Notícia
Europa fecha em queda e soma terceira semana no vermelho
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados desta sexta-feira.
Dólar na sexta semana consecutiva de ganhos. Libra em máximos de dois anos e meio
O dólar está a subir esta sexta-feira e a caminho da sexta semana consecutiva de valorizações. Economistas e estrategas de Wall Street diminuíram as apostas em mais cortes nas taxas de juro pela Reserva Federal em 2025, depois da reeleição de Trump e os comentários de Jerome Powell esta quinta-feira.
O impacto das políticas de Trump animam uns e desapontam outros. "O prolongamento destas políticas vai ser pouco clara durante algum tempo, mas os investidores vão posicionar-se para uma rápida implementação de medidas, que irá apoiar os rendimentos e elevar a nota verde", consideraram os analistas da MUFG.
O dólar sobe 0,96% para 0,9344 euros, e face à divisa nipónica, desce 0,13% para 152,74 ienes. O índice do dólar da Bloomberg - que mede a força da nota verde face às principais concorrentes - sobe 0,6% para 105,131 pontos.
Destaque também para a libra, que ultrapassa máximas de dois anos e meio face ao euro, com investidores a preverem que o Banco Central Europeu vai cortar mais rapidamente os juros do que o Banco da Inglaterra.
A esta hora, o euro cede 0,22% para 0,8301 libras, um recorde face a valores de meados de outubro, quando atingiu 0,8297 libras - o nível mais alto desde abril de 2022.
Europa fecha em queda e soma terceira semana no vermelho
As bolsas europeias encerraram em queda a sessão desta sexta-feira e o Stoxx 600 registou um saldo semanal negativo pela terceira vez consecutiva, algo que não sucedia desde abril.
A pressionar os mercados estiveram o plano de estímulos da China, que ficou aquém do esperado, e resultados empresariais que dececionaram, como foi o caso da Richemont, dona da Cartier.
O índice pan-europeu Stoxx600 caiu 0,65% para os 506,63 pontos, com o setor mineiro a ser o mais castigado. Entre as maiores quedas, contudo, destacou-se a Richemont, dona da Cartier, com um tombo de 6,6% após resultados que desiludiram os investidores. Este efeito acabou por contagiar as rivais do luxo Louis Vuitton e Hermès.
O parisiense CAC-40 caiu 1,17%, enquanto o alemão DAX30 cedeu 0,76% e o britânico FTSE100 recuou 0,84%.
Em Milão o FTSEMIB perdeu 0,48% ao passo que o espanhol IBEX-35 deslizou 0,16%.
Juros registam forte alívio na Zona Euro
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro tiveram um forte alívio neste final de semana, com os investidores a registarem uma maior aversão ao risco, ao mesmo tempo que as bolsas europeias registaram quedas.
Os juros das "bunds" alemãs a dez anos, referência para o bloco europeu, caíram 8 pontos base, para 2,363%. Já a "yield" das obrigações soberanas francesas cedeu 8,1 pontos base para 3,117%.
A rendibilidade da dívida portuguesa perdeu 6,8 pontos base para 2,856%, enquanto a espanhola cedeu 7,1 pontos para 3,102%. Por sua vez, a "yield" da dívida italiana recuou 7,4 pontos base para 3,654%.
Já fora da Zona Euro, os juros das "gilts" britânicas continuam a ceder e aliviaram esta sexta-feira 6,3 pontos base para 4,433%.
Petróleo cede mais de 2% pressionado por China. Trump divide opiniões
As cotações do "ouro negro" estão a cair mais de 2%, num momento em que as opiniões dos investidores se dividem relativamente à presidência de Donald Trump nos EUA e como poderá afetar o mercado.
Por um lado, as medidas prometidas pelo republicano dão força ao dólar e retraem os ganhos do petróleo. Por outro, a expectativa de que o futuro presidente irá reprimir o fornecimento da matéria-prima do Irão através da aplicação de sanções ao país volta a colocar o crude num trilho de potenciais subidas.
A esta hora, o West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, recua 2,92% para 70,25 dólares por barril. Já o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, desliza 2,55% para 73,70 dólares.
Além disso, a tirar força à negociação esteve o mais recente anúncio da China, que apresentou um novo pacote de medidas de estímulo à economia que desapontou os investidores, que esperavam propostas fiscais de maior peso para apoiar o consumo nacional.
Ouro regista maior queda semanal dos últimos cinco meses
Os preços do ouro estão a ceder no final de uma semana preenchida para os EUA, pressionado por um dólar mais forte, ao mesmo tempo que o mercado absorve as consequências económicas da vitória de Donald Trump e o impacto que poderá ter nas taxas de juro nos próximos meses.
"Muitos ativos de risco começaram a beneficiar da potencial implicação futura das políticas, então há dinheiro a ser desinvestido dos metais para essas alternativas", disse Alex Ebkarian, da Allegiance Gold, à Reuters.
O metal amarelo recua 0,58% para 2.690,88 dólares por onça. No acumulado da semana, o ouro perdeu 1,6%, a maior queda semanal dos últimos cinco meses.
A Reserva Federal cortou os juros diretores em 25 pontos base esta quinta-feira, mas avisa que a abordagem para decisões futuras será cautelosa, já que o impacto das eleições não será "de curto prazo", de acordo com o presidente do banco central.
"Caso o mercado restaure as apostas de um corte de juros pela Fed antes do Natal, o ouro pode atingir a fasquia de 2.700 dólares", acredita Han Tan, do Exinity Group.
De pé atrás, Wall Street prepara-se para fechar melhor semana do ano
Wall Street termina a sua melhor semana do ano com mais cautela e arrancou a sessão com ganhos ligeiros, depois de um impulso que levou o índice de referência, o S&P, a três dias consecutivos de máximos históricos. O "benchmark" aproxima-se do marco dos 6.000 pontos, o que poderá atrair ainda mais o interesse dos investidores em ações.
O otimismo vivido esta semana resultou da junção de dois fatores: primeiro, a reeleição de Donald Trump como presidente dos EUA que, com a sua agenda pró-crescimento, deverá dar gás à "Corporate America", segundo acreditam os investidores; o segundo, a perspetiva de corte de taxa de juros pela Reserva Federal (Fed) que ontem se concretizou, em 25 pontos base.
"O movimento nas ações desta semana foi extremo e diz muito sobre quanto o mercado adora ter certezas, o que temos agora que o resultado das eleições é conhecido", disse Clark Geranen, da CalBay Investments, à Reuters.
O presidente da Fed, Jerome Powell, garantiu que o resultado das eleições não teria um impacto "de curto prazo" na política monetária. No entanto, as medidas de Trump englobam gastos fiscalmente "exagerados" e os aumentos de tarifas propostos podem aumentar a inflação, complicando o caminho da política do banco central.
A esta hora, o S&P 500 sobe 0,14%, para 5.981,46 pontos, enquanto o industrial Dow Jones avança ligeiros 0,03% para os 43.743,46 pontos - os dois índices estão a caminho da melhor semana do ano. Já o Nasdaq Composite soma 0,07% para 19.282,77 pontos, e segue perto do melhor desempenho dos dois últimos meses.
Entre os principais movimentos de mercado, a Airbnb cai 8,8% depois de a empresa não atingir as metas de lucro apontadas para o último trimestre.
Também o Pinterest 13,6% após ter revisto em baixa o "guidance" anual.
Do lado das subidas, a Nvidia sobe 2,25% após a pioneira da inteligência artificial se ter tornado a primeira empresa na história a ultrapassar os 3,6 biliões de dólares em valor de mercado, esta quinta-feira.
Setor mineiro e ações de luxo pintam Europa de vermelho
As bolsas europeias arrancaram a derradeira sessão da semana no vermelho, com os investidores a digerirem uma série de resultados trimestrais e os cortes nas taxas de juro por parte do banco central dos EUA e do Banco de Inglaterra.
O "benchmark" europeu, Stoxx 600, recua, a esta hora, 0,25% para 508,66 pontos, com as principais praças da região todas a negociar no vermelho. O setor mineiro e o de luxo estão a pressionar o índice europeu, numa altura em que as autoridades chinesas falharam a impressionar o mercado com novos medidas de estímulo económico.
Estes dois setores estão extremamente expostos ao mercado chinês e, qualquer movimentação na economia do país, tem grande impacto no seu desempenho. As ações de luxo estão ainda a ser pressionados pela queda da Richemont, que afunda 4,46% para 122,05 francos suíços, depois de ter apresentado uma queda de 1% nas vendas no terceiro trimestre do ano.
Já a dona da British Airways dispara 5,90% para 231,60 pence de libra. A International Airlines Group registou um aumento de 15% nos lucros no terceiro trimestre do ano, superando as previsões dos analistas. A empresa manifestou ainda grande otimismo em relação ao aumento da procura para o resto do ano.
Entre as principais praças europeias, o alemão Dax recua 0,31%, o francês CAC-40 desvaloriza 0,75%, o italiano FTSEMIB recua 0,59% e o espanhol IBEX 35 cede 0,08%. Em Amesterdão, o AEX regista um decréscimo de 0,56%, enquanto, em Londres, o FTSE 100 desliza 0,39%.
Juros da dívida da Zona Euro aliviam. Alemanha regista maior queda
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro estão a aliviar esta sexta-feira, numa altura em que os investidores já se encontram a reagir às novas medidas apresentadas pelas autoridades chinesas, que preveem um aumento do tecto da dívida dos governos locais para 35,52 biliões de yuans.
Os juros das "bunds" alemãs a dez anos, referência para o bloco europeu, aliviam 6,2 pontos base, para 2,381%. Já a "yield" das obrigações soberanas francesas recua 5,4 pontos base para 3,145%.
A rendibilidade das dívidas portuguesas perdem 5,8 pontos base para 2,866%, enquanto as espanholas cedem 5,6 pontos para 3,118%. Por sua vez, a "yield" da dívida italiana recua 5,4 pontos base para 3,674%.
Já fora da Zona Euro, os juros das "gilts" britânicas continuam a ceder e aliviam agora em 5,4 pontos base para 4,441%, isto depois de o Banco de Inglaterra ter cortado, pela segunda vez no ano, as taxas de juro no país em 25 pontos base. Mas, deixou um aviso: o novo orçamento trabalhista pode levar a um aumento da inflação em meio ponto percentual.
Dólar fecha semana com o pé direito. Euro e libra em queda
Depois de sessões de extrema volatilidade, o dólar prepara-se para fechar a semana com o pé direito, apesar de estar a perder valor contra um conjunto dos seus principais concorrentes.
O índice do dólar da Bloomberg recua, a esta hora, 0,03% para 104,48 pontos, pressionado pela desvalorização da divisa norte-americana face ao iene. O dólar recua 0,35% para 152.40 ienes, mas regista ganhos face ao euro e a libra.
A moeda comum europeia prepara-se para encerrar a semana com um saldo negativo de 0,3%, numa altura em que a incerteza política na maior economia da região continua a crescer. Já a libra recua após o Banco de Inglaterra ter cortado as taxas de juro em 25 pontos base – o segundo alívio na política monetária do ano.
No mesmo caminho seguiu a Reserva Federal (Fed) norte-americana. O banco central voltou a reduzir os juros e, apesar de um novo corte em dezembro não estar ameaçado, o mesmo não se pode dizer para as perspetivas de 2025.
"A Fed continua numa trajetória de diminuição das taxas de juro e é provável que se verifique um novo corte em dezembro, a menos que os dados relativos à inflação e ao mercado de trabalho sejam surpreendentes", afirmou Kerry Craig, estratega de mercados JP Morgan Asset Management, à Reuters. "No entanto, para 2025, a situação será complicada devido à possibilidade de as políticas comerciais e fiscais contribuírem para as perspetivas de inflação", conclui.
Ouro continua em queda sem razões para brilhar
Os preços do ouro continuam em queda e preparam-se para assinalar a segunda semana seguida no vermelho, com os investidores ainda a digerirem as implicações de um segundo mandato de Trump na Casa Branca.
O corte de 25 pontos base encetado na quinta-feira pela Reserva Federal (Fed) norte-americana parece não estar a dar alento ao metal precioso. O futuro da política monetária do país advinha-se incerto com a chegada de Trump ao poder – e o banco central não se quis comprometer com novos cortes ainda este ano. O ouro tende a beneficiar de uma política mais flexível, uma vez que não rende juros.
"Existe alguma incerteza sobre a trajetória dos cortes nas taxas dos EUA e é por isso que estamos a assistir a este recuo do ouro", afirma Soni Cumari, estratega de mercadorias do ANZ, à Reuters.
No entanto, o metal precioso pode vir a beneficiar da vitória de Trump no longo prazo. Durante o seu primeiro mandato, os preços do ouro dispararam – e com as políticas atuais do republicano a não se distanciarem muito do passado, o metal pode encontrar aqui um novo catalisador.
"A execução de um défice mais elevado e a aplicação de tarifas são medidas inflacionistas, o que deverá ser positivo para o ouro", explica Hugo Pascal, analista da InProved, à Reuters.
Petróleo encaminha-se para semana no verde
Apesar de encaminhar-se para uma semana de ganhos, o petróleo está a negociar em baixa esta manhã, numa altura em que os mercados continuam a digerir as possíveis implicações de um segundo mandato de Trump – incluindo possíveis medidas das autoridades chinesas para colmatar as tarifas que o republicano pretende impor sobre os produtos chineses.
A esta hora, o West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, recua 0,87% para 71,73 dólares por barril. Já o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, desliza 0,70% para 75,10 dólares. No entanto, os dois apontam para ganhos semanais de quase 3%.
A vitória do candidato republicano à presidência dos EUA levou o dólar a registar a maior subida diária desde setembro de 2022. O crescimento da divisa norte-americana, que negoceia em máximos de quatro meses, pesa sobre os preços das matérias-primas, uma vez que as mesmas são negociadas nesta moeda no mercado internacional.
Com Trump no poder, os mercados esperam políticas ambientais e energéticas bastante distintas da anterior administração de Biden, que vão ter claros impactos na produção de petróleo e de energia eólica "offshore". A política externa do país também vai ser extremamente afetada, alimentando a incerteza geopolítica no Médio Oriente e na Ucrânia.
"Ainda existem muitas incógnitas em torno do Médio Oriente e das exportações [de crude] iranianas e venezuelanas sob uma nova administração", confessou Russell Hardy, do Vitol Group, à Bloomberg. "É ainda prematura concluir que o mercado vai ter excesso de oferta em 2025", concluiu.
Ásia incerta à espera de medidas da China. Nissan afunda 10%
As bolsas asiáticas encerraram a derradeira sessão da semana em território misto, com os investidores focados em possíveis medidas de estímulo económico que podem sair da reunião do Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional, que termina esta sexta-feira.
Os movimentos acontecem um dia depois da Reserva Federal (Fed) norte-americana ter cortado as taxas de juro em 25 pontos base – uma decisão já incorporada no mercado – e o seu presidente ter deixado um aviso ao novo inquilino da Casa Branca: Jerome Powell não se demite, mesmo se Donald Trump pedir.
Pela China, a negociação foi volátil mas os principais índices acabaram mesmo por encerrar no vermelho. O Hang Seng, de Hong Kong, caiu 0,6%, enquanto o Shanghai Composite deslizou 0,4%.
Com o republicano a ocupar a Casa Branca a partir de janeiro de 2025, os investidores estão a ponderar se as medidas que poderão sair da reunião do Comité Permanente serão suficientes para combater as tarifas que Trump pretende implementar contra os produtos chineses. "Existe tanta incerteza a vir dos EUA neste momento", afirma Michelle Lam, economista da Societe Generale, à Bloomberg. "Poderemos assistir a um aumento mais pequeno das tarifas, de cerca de 15% a 20% - o que é mais razoável [do que os 60% propostos por Trump]", conclui.
Pelo Japão, a sessão foi ligeiramente mais otimista, com o Nikkei 225 a crescer 0,3%. No entanto, o Topix não conseguiu escapar as perdas e terminou a perder residualmente, apesar de novos dados económicos apontarem para uma queda no consumo menos acentuada do que o esperado.
As bolsas japonesas foram pressionadas pela queda das ações da Nissan, que chegaram a afundar 10% em Tóquio, atingindo mínimos de mais de quatro anos. A fabricante de automóveis anunciou que vai despedir nove mil trabalhadores e cortar um quinto da sua capacidade de produção, depois de os lucros do primeiro semestre fiscal da empresa terem caído a pique.
Já na Europa, a negociação de futuros aponta para uma abertura em alta, com o Euro Stoxx 50 a valorizar 0,2% no "premarket".