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Europa em alta à boleia da China, mas "earnings season" desilude
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados desta sexta-feira.
Europa em alta à boleia da China, mas "earnings season" desilude
As bolsas europeias terminaram a última sessão da semana da alta, com o rescaldo da reunião de política monetária de ontem do BCE ainda a animar o mercado.
Além disso, as ações do bloco mais expostas à economia chinesa registaram avanços, depois de o banco central chinês ter emitido mais medidas para apoiar os mercados do país asiático, numa altura em que os dados relativos à economia chinesa não mostram grandes melhorias.
A corretora Goldman Sachs reduziu a previsão de crescimento de lucros para este ano para o índice europeu Stoxx 600 de 6% para 2%, citando riscos do aumento de impostos corporativos e potenciais tarifas comerciais.
Esta sexta-feira, o "benchmark" europeu, o Stoxx 600, subiu 0,21% para 524,99 pontos, com os setores tecnológico e dos "basic resources" a registarem os melhores desempenhos – o primeiro avançou 2%. Por sua vez, o retalho, os media e o imobiliário travaram maiores ganhos do principal índice europeu.
O início da sessão foi marcado por alguma desilusão com a época de ganhos do terceiro trimestre das maiores empresas em bolsa do bloco, que registaram, ainda assim, uma recuperação gradual ao longo da negociação deste final de semana. O analista Emmanuel Cau, da Barclays, explicou que o início morno da época de resultados não é suficientemente mau para fazer descarrilar a recuperação mundial das ações.
Entre as principais movimentações de mercado, a ASML Holding NV valorizou quase 5%, depois de ontem ter divulgado perspetivas mais positivas para os lucros anuais do que os anteriormente anunciados.
A Volvo, por exemplo, virou o jogo e acabou o dia com ganhos de mais de 3%, ainda que os lucros tenham diminuido no terceiro trimestre devido à queda na procura.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX ganhou 0,38%, o francês CAC-40 valorizau 0,39%, o italiano FTSEMIB avançou 0,47% e o holandês AEX registou um acréscimo de 0,53%. Também o espanhol IBEX 35 somou 0,17% neste final de semana.
O britânico FTSE 100, a par do português PSI, são os únicos que desvalorizam na Europa neste momento, ao caírem 0,32% e 0,62%, respetivamente.
Juros aliviam na Zona Euro. Itália regista maior descida
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro terminaram a semana a registar descidas, ainda com os investidores a digerir o terceiro corte das taxas de juro do Banco Central Europeu em 25 pontos base. Segundo os analistas que acompanham o BCE, as palavras da presidente Christine Lagarde abriram caminho a mais uma descida antes do ano acabar.
A rendibilidade da dívida portuguesa a dez anos cedeu 4,3 pontos base, para os 2,607%. Já a do país vizinho recuou 4,2 pontos, para 2,869%, enquanto a italiana foi a que mais perdeu, ao baixar 5,5 pontos base para 3,355%, num dia em que Fitch e Standard & Poor's se pronunciam sobre a dívida transalpina.
Por sua vez, os juros das "bunds" alemãs aliviou em 2,7 pontos para 2,181%, enquanto a "yield" francesa regitou um decréscimo de 4,3 pontos, para 2,897%.
Fora do bloco da moeda única, as "gilts" britânicas cederam 3,2 pontos base para 4,055%.
Dólar cai. Apetite pelo risco cresce com economia chinesa
O dólar interrompeu a semana de ganhos e segue a perder terreno, à medida que o apetite pelo risco sobe, após mais uma ronda de medidas de estímulo da China, que impulsionaram as bolsas, lideradas pelas ações chinesas.
"Este cenário impulsionou as ações chinesas e o sentimento de apetite pelo risco de forma mais ampla, colocando pressão sobre o dólar/yuan, o que por sua vez ajudou a elevar o euro/dólar - o que deu início ao recuo do dólar", explicou Erik Bregar, da Silver Gold Bull, à Reuters.
Ainda assim, a nota verde caminha para a terceira semana de ganhos (0,6%), com o índice do dólar a subir cerca de 2,8% até agora este mês, o maior ganho mensal desde abril de 2022. O índice do dólar da Bloomberg – que mede a força da moeda em relação às suas principais concorrentes – está, a esta hora, a negociar no vermelho e cede 0,25% para 103,57 pontos.
O euro avança 0,21% para 0,8504 dólares. Face à divisa nipónica, a nota verde cai 0,41% para 149,59 ienes, após ter atingido a marca "chave" dos 150 ienes por dólar na sessão anterior.
Ouro continua "rally" e está mais caro do que nunca
Os preços do metal amarelo ainda não saíram do "rally" registado desde a manhã desta sexta-feira, e continuam a negociar em máximos históricos.
A alta de preços tem sido impulsionada por vários fatores, entre eles a incerteza relativamente ao resultado das eleições norte-americanas, o escalar do conflito em várias frentes no Médio Oriente e ainda a onda crescente de apostas em mais um corte das taxas de juro pela Reserva Federal dos EUA na próxima reunião, em novembro.
A esta hora, o ouro segue a brilhar e soma quase 1% para 2.718 dólares por onça, depois de esta manhã ter quebrado a fasquia dos 2.700 dólares.
Apesar de Joe Biden, presidente dos EUA, se ter referido pela primeira vez a um cessar-fogo na Faixa de Gaza, o primeiro-ministro de Israel ignorou o presidente norte-americano e avisou que o massacre na região está longe de terminar.
Os investidores tendem a recorrer a ativos-refúgio em tempos de incerteza, motivados pela aversão ao risco e preocupações com a instabilidade do mercado global, sendo o ouro a "commodity" com maiores avanços em 2024 - valorizou 30%.
Crude a caminho de perda semanal com EUA a apelar a tréguas em Gaza
Após a morte do líder do Hamas, Yahya Sinwar, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, apelou a um cessar-fogo na Faixa de Gaza, mas Benjamin Netanyahu recusou e disse que as operações na região estavam longe de estarem terminadas. Após estes acontecimentos, as cotações de petróleo nos principais mercados internacionais recuaram 2%.
"Embora os EUA gostem de acreditar que a morte do líder é uma oportunidade para retomar negociações de paz significativas, parece-me mais uma ilusão do que uma alternativa realista", disse Tamas Varga, da PVM, citada pela Reuters.
A esta hora, o West Texas Intermediate (WTI), que serve de referência para os EUA, cede 2,26% para 69,07 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – recua 2,15% para 72,85 dólares por barril. No acumulado da semana, o "ouro negro" está a perder 6% - a maior queda desde 2 de setembro.
Tecnológicas dão impulso a Wall Street. Netflix sobe mais de 9%
As principais bolsas norte-americanas abriram em alta na última sessão da semana, à exceção do industrial Dow Jones, que arrancou a registar ligeiros recuos. As ações do setor tecnológico estão, mais uma vez, a dar ímpeto a Wall Street, que caminha para a maior série de vitórias semanais.
Perto de completar a sexta semana seguida de ganhos, o S&P 500 soma 0,11% para 5.847,67 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq valoriza 0,50% para 18.464,86 pontos. Em queda segue o industrial Dow Jones, que recua 0,4% para 43.066,14 pontos.
Nos principais movimentos de mercado, destaque para as ações da Netflix, que estão a esta hora a subir mais de 9%. A gigante de streaming apresentou na noite de quinta-feira os resultados do terceiro trimestre, que superou as previsões de mercado, com as receitas a subirem 15% para 9.825 milhões de dólares e os assinantes a atingirem os 282,72 milhões.
Influenciadas pela Netflix, outras ações de tecnologia seguem em alta. No grupo das "Sete Magníficas", a Nvidia sobe 0,7%, a Apple avança perto de 1% e a Meta Platforms valoriza mais de 1%.
Por outro lado, a American Express cede mais de 4% após divulgadas as receitas trimestrais da empresa, que registaram valores abaixo das expetativas do mercado, a par de um aumento da despesa.
Na saúde, a CVS Health cai quase 8%, num momento em que os investidores reagem à nomeação de David Joyner como novo diretor executivo.
"Earnings season" morna deixa Europa sem rumo
As bolsas europeias arrancaram a derradeira sessão da semana mistas, com os investidores ainda a digerirem o corte de 25 pontos base nas taxas de juro por parte do Banco Central Europeu (BCE) e uma série de contas trimestrais de empresas da região.
O "benchmark" europeu, o Stoxx 600, avança 0,30% para 525,47 pontos, com o setor tecnológico, o automóvel e o mineiro a registarem os melhores desempenhos – o primeiro está mesmo a crescer mais de 2%. Por sua vez, são os setores das telecomunicações e dos media que estão a travar maiores ganhos do principal índice europeu.
Entre as principais movimentações de mercado, a Volvo encontra-se a negociar em ligeira alta, depois de ter arrancado a sessão a cair 3%. A fabricante de automóveis sueca registou uma queda mais acentuada do que se esperava nos lucros do terceiro trimestre do ano e sinalizou uma procura estagnada para 2025. Entre julho e setembro, a Volvo registou lucros ajustados de 14,1 mil milhões de coroas suecas, uma queda de cerca de 27% em relação ao resultado do mesmo período do ano anterior.
Esta época de resultados arrancou com um sabor amargo para os investidores. Embora setores como o da banca estejam a registar contas trimestrais acima das previsões, gigantes do Stoxxx 600, como a LVHM e a ASML, têm pressionado as bolsas europeias e afetado o sentimento da negociação – principalmente esta última, que espoletou um "sell-off" nas ações tecnológicas mundiais.
"As ações europeias continuam a ser bastante atrativas para os investidores, devido às suas avaliações mais baixas em relação ao mercado norte-americano. No entanto, a volatilidade a curto-prazo continua um desafio e os investidores esperam por sinais mais claros da inflação e da estabilidade económica", afirma Aneeka Gruta, diretora de estudos macroeconómicos da Wisdomtree, à Bloomberg.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX ganha 0,26%, o francês CAC-40 valoriza 0,47%, o italiano FTSEMIB avança 0,20% e o holandês AEX regista um acréscimo de 0,43%. O espanhol IBEX 35, a par do português PSI, são os únicos que desvalorizam na Europa neste momento, ao caírem 0,33% e 0,23%, respetivamente. Na quarta-feira, Madrid atingiu máximos históricos.
Juros negoceiam sem rumo após corte do BCE
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro negoceiam sem uma direção clara esta sexta-feira, um dia depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter cortado as taxas diretoras em 25 pontos base.
Os países do sul da Europa registam perdas esta manhã, com a "yield" da dívida portuguesa a dez anos a recuar 0,2 pontos base, para os 2,648%. Já a do país vizinho alivia em 0,4 pontos, para 2,906%, enquanto a italiana perde 1,3 pontos base para 3,397%
Por sua vez, os juros das "bunds" alemãs avançam 0,6 pontos para 2,213%, enquanto a "yield" francesa agrava 0,1 pontos, para 2,940%.
Fora do espaço da moeda única, os juros da dívida britânica sobem 2,5 pontos base, para os 4,112%.
Dólar encaminha-se para a terceira semana de ganhos com Fed menos "dovish"
O dólar prepara-se para encerrar a terceira semana consecutiva em alta, à boleia de um Banco Central Europeu (BCE) mais "dovish" e dados económicos que apontam para uma robustez da economia norte-americana. A Reserva Federal (Fed) dos EUA parece ter, cada vez menos argumentos para encetar um ciclo de alívio das taxas de juro agressivo – particularmente, se Donald Trump vencer as eleições, como apontam algumas sondagens.
O índice do dólar da Bloomberg – que mede a força da moeda em relação às suas principais concorrentes – está, a esta hora, a negociar no vermelho, numa altura em que várias moedas encontram-se em movimento de correção face à divisa norte-americana. É o caso do euro, que valoriza 0,09% esta manhã para 1,0841 dólares, apesar de se preparar para fechar a semana com uma queda de quase 1%.
O euro está a ser pressionado pela decisão do BCE em cortar as taxas de juro em 25 pontos base, esta quinta-feira – uma decisão que foi tomada de forma unânime entre os vários membros da autoridade monetária. Apesar de a presidente deste banco central, Christine Lagarde, não se ter comprometido com um novo corte em dezembro, vários economista disseram à Reuters que é muito provável que se assista a um novo alívio em dezembro – uma posição defendida há uma semana pelo governador do banco central da Grécia.
Ouro brilha como nunca e ultrapassa a fasquia dos 2.700 dólares
O ouro está a brilhar como nunca e ultrapassou, pela primeira vez, a fasquia dos 2.700 dólares por onça, com os investidores a apostarem em ativos-refúgio com o escalar das tensões no Médio Oriente. A incerteza política em relação aos resultados das eleições dos EUA, que se aproximam a todo o gás, continua a dar ímpeto ao ouro no mercado internacional.
Os preços deste metal precioso chegaram a valorizar 0,7% esta manhã, altura em que atingiu máximos históricos de 2.711,99 dólares por onça - muito acima do recorde registado de 2.694,79 dólares na sessão de quinta-feira. No acumulado do ano, o ouro já avançou mais de 30% e é mesmo uma das "commodities" que regista melhor desempenho em 2024.
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Petróleo em alta após morte do líder do Hamas
Os preços do petróleo continuam a crescer no mercado internacional, depois de ontem terem registado a primeira sessão positiva esta semana, com todos os olhos postos no Médio Oriente.
As tensões na região parecem não ter fim e, esta quinta-feira, Israel anunciou a morte de Yahya Sinwar, líder máximo do Hamas, em Rafah, no sul da Faixa de Gaza. Apesar de o Presidente dos EUA, Joe Biden, ter aproveitado o momento para pedir um cessar-fogo entre Israel e o Hamas, o primeiro ministro israelita afirmou que as operações militares em Gaza "ainda estão por completar" – indicando uma extensão do conflito.
O petróleo reage, assim, em alta a estas declarações com o West Texas Intermediate (WTI), que serve de referência para os EUA, a crescer 0,61% para 71,10 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – avança 0,55% para 74,86 dólares por barril.
A impulsionar os preços do crude está ainda um relatório publicado esta quinta-feira nos EUA, que viu as suas reservas de petróleo caírem em 2,19 milhões de barris na semana passada – indicando uma procura saudável por esta matéria-prima no país. Já no maior importador de petróleo do mundo, a China, novos dados indicam um crescimento económico acima do esperado no terceiro trimestre deste ano, apesar da procura por crude ter registado quebras.
"A procura da China é uma peça importante em toda esta equação", afirma Zhong Liang Han, estratega de investimento do Standard Chartered Bank, à Bloomberg. "No entanto, pensamos que as questões relacionadas com a oferta são a peça maior, e há um pouco de excesso nesta frente", concluiu.
Bolsas chinesas em alta com economia a crescer mais do que antecipado. Europa aponta para o vermelho
A economia chinesa está em desaceleração, mas a travagem no crescimento não está a ser tão grande como os analistas antecipavam. No terceiro trimestre deste ano, a economia chinesa registou um crescimento homólogo de 4,6% - acima das estimativas, mas abaixo do crescimento de 4,7% registado no trimestre anterior.
Apesar de ainda estar longe dos objetivos de Pequim, que querem ver a economia a avançar 5% este ano, estes dados devolveram o otimismo às bolsas chinesas, mas não foram o suficiente para deixar a Ásia no verde.
O CSI 300, "benhmark" para a China continental, encerrou a sessão a disparar 4,85%. Por sua vez, o Hang Seng, de Hong Kong, valorizou 2,8%, enquanto o Shanghai Composite registou um avanço de 2,6%, impulsionados ainda pelo anúncio que o Banco Popular da China criou um mecanismo, com uma quota inicial de 300 mil milhões de yuans (cerca de 38,82 euros, ao câmbio atual), para apoiar empréstimos bancários utilizados na recompra de ações.
Já no Japão, o Nikkei 225 e o Topix terminaram a sessão desta sexta-feira em ligeira alta, apesar de a inflação subjacente no país ter crescido mais do que se antecipava. O índice dos preços no consumidor nipónico até desacelerou pela primeira vez em cinco meses, fixando-se nos 2,5%, mas a inflação subjacente recuou apenas até aos 2,4% - a expectativa era de 2,3%.
Na Coreia do Sul, o Kospi desvalorizou 0,51%, enquanto o S&P/ASX 200 australiano caiu 0,87%. Pela Europa, a negociação de futuros aponta para uma abertura em queda, com o Euro Stoxx 50 a desvalorizar 0,1% no "premarket".