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Vermelho domina Europa com foco na inflação. Petróleo também recua
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados durante esta quarta-feira.
Vermelho domina Europa com foco na inflação
O dia terminou com perdas nas principais bolsas europeias, tendo apenas Paris e Frankfurt escapado às quedas. A menor procura por ações verificou-se num dia em que os investidores esperam por dados que permitam traçar um caminho mais claro da política monetária, tanto na Europa, como nos Estados Unidos.
O Stoxx 600, referência para a região, desvalorizou 0,35% para 494,59 pontos. Dos 20 setores que compõem o índice, os do imobiliário e da tecnologia foram os que mais perderam (-1,83% e -1,4%, respetivamente).
Entre as principais movimentações, as ações da Reckitt Benckiser caíram 9,7% para cerca de 52,69 libras, penalizada por receitas em 2023 abaixo do esperado pelos analistas. A ASM International, por sua vez, deslizou 2,26% para 567 euros, após ter divulgado perspetivas para este trimestre abaixo das expectativas.
Nas principais praças europeias, o italiano FTSE Mib recuou 0,36%, o espanhol Ibex 35 cedeu 0,45%, o britânico FTSE 100 perdeu 0,76% e o Aex, em Amesterdão, deslizou 0,65%. Já o francês CAC-40 ganhou 0,08% e o alemão DAX30 subiu 0,25%.
As bolsas estão a negociar num intervalo limitado até serem conhecidos novos dados relativos à inflação. O principal foco está no indicador norte-americano PCE, que será divulgado amanhã.
"Os números do PCE de amanhã deverão mostrar como a deflação não é uma linha reta", afirmou Florian Ielpo, analista na gestora de ativos Lombard Odier, em declarações à Bloomberg,
Juros aliviam na Zona Euro com maior procura por dívida soberana
Os juros das dívidas soberanas na Zona Euro aliviaram esta quarta-feira, o que sinaliza uma maior aposta dos investidores em obrigações. A maior procura por dívida pública acontece num dia em que o mercado se mostra mais cauteloso antes de novos dados da inflação, tanto no bloco do euro como nos Estados Unidos.
A "yield" da dívida pública portuguesa com maturidade a dez anos desceu 1,7 pontos base para 3,155% e a das Bunds alemãs com o mesmo prazo aliviou 0,6 pontos para 2,456%.
A rendibilidade da dívida soberana italiana cedeu 1,8 pontos base para 3,877%, a da dívida francesa caiu 1,2 pontos para 2,925% e a da dívida espanhola aliviou 1,5 pontos para 3,335%.
Fora da Zona Euro, os juros das gilts britânicas, também a dez anos, desceram 1,2 pontos base para 4,18%.
Petróleo pressionado por aumento de stocks nos EUA
As cotações do "ouro negro" seguem a perder terreno nos princpais mercados internacionais, numa altura em que a perspetiva de a "demora" no corte dos juros diretores por parte da Reserva Federal norte-americana e o aumento acima do esperado dos stocks de crude nos EUA ofuscam uma potencial extensão da redução da oferta por parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (OPEP+).
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, segue a cair 0,49% para 78,48 dólares por barril.
Por seu lado, o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, recua 0,30% para 83,40 dólares.
O facto de tudo apontar para que a Fed não inicie em breve o ciclo de descida dos juros leva a que o dólar valorize – e atendendo a que o petróleo é denominado na nota verde, torna-se menos atrativo para quem negoceia com outras moedas.
O banco central dos EUA indicou que não há pressa em proceder a um corte da taxa dos fundos federais, podendo essa decisão ser adiada em pelo menos mais dois meses.
A penalizar também o "ouro negro" está o anúncio de que as reservas norte-americanas de crude aumentaram em 4,2 milhões de barris na semana passada, quando as estimativas apontavam para um incremento de 2,74 milhões de barris.
Euro cede face ao dólar
O euro está a perder face à moeda norte-americana, penalizado por um dólar mais forte antes de novos dados relativos à inflação, tanto nos Estados Unidos como na Zona Euro.
A moeda única europeia cede 0,06% para 1,0837 dólares.
A nota verde ganha também 0,17% face ao iene, 0,3% perante a libra e 0,22% face ao franco suíço.
"Vemos uma maior probabilidade de deflação na Zona Euro, o que, talvez, possa abrir a porta a um corte dos juros mais cedo por parte do Banco Central Europeu (BCE)", afirma Mohamad Al-Saraf, analista no Danske Bank, em declarações à Reuters.
Se a inflação se mostrar mais persistente nos EUA do que na Zona Euro, acrescenta, a divisa norte-americana deverá beneficiar.
Ouro ganha ligeiramente antes de indicador PCE
Os preços do ouro estão a subir ligeiramente, num dia em que os investidores mostram maior aversão ao risco antes da divulgação de mais dados económicos. O metal precioso, que é visto como um ativo-refúgio, ganha após ter sido conhecido que o produto interno bruto norte-americano cresceu, afinal, menos do que o antecipado no quarto trimestre de 2023.
O ouro spot valoriza 0,08% para 2.032,15 dólares por onça.
O dado mais aguardado pelo mercado é o indicador PCE, que permite medir a inflação na ótica da despesa do consumidor e que é visto como o favorito da Reserva Federal (Fed) norte-americana para medir a evolução real do aumento dos preços.
Um recuo significativo do PCE dará força ao ouro, uma vez que sustenta a narrativa de que a inflação está efetivamente a abrandar - uma garantia que o banco central tem procurado obter.
Noutros metais, o paládio desliza 1,16% para 928,29 dólares e a platina cede 1,2% para 880,75 dólares.
Wall Street perde com investidores a digerirem menor crescimento do PIB
As bolsas norte-americanas abriram com perdas, num dia em que os investidores digerem novos dados económicos nos Estados Unidos.
O S&P 500, referência para a região, cede 0,27% para 5.064,63 pontos, o industrial Dow Jones recua 0,51% para 38.772,42 pontos e o tecnológico Nasdaq Composite desliza 0,66% para 15.930,05 pontos.
O produto interno bruto (PIB) cresceu ligeiramente menos do que o esperado no quarto trimestre, tendo sido revisto em baixa para 3,2% (valor que compara com os 3,3% previstos na primeira leitura).
Ainda assim, no acumulado do ano, o PIB cresceu 2,5%, acima dos 1,9% observados no ano anterior.
O foco dos investidores está agora no indicador PCE, que permite medir a inflação na ótica da despesa do consumidor, e que é visto como o favorito da Reserva Federal (Fed) norte-americana.
"Os dados recentes são ruído e devem ser ignorados (...) estamos mais interessados no indicador PCE, que será divulgado amanhã", afirmou Chris Zaccarelli, responsável pelo investimento na Independent Advisor
Alliance, em declarações à Bloomberg.
Entre as principais movimentações em Wall Street, a Beyond Meat valoriza 42,69% para 10,73 dólares, impulsionada por resultados trimestrais acima do esperado pelos analistas. Além disso, também divulgou perspetivas para este ano mais otimistas do que o previsto. O Barclays salientou que, apesar de a empresa continuar a registar prejuízos, as receitas superaram as expectativas.
Europa em baixa mas Stoxx 600 mantém-se perto de máximos históricos
Os principais índices europeus estão a negociar maioritariamente em baixa, com os investidores a abterem-se de firmar posições antes de ser conhecido o índice de despesas do consumidor norte-americano - apontado pelos especialistas como o indicador preferido da Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed) para a definição da sua política monetária.
O índice de referência europeu, Stoxx 600, recua 0,12% para 495,74 pontos, mas mantém-se perto de máximos históricos nos 497,74 pontos.
A registar a maior queda está o setor das telecomunicações que perde mais de 1%, seguido pelo da tecnologia e de produtos químicos.
Entre os principais movimentos de mercado, a Reckitt Benckiser, multinacional britânica de bens de consumo perde 9%, depois de os resultados de 2023 terem ficado abaixo das expectativas dos analistas.
Em sentido oposto, a Aston Martin valoriza 1%, à boleia de bons resultados.
"Os números do PCE amanhã devem mostrar que a desinflação não é uma linha reta", disse à Bloomberg Florian Ielpo da Lombard Odier Asset Management.
"Um número em linha com o esperado é o melhor que podemos esperar, o que dá margem de manobra limitada à Fed para manobrar a sua política monetária" acrescentou o analista.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o italiano FTSEMIB recua 0,38%, o britânico FTSE 100 perde 0,37% e o espanhol IBEX 35 cede 0,16%. Em Amesterdão, o AEX regista um decréscimo de 0,48%.
Em sentido oposto, o alemão Dax soma 0,12% e o francês CAC-40 avança 0,07%.
Juros aliviam na Zona Euro
Os juros das dívidas soberanas na Zona Euro estão a aliviar ligeiramente esta quarta-feira, o que sinaliza uma maior aposta dos investidores nas obrigações.
Os juros da dívida portuguesa a dez anos recuam 1,2 pontos base para 3,160% e os da dívida espanhola descem 0,7 pontos para 3,343%.
Já a "yield" das Bunds alemãs com maturidade a dez anos, referência para a região, alivia 1,7 pontos base para 2,445%.
Os juros da dívida italiana recuam 0,5 pontos base para 3,889% e os da dívida francesa registam uma descida de 1,5 pontos para 2,922%.
Fora da Zona Euro, a rendibilidade da dívida britânica alivia em 1,7 pontos base para 4,175%.
Dólar valoriza em antecipação de números da inflação nos EUA. Ouro sai penalizado
O dólar está a valorizar face às principais divisas rivais, com os investidores a aguardarem a divulgação do indicador PCE, que é conhecido na quinta-feira e que permite medir a inflação na ótica da despesa do consumidor.
A divisa norte-americana soma 0,3% para 0,925 euros, ao passo que o índice do dólar da Bloomberg - que mede a força da "nota verde" contra 10 divisas rivais - ganha 0,26% para 104,096 pontos.
O cenário de um corte de juros pela Fed tanto em março como em maio já está praticamente descartado, sendo que a probabilidade de uma redução em junho se encontra nos 51%, segundo a Reuters.
Com as expectativas do mercado mais alinhadas com as últimas projeções e comentários da Fed, os investidores só devem reagir se assistirem a uma quebra de tendência nas estatísticas, caso algum dado "sugerisse uma fraqueza no crescimento económico", disse à Reuters Charu Chanana, analista do Saxo Bank.
A sair penalizado de uma valorização da "nota verde" está o ouro que recua 0,22% para 2.016,11 dólares por onça.
Cautela de membros da Fed e aumento dos "stocks" de crude penalizam preços do petróleo
Os preços do petróleo estão a desvalorizar, numa altura em que os investidores avaliam a possibilidade de a Reserva Federal manter as taxas de juro inalteradas durante mais tempo do que era esperado, bem como os números dos inventários de crude nos Estados Unidos que aumentaram.
Estes dois cenários vão se sobrepondo às notícias que dão conta que a Organização dos Países Produtores de Petróleo (OPEP) poderá estender os atuais cortes na oferta para o segundo trimestre.
O West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, perde 0,85% para 78,20 dólares por barril e o Brent do Mar do Norte, referência para as importações europeias, desce também 0,85% para 82,94 dólares por barril.
"Há alguma tomada de mais-valias esta manhã depois dos preços terem recuperado em dois dólares por barril do prémio que se reduziu na sexta-feira", explicou à Reuters Vandana Hari, analista da Vanda Insights.
"É uma resposta combinada aos aumentos nos inventários de crude divulgados e esperança continuada de que um cessar-fogo em Gaza seja atingido nos próximos dias", acrescentou.
Dois responsáveis da Fed ressalvaram na terça-feira que não têm urgência em proceder a cortes das taxas de juro, dado que existe alguma possibilidade de a inflação voltar a aumentar.