Notícia
Setor automóvel penaliza Europa. Petróleo cai pela terceira sessão
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados financeiros durante esta terça-feira.
Europa encerra no vermelho, penalizada pelo setor automóvel
As bolsas europeias encerraram em baixa, penalizadas pelos resultados abaixo do esperado no setor automóvel e por novos dados que mostram que o índice de custos com emprego nos Estados Unidos subiu 1,2% no primeiro trimestre. A expectativa do mercado é que a Reserva Federal (Fed) norte-americana mantenha o tom "hawkish", com as taxas de juro inalteradas.
O Stoxx 600, referência para a região, retraiu 0,68% para 504,89 pontos. Dos 20 setores que compõem o índice, o que mais desceu foi, precisamente, o automóvel, desvalorizando 4,33%. Só dois setores valorizaram: o do imobiliário (0,46%) e o da alimentação (0,06%).
Entre as principais movimentações no mercado, destacou-se a Volkswagen que recuou 4,64% para 115,15 euros por ação, depois de ter revelado as suas contas trimetrais. A empresa automóvel teve uma queda de 20% nos seus lucros operacionais para 4,6 mil milhões de euros entre janeiro e março de 2024, justificado por uma menor procura por carros de gama "premium".
A Mercedes também registou perdas, penalizada por resultados trimestrais abaixo do esperado: o lucro líquido atribuível a acionistas fixou-se nos 2.974 milhões de euros, menos 24,6% face ao período homólogo. A empresa automóvel encerrou a sessão com uma queda de 5,15% para 70,94 euros.
Já o BBVA recuou 6,65% para 10,18 euros por ação, enquanto o Sabadell cresceu 3,37% para 1,80 euros. O banco espanhol contactou, esta terça-feira, o seu rival Sabadell para estudarem uma eventual operação de fusão, o que levou as ações do último a dispararem até 7% durante a sessão. Se os dois bancos se fundirem, serão capazes de competir com o maior banco do país vizinho, o Santander.
Juros agravam-se depois dos dados da inflação e do PIB na Zona Euro
Os juros das dívidas soberanas a 10 anos na Zona Euro agravaram-se, com os receios de que o Banco Central Europeu (BCE) se torne mais "hawkish" depois de a inflação da Zona Euro ter estabilizado e o PIB ter crescido ligeiramente.
"Os últimos dados do Índice de Preços no Consumidor (IPC) da Zona Euro confirmam que a inflação está a estabilizar e também que a inflação subjacente continua a descer, um pouco menos do que o previsto (2,7% contra a previsão de 2,6% e face a 2,9% no mês passado), aponta o responsável pelo mercado de dívida na Generali Asset Management, Mauro Valle.
"Estes dados, juntamente com os dados positivos de hoje do PIB do primeiro trimestre, tanto na Alemanha (+0,2%) como na Zona Euro (+0,3%), estão a aumentar as probabilidades de o BCE não se comprometer antecipadamente com novos cortes depois de junho", antecipa.
A "yield" da dívida pública portuguesa aumentou 4,5 pontos base para 3,187% e a das "bunds" alemãs com o mesmo prazo, referência para a região do euro, acelerou 5,1 pontos para 2,582%.
Já a rendibilidade da dívida soberana italiana subiu 6,1 pontos base para 3,909% e a da dívida francesa avançou 4,9 pontos para 3,051%. Por sua vez, a taxa da dívida espanhola agravou 4,9 pontos para 3,348%.
Petróleo recua com receios de menor procura chinesa
As cotações do "ouro negro" seguem a ceder terreno nos principais mercados internacionais, pela terceira sessão consecutiva, pressionados sobretudo pelos receios de um enfraquecimento da procura por parte da China depois de dados desconcertantes divulgados nesta terça-feira.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, segue a perder 0,98% para 81,82 dólares por barril, em mínimos de uma semana.
Por seu lado, o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, recua 0,67% para 87,81 dólares – a rondar mínimos de cinco semanas.
Os dados hoje revelados mostram que a atividade industrial e dos serviços se debilitou na China, o que reacendeu receios de uma menor procura por combustível.
Ouro desliza mais de 1% antes de decisão da Fed
Os preços do ouro estão a cair mais de 1% esta terça-feira, enquanto decorre o primeiro de dois dias de reunião de política monetária da Reserva Federal dos EUA. Apesar de o mercado já antecipar que a Fed mantenha os juros inalterados, os investidores aguardam com cautela os próximos comentários dos membros do banco central.
O metal amarelo cede 1,61% para os 2.297,98 dólares por onça.
Com uma economia norte-americana mais robusta e uma subida constante da inflação (longe da meta fixada 2%), são antecipados apenas dois cortes nas taxas de juro ao longo do ano, ao contrário dos três previstos no primeiro trimestre - expectativa que fez com que o ouro atingisse valores recordes consecutivos em abril.
Mesmo com o esmorecer do otimismo, o metal precioso continua estável, perto da fasquia de 2.300 dólares, alavancado sobretudo pelas compras dos bancos centrais e de compradores chineses, que têm aumentado os stocks enquanto os conflitos no Médio Oriente e Ucrânia não parecem ter fim à vista.
Além da decisão da Fed agendada para amanhã, os investidores têm ainda os olhos postos nos dados do emprego nos EUA, divulgados esta sexta-feira.
Outros metais preciosos seguem a mesma tendência de queda: a prata cai 2,93% para os 26,35 dólares, o paládio desliza 3,68% para os 941,80 dólares e a platina desvaloriza 1,73% para os 935,48 dólares.
Euro ganha à libra depois de cinco dias no vermelho
O euro está a caminho de terminar o dia no verde em relação à libra, depois de cinco dias a perder, com a perspetiva de que o Banco de Inglaterra seja mais "hawkish" do que o Banco Central Europeu (BCE) em matéria de política monetária.
O euro avança 0,25% para 0,8553 libras, estando, desta maneira, a preparar-se para quebrar uma série de cinco dias consecutivos no vermelho.
Os analistas, citados pela Reuters, veem o Banco de Inglaterra a baixar as taxas de juro apenas em agosto, enquanto esperam que o BCE faça o primeiro corte já em junho.
Menor apetite pelo risco antes de decisão da Fed atira Wall Street para perdas
As bolsas norte-americanas abriram em terreno negativo, com os investidores a mostrarem menor apetite pelo risco antes de mais uma decisão de política monetária da Reserva Federal (Fed) dos Estados Unidos.
O encontro do Comité Federal do banco central começa esta terça-feira e termina amanhã, dia em que será comunicada a decisão e em que Jerome Powell, presidente da Fed, discursa. A expectativa do mercado é que o tom de Powell será mais "hawkish", sublinhando que os juros deverão manter-se elevados durante mais tempo. E esta ideia ganhou mais força após a publicação de novos dados, que mostram que o índice de custos com emprego nos Estados Unidos subiu 1,2% no primeiro trimestre, o valor mais alto em um ano e acima das estimativas.
O S&P 500, referência para a região, desliza 0,15% para 5.108,49 pontos, o industrial Dow Jones recua 0,48% para 38.201,66 pontos e o tecnológico Nasdaq Composite perde 0,22% para 15.948,38 pontos.
Entre as principais movimentações, o McDonald's cede 1,9% para 268,36 dólares, depois de os resultados do primeiro trimestre terem sido ficado ligeiramente abaixo das expectativas dos analistas em alguns campos. A cadeia de "fast-food" registou lucros de 1,93 mil milhões de dólares no primeiro trimestre, mais 7% do no período homólogo do ano anterior. Por ação, o lucro foi de 2,66 dólares.
Já a Amazon sobe 0,49% para 181,85 dólares, no dia em que se prepara para divulgar as contas do período entre janeiro e março, após o fecho da negociação, enquanto a Eli Lilly & Co soma 6,09% para 782,08 dólares, impulsionada por uma revisão em alta das perspetivas para as receitas.
"O sentimento é positivo mas reservado. Tem existido um grande entusiasmo em torno das taxas de juro, da 'earnings season' e do ambiente macroeconómico - agora os mercados querem ver os resultados", afirmou Peter Rosenstreich, responsável de produtos de investimento na Swissquote, em declarações à Bloomberg.
Euribor desce a três e seis meses para mínimos desde outubro e julho
A taxa Euribor desceu hoje a três, a seis e a 12 meses face a segunda-feira, nos dois prazos mais curtos para mínimos desde outubro e julho de 2023, respetivamente.
Com as alterações de hoje, a Euribor a três meses, que recuou para 3,825%, permanece acima da taxa a seis meses (3,795%) e da taxa a 12 meses (3,696%).
A taxa Euribor a seis meses, que passou a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 01 de dezembro, caiu hoje para 3,795%, menos 0,020 pontos e um mínimo desde julho de 2023, depois de ter avançado em 18 de outubro para 4,143%, um máximo desde novembro de 2008.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a fevereiro apontam a Euribor a seis meses como a mais utilizada, representando 36,6% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a 12 e a três meses representava 34,7% e 24,6%, respetivamente.
No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro, baixou hoje, para 3,696%, menos 0,030 pontos do que na sessão anterior, contra o máximo desde novembro de 2008, de 4,228%, registado em 29 de setembro.
No mesmo sentido, a Euribor a três meses recuou, ao ser fixada em 3,825%, menos 0,010 pontos e um mínimo desde outubro de 2023, depois de ter subido em 19 de outubro para 4,002%, um máximo desde novembro de 2008.
Na última reunião de política monetária em 11 de abril, o BCE manteve as taxas de juro de referência no nível mais alto desde 2001 pela quinta vez consecutiva, depois de ter efetuado 10 aumentos desde 21 de julho de 2022.
A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 06 de junho em Frankfurt.
A média da Euribor em março manteve-se em 3,923% a três meses, desceu 0,006 pontos para 3,895% a seis meses (contra 3,901% em fevereiro) e subiu 0,047 pontos para 3,718% a 12 meses (contra 3,671%).
As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 04 de fevereiro de 2022, depois de o BCE ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.
As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
* Lusa
Setor automóvel penaliza Europa
As bolsas europeias estão a negociar maioritariamente no vermelho, penalizadas por resultados abaixo do esperado no setor automóvel.
O Stoxx 600, referência para a região, desliza 0,18% para 507,45 pontos. Dos 20 setores que compõem o índice, o do automóvel é precisamente o que mais cede (-1,47%), enquanto o do petróleo & gás é o que mais sobe (0,39%).
Entre as principais movimentações, a Volkswagen cai 2,11% para 118,2 euros por ação, no dia em que reportou uma queda de 20% dos lucros operacionais para 4,6 mil milhões de euros no primeiro trimestre. O recuo deve-se a uma menor procura por carros da gama mais "premium".
Já a Stellantis recua 1,92% para 22,78 euros, no dia em que comunicou que as receitas caíram 12% para 41,7 mil milhões de euros.
Nas principais movimentações, o alemão Dax30 desce 0,29%, o francês CAC-40 recua 0,17%, o espanhol Ibex 35 cede 1,03% e o AEX, em Amesterdão, recua 0,02%. Já o italiano FTSE Mib soma 0,02% e o britânico FTSE 100 sobe 0,3%.
Juros agravam-se na Zona Euro
Os juros das dívidas soberanas estão a agravar-se esta terça-feira, o que se traduz numa menor aposta dos investidores em obrigações. A menor procura por dívida pública observa-se antes da divulgação de novos dados económicos na região do euro.
O Eurostat divulga hoje a estimativa rápida sobre a evolução do produto interno bruto (PIB) no primeiro trimestre do ano, tanto na Zona Euro, como na União Europeia e é também conhecida a estimativa rápida da inflação em abril em ambos os blocos.
A "yield" da dívida pública portuguesa com maturidade a dez anos aumenta 0,9 pontos base para 3,15% e a das Bunds alemãs com o mesmo prazo, referência para a região, sobe 0,7 pontos para 2,538%.
A rendibilidade da dívida soberana italiana agrava-se 2 pontos base para 3,869%, a da dívida francesa cresce 1 ponto base para 3,012% e a da dívida espanhola sobe 1,2 pontos para 3,311%.
Fora da Zona Euro, a "yield" das Gilts britânicas, também a dez anos, aumenta 0,1 pontos base para 4,292%.
Euro desliza perante dólar mais robusto
O euro está a desvalorizar frente à divisa norte-americana, que está a beneficiar da expectativa de que a Reserva Federal (Fed) dos Estados Unidos vai mostrar-se mais "hawkish" quando comunicar a decisão de política monetária, amanhã.
A moeda da Zona Euro cede 0,14% para 1,0706 dólares.
Além do euro, a nota verde ganha também 0,33% frente ao iene e 0,3% perante o franco suíço.
"Esperamos que a mensagem geral para os mercados financeiros seja que a economia norte-americana continua sólida", afirmou Joseph Capurso, do Commonwealth Bank of Australia, numa nota de "research" sobre a descisão da Fed e a divulgação de novos dados económicos a que a Bloomberg teve acesso. Adiantou ainda que os dados deverão mostrar que "a inflação nos EUA vai demorar mais tempo do que o esperado a descer para a meta da Fed (2%), dando força ao dólar".
Ouro perde com investidores atentos a reunião da Fed
Os preços do ouro estão a descer, num dia em que os investidores aguardam uma nova decisão de política monetária da Reserva Federal (Fed) norte-americana. O encontro arranca esta terça-feira e termina amanhã, sendo esperado que o banco central mostre um tom mais "hawkish".
O ouro desliza 0,82% para 2.316,52 dólares por onça.
A penalizar o metal amarelo está também um dólar mais forte. Isto porque, sendo negociado na nota verde, o ouro torna-se menos atrativo para quem negoceia com outras divisas quanto o dólar valoriza.
O mercado antecipa agora um máximo de dois cortes dos juros até ao final deste ano, o menor número de reduções esperado desde novembro de 2023.
Taxas de juro elevadas tendem a penalizar o ouro, uma vez que não remunera rendimento. Contudo, apesar da perspetiva menos otimista quanto à evolução dos juros, o metal precioso tem beneficiado nos últimos meses devido a uma maior procura por parte dos mercados asiáticos - sobretudo da China - e das tensões geopolíticas.
Petróleo recupera ligeiramente e caminha para quarto mês de ganhos
Os preços do petróleo estão a subir muito ligeiramente, estando a recuperar da queda registada ontem à boleia das conversações sobre um possível cessar-fogo no Médio Oriente, que reduziu o prémio de risco para o crude.
O West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, sobe 0,07% para 82,69 dólares por barril e o Brent do Mar do Norte, referência para as importações europeias, valoriza 0,06% para 88,45 dólares por barril.
Apesar da queda de ontem e dos ganhos pouco expressivos a esta hora, o petróleo caminha para fechar o quarto mês consecutivo de ganhos. O conflito no Médio Oriente, aliado aos cortes da produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (OPEP+), tem impulsionado os preços do crude, apesar da incerteza em torno da evolução da política monetária.
Antony Blinken, secretário de Estado norte-americano, apelou, durante a sua visita ao Médio Oriente, ao grupo Hamas que aceita a proposta de cessar-fogo de Israel. Uma eventual decisão naquela região terá efeito nos preços do crude, segundo Vandana Hari, fundadora da Vanda Insights em Singapura. "Na eventualidade de um acordo, espero que o petróleo deslize rapidamente para os 80 dólares por barril", afirmou, em declarações à Bloomberg.
Europa aponta para arranque na linha d'água. Japão lidera ganhos na Ásia
As bolsas europeias apontam para um arranque na linha d'água, antes da divulgação de novos dados económicos na Zona Euro.
Os futuros sobre o Euro Stoxx 50 estão praticamente inalterados.
O Eurostat divulga hoje a estimativa rápida sobre a evolução do produto interno bruto (PIB) no primeiro trimestre do ano, tanto na Zona Euro, como na União Europeia. É ainda conhecida a estimativa rápida da inflação em abril em ambos os blocos.
Na Ásia, a negociação encerrou no verde, com os índices japoneses a comandarem as subidas no regresso do feriado.
Pela China, o Hang Seng, em Hong Kong, somou 0,09%, enquanto o Shanghai Composite deslizou 0,05%, com os índices mistos num dia em que foi conhecido que a produção industrial voltou a acelerar naquele país em abril.
"Os dados PMI na China solidificam a perspetiva de que o declínio no setor industrial foi travado e está a caminho para uma recuperação gradual", afirmou Hebe Chen, analista na IG Markets, em declarações à Bloomberg. "A atenção está a mudar para a próxima onda de catalisadores, inlcuindo os resultados das 'big tech' e a reunião do Comité de Operações em Mercado Aberto (FMOC, na sigal em inglês)", acrescentu.
No Japão, o Nikkei valorizou 1,24% e o Topix cresceu 2,11%. Já na Coreia do Sul, o Kospi ganhou 0,25%.
As atenções dos investidores viram-se, agora, para mais um encontro do FMOC, que arranca hoje e termina amanhã, quarta-feira. Apesar de ser esperado que a Reserva Federal (Fed) norte-americana mantenha os juros inalterados, as palavras de Jerome Powell, presidente da Fed, serão ouvidas com atenção, na tentativa de perceber quando começará o alívio da política monetária.