iene, com os maiores ganhos em 20 anos e sobe 1,15% para 133,98 ienes. Ao mesmo tempo, o euro registou máximos de sete anos em relação à divisa nipónica e cresce 1,51% para 143,77 ienes.
O iene atingiu o valor mais baixo face às divisas ocidentais, entre a inação do Banco do Japão e a subida das yields das obrigações norte-americanas a 10 anos que seguem acima dos 3%, concretamente nos 3,012%.
A autoridade monetária japonesa continua a ser dos únicos bancos centrais a manter uma política monetária mais branda, numa altura em que são esperados aumentos das taxas de juro de vários bancos centrais mundiais - o iene cai agora pela décima sessão consecutiva face ao euro, a mais longa série de quedas em oito meses.
Já em relação à libra esterlina, o dólar valoriza 0,22% e o euro ganha 0,56%. A moeda britânica é a que regista o segundo pior desempenho este ano, entre as principais moedas do mundo, mesmo depois de o Banco de Inglaterra ter subido as taxas de juro.
Incerteza económica coloca ouro a subir e dólar a descer
O ouro está a valorizar à medida que os receios de uma desaceleração económica, juntamente com a subida da inflação, intensificam o estatuto de valor-refúgio do ouro, o metal amarelho tem vindo a valorizar e hoje não é exceção.
A possibilidade de a economia global crescer menos e a inflação subir mais "vão beneficiar o ouro a longo prazo", diz um analista do Commerzbank, Daniel Briesemann, à Bloomberg.
O ouro está a ganhar 0,28% para 1,857.65 dólares por onça, numa altura em que o dólar recua 0,41% face ao euro - ficando assim o metal amarelo mais barato e mais atrativo para quem negoceia com outras moedas que não a nota verde.
A platina negoceia soma ligeiramente, a crescer 0,03%, ao passo que o paládio segue a desvalorizar 1,15%.
Já o índice da Bloomberg para o dólar – que compara o "green cash" com 10 divisas rivais – negoceia na linha de água e sobe apenas 0,01% para 102,3280 pontos.
Petróleo sobe com queda dos stocks nos EUA. Brent flirta com os 123 dólares
Os preços do "ouro negro" seguem em terreno positivo, impulsionados pela redução dos inventários norte-americanos de crude e de gasolina na semana passada, numa altura em que se receia um aperto global da oferta.
Em Londres, o contrato de agosto do Brent do Mar do Norte, que é a referência para as importações europeias, segue a somar 1,12% para 121,92 dólares por barril e já esteve a negociar nos 122,73 dólares.
Já o West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, avança 0,98% para 120,58 dólares por barril, em torno de máximos de três meses.
Os inventários de crude no maior hub de armazenamento do WTI – em Cushing (Oklahoma) – caíram em 1,59 milhões de barris na semana passada.
Uma vez que Cushing funciona como o ponto de fixação do preço do WTI, a queda das reservas coloca uma pressão altista nos preços 'spot', o que origina o chamado fenómeno do contango – quando os contratos de futuros têm preços superiores aos de entrega imediata.
Saliente-se que como é em Cushing que é armazenado o petróleo transaccionado no NYMEX (Bolsa de Mercadorias de Nova Iorque), esta redução faz subir os preços locais do crude em relação ao ouro negro que é entregue noutras regiões do mundo.
Também as reservas norte-americanas de gasolina caíram, numa altura em que a chamada ‘driving season’ faz aumentar a procura, o que contribui para agravar os preços nos mercados.
Preocupações com crescimento e subida das yields põem Wall Street no vermelho
Wall Street abriu no vermelho, seguindo dois dias de ganhos consecutivos, sustentado pelos receios de uma recessão económica à medida que as yields agravam tanto na zona euro, como nos Estados Unidos.
A contribuir poderáo estar as más estimativas da inflação e crescimento económico divulgadas pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). Depois de em dezembro a organização ter previsto valores da inflação para este ano de 4,5%, o valor aumentou agora para uma média de 8,8% nos 38 países membros da instituição.
Já nas estimativas de crescimento económico mundial, a organização retirou 1,5 pontos percentuais aos 3% anteriormente previstos também em dezembro.
Os olhos dos investidores vão estar postos no índice de preços do consumidor de maio nos Estados Unidos. Os dados vão ser divulgados esta sexta-feira e devem dar algumas pistas sobre a política monetária a seguir por parte da Reserva Federal norte-americana, que vai estar reunida na próxima quarta-feira. De acordo com a Bloomberg, é esperado que os dados mostrem que a inflação homóloga aliviou em maio para 8%, quando no mês anterior tocou os 8,3%.
O industrial Dow Jones derrapa 0,72% para 32.971,02 pontos, enquanto o "benchmark" mundial por excelência S&P 500 desvaloriza 0,56% para 4.137,91 pontos. Por sua vez, o tecnológico Nasdaq Composite perde 0,32% para 12.141,89 pontos.
Entre os principais movimentos de mercado estão energéticas como a Energy Focus e a Imperial Petroleum que registam ganhos de 22% e 5% respetivamente, à medida que o preço do petróleo continua a aumentar.
Do outro lado está o setor dos semicondutores que regista as maiores perdas, com a Intel a perder mais de 4%, ao passo que a Marvell Technology cai mais de 1%.
"A inflação é a preocupação número um para os mercados neste momento e não estamos convencidos que a inflação tenha atingido o nível máximo ainda", adianta à Bloomberg a analista da BNY Mellon, Lale Akoner.
Europa arranca a sessão tingida de vermelho. Credit Suisse tomba mais de 6%
A Europa arrancou a sessão tingida de vermelho, marcada pelo medo do advento de um fenómeno de abrandamento e pela preocupação dos investidores face à escalada da inflação. Durante a sessão desta quarta-feira, o mercado prepara-se ainda para a reunião do BCE que ocorre esta quinta-feira.
O Stoxx 600 segue a desvalorizar 0,25% para 441,79 pontos. Dos 20 setores que compõe o índice, o setor de serviços financeiros comanda as quedas, fortemente pressionado pelas ações do Credit Suisse que tombam mais de 6% depois de o banco ter anunciado que prevê registar prejuízos no segundo trimestre. Por outro lado, viagens e lazer e retalho comandam os ganhos.
Do lado dos ganhos, os títulos da Prosus escalam cerca de 5%, depois de a China ter aprovado uma série de videojogos produzidos por tecnológicas, dando assim sinais de que poderá aliviar as ações de repressão contra este setor.
O "benchmark" europeu teve um arranque fraco em junho, um mês que habitualmente costuma por si de apresentar um fraco desempenho, estendendo assim as perdas do mês passado, com os investidores divididos entre uma possível recessão, reduzindo assim o sentimento de risco, e as avaliações mais baratas das ações que permitem o fenómeno "buy the dip". O mercado está ainda preocupado com o impacto da escalada de preços nos lucros das empresas.
"A Europa é uma das regiões mais atrativas do mundo", começa por explicar Ulrich Urbahn, responsável pelo departamento de "research" da Berenberg. "As avaliações [das ações] voltam a importar mais uma vez, num mercado que está menos orientado para a liquidez. Os investidores também estão esperançosos de que o pico da inflação já tenha sido atingido", acrescentou o especialista.
Nas restantes praças europeias, Amesterdão é a única que brilha, estando a valorizar 0,40% enquanto Madrid negoceia na linha d' água, mais inclinada para terreno negativo (-0,01%).
Por sua vez, Frankfurt perde 0,26%, Paris cai 0,20% e Londres subtrai 0,16%, enquanto Milão derrapa 0,37%. Por cá, Lisboa inverte a tendência de arranque de sessão e mergulha no vermelho a perder 0,21%.
Juros agravam na zona euro
Os juros das dívidas a dez anos agravam na zona euro, em vésperas da reunião do Conselho de Política Monetária do Banco Central Europeu (BCE).
A yield das Bunds alemãs a dez anos – "benchmark" para o mercado europeu – agrava 2,4 pontos base para 1,311%. Desde o passado dia 5 de maio que os juros da dívida germânica com esta maturidade estão acima de 1%.
Os juros da dívida italiana a dez anos registam a soma mais expressiva da região, estando a subir 6,7 pontos base para 3,345%, enquanto a yield das obrigações francesas com a mesma maturidade agrava 3 pontos base para 1,831%.
Pela Península Ibérica, os juros da dívida portuguesa a dez anos agravam 3,2 pontos base, mantendo-se no entanto abaixo da fasquia dos 2,5% alcançados ontem, para 2,465%. Desde o passado dia 29 de abril que a yield da dívida nacional com esta maturidade está acima de 2%.
Por sua vez, a yield das obrigações espanholas a dez anos soma 4,6 pontos base para 2,437%.
Ouro cai face à força do dólar. "Nota verde" impulsionada pela subida dos preços do petróleo
O ouro segue a desvalorizar, penalizado pela subida do dólar, mas ainda não perdeu os ganhos arrecadados esta terça-feira, à medida que os investidores temem um abrandamento económico, focando-se assim no ativo refúgio por excelência.
O metal amarelo derrapa 0,8% para 1.847,26 dólares, mantendo-se no entanto acima da linha dos 1.840 dólares. Desde meados de maio que o "rei" dos metais está de novo em ascensão, devido à incerteza do mercado perante a possibilidade de um abrandamento económico, embora o galopar do dólar e aumento do apetite pelo mercado da dívida – que remunera em juros— tenha pressionado a cotação do ouro.
Esta terça-feira, o Banco Mundial voltou a rever em baixo as perspetivas de crescimento económico global este ano, alertando no habitual o "outlook", para o perigo de "estagflação".
"O ouro está a consolidar-se perto da faixa dos 1.850 dólares [por onça] já que os investidores não se querem comprometer antes da decisão da Reserva Federal norte-americana na próxima semana", defendem os especialistas da Kotak Securities, citados pela Bloomberg.
No mercado cambial, o índice do dólar da Bloomberg – que compara o "green cash" com 10 divisas rivais – soma 0,29% para 102,61 pontos, numa altura em que a subida dos preços do petróleo alimenta a expectativa de um aumento da inflação, aumentando as apostas num aperto (ainda mais agressivo) por parte da Fed.
Por sua vez, o iene continua em mínimos de 20 anos contra o dólar, estando a cair 0,40% para 0,0075 dólares. Na zona euro, a moeda única também enfraquece contra a força do "green cash" estando a derrapar 0,15% para 1,0687 dólares.
Petróleo sobe. Barril de Brent nos 121 dólares
O petróleo valoriza no mercado internacional, numa altura em que os investidores avaliam o impacto da temporada de verão nos EUA e o alívio das medidas de confinamento na China no equilíbrio entre oferta e procura do ouro negro.
O West Texas Intermediate (WTI), referência para os EUA, soma 0,53% para 120,04 dólares por barril, ampliando os ganhos obtidos esta terça-feira.
O American Petroleum Institute deve anunciar que os stocks de petróleo nos EUA aumentaram 1,82 milhões de barris na semana passada, segundo fontes conhecedoras dos números, citadas pela Bloomberg. Ainda assim é pouco provável, segundo a agência norte-americana, que este aumento forneça alívio suficiente ao mercado, numa altura em que os stocks se encontram no mais baixo nível sazonal em nove anos.
Já o Brent do Mar do Norte, negociado em Londres, valoriza 0,36% para 121,00 dólares por barril.
A cotação do petróleo disparou este ano, com a invasão russa à Ucrânia e a nova vaga de casos de covid-19 na China a marcar o mercado com volatilidade. Pequim continua a aliviar as medidas de confinamento à medida que os casos diminuem.
Europa aponta para território positivo. Ásia fecha mista
A Europa aponta para um arranque de sessão pintado de verde, em vésperas de reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) e numa semana em que os investidores se preparam para o conhecer o índice de preços no consumidor dos EUA em maio.
Os futuros sobre o Euro Stoxx 50 sobem 0,5%.
Os investidores aguardam com a expectativa a reunião do BCE que decorre esta quinta-feira. A presidente da autoridade monetária, Christine Lagarde, e o seu economista-chefe, Philip Lane, já deram sinais de ser possível subir as taxas de juro diretoras pela primeira vez desde 2011 no início do terceiro trimestre.
Ainda na Europa, durante a sessão desta quarta-feira, o mercado vai estar atento à divulgação dos números do Eurostat com a terceira estimativa para o crescimento do produto interno bruto (PIB) e emprego na zona euro no primeiro trimestre. O crescimento homólogo do PIB deverá cifrar-se em 5,1%.
Esta semana, os investidores estão ainda à espera que na sexta-feira seja publicado o índice de preços no consumidor de maio nos EUA. Vários economistas, citados pela CNBC esperam que os números possam confirmar que a inflação já atingiu um pico. No mesmo dia, a Universidade de Michigan divulga o índice de sentimento do consumidor referente ao mesmo período.
Pela Ásia, a sessão terminou o dia de forma mista, com as tecnológicas chinesas a liderarem os ganhos. Na China, em Hong Kong, o Hang Seng subiu 1,9% e Xangai terminou na linha de água (-0,09%). Pelo Japão, o Topix valorizou 1,1% e o Nikkei cresceu 1,04%. Na Coreia do Sul, o Kospi somou 0,1%.