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Europa cede com reuniões de política monetária à porta. Petróleo regressa aos ganhos
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados durante esta quarta-feira.
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Europa cede com reuniões de política monetária à porta
Os principais índices europeus terminaram a sessão maioritariamente com perdas, com os investidores cautelosos antes das reuniões de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) e da Reserva Federal (Fed).
O índice de referência europeu, Stoxx 600, desceu 0,19% para 460,8 pontos e as maiores quedas vieram dos setores dos seguros e da saúde.
As quedas ligeiras aconteceram antes das reuniões sobre política monetária do BCE e da Fed, agendadas para a próxima semana.
"As coisas estão muito calmas, uma vez que os mercados estão com uma atitude de 'esperar para ver', com todos a aguardar a próxima reunião da Fed e a sua mensagem sobre a subida das taxas", disse Thomas Nugent, gestor da carteira de ações da Mapfre Asset Management, à Bloomberg.
Além disso, o que pode também ter pesado na Europa foram os comentários da presidente do BCE, Christine Lagarde, que disse que as pressões inflacionistas continuam e têm que ser contidas com o aumento das taxas de juro.
Por outro lado, as retalhistas estiveram em destaque, ao atingirem um máximo de dois meses com o impulso da Inditex - que divulgou um aumento dos seus lucros operacionais de 43%, o que ficou acima das estimativas dos analistas.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax subtraiu 0,20%, o francês CAC-40 desvalorizou 0,09%, o britânico FTSE 100 desceu 0,05% e o AEX, em Amesterdão, teve um decréscimo de 0,08%
Em contraciclo, o italiano FTSEMIB ganhou 0,07% e o espanhol IBEX 35 pulou 0,53%.
Juros da Zona Euro agravam-se com surpresa do Banco do Canadá
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro terminaram a sessão a agravarem-se de forma significativa, depois de uma inesperada subida das taxas de juro pelo Banco do Canadá, que está a gerar preocupações sobre as futuras decisões de política monetária dos bancos centrais em todo o mundo.
A "yield" das Bunds alemãs com maturidade a dez anos, referência para a região, somou 8,3 pontos base para 2,45% e os juros da dívida portuguesa subiram 10,5 pontos base para 3,150%.
Os juros da dívida pública italiana com a mesma maturidade foram os que mais subiram e agravaram-se 15,1 pontos base para 4,272%, ao passo que a "yield" das obrigações espanholas cresceu 11,1 pontos base para 3,467%.
Fora da Zona Euro, as rendibilidades da dívida britânica terminaram a somar 4,5 pontos base nos 4,245%.
Petróleo volta a subir com corte saudita a sobrepor-se a menor procura
O petróleo está a negociar em alta esta quarta-feira, com o anúncio recente da Arábia Saudita de cortar a produção em um milhão de barris por dia em julho a sobrepor-se a dados sobre as exportações na China abaixo do esperado.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, sobe 1,49% para 72,81 dólares por barril. Por seu lado, o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, ganha 1,38% para 76,42 dólares por barril.
No fim de semana, a Arábia Saudita anunciou, de forma unilateral, um corte na produção de crude para nove milhões de barris em julho, menos um milhão do que o previsto na sua quota de mercado. O príncipe Abdulaziz bin Salman, justificou a decisão com base na estabilidade do mercado.
Esta quarta-feira foram divulgados dados das exportações na China que mostraram uma desaceleração mais elevada do que o esperado em maio, ao passo que as importações também abrandaram.
"Os futuros parecem estar numa espécie de 'guerra' com o abrandamento da procura no setor industrial e de diesel, face a cortes na produção esperados pela OPEP e pelos sauditas", disse o analista Dennis Kissler, analista da BOK Financial, à Reuters.
Ouro é pressionado por juros da dívida dos EUA mais altos
O ouro está a desvalorizar ligeiramente, à medida que os juros das obrigações dos Estados Unidos ganhavam terreno na preferência dos investidores em busca de ativos refúgio.
O ouro recua 0,34% para 1.956,85 dólares por onça.
"Os juros permaneceram relativamente elevados, mantendo uma ligeira pressão sobre o mercado do ouro", afirmou David Meger, diretor de negociação de metais da High Ridge Futures, à Reuters.
Os juros da dívida soberana dos EUA subiram para 3,706%, o que aumentou o custo de oportunidade da posse de ouro, um ativo que não é remunerado.
Dólar recua face às principais divisas. Foco permanece na inflação e Fed
O dólar está a desvalorizar face às principais divisas rivais, numa sessão sem catalisadores, com os investidores focados na próxima semana em que é conhecida a inflação de maio nos Estados Unidos, bem como uma decisão de política monetária da Reserva Federal norte-americana.
O dólar desce 0,13% para 0,934 euros, ao passo que o índice do dólar da Bloomberg – que compara a força da nota verde contra 10 divisas – recua 0,13% para 103,988 pontos.
"Esperamos um certo grau de consolidação antes da decisão da Fed na próxima semana", afirmou Bipan Rai, analista da CIBC Capital Markets à Reuters.
"Os números da inflação vão ser críticos para a decisão da Fed e, por isso, faz-me sentido que ainda não tenhamos visto grandes posições a serem tomadas até este ponto", completou.
Wall Street segue a brilhar. Netflix sobe mais de 3% com revisão do "target" em alta
Os principais índices norte-americanos começaram a negociar em terreno positivo, com os investidores animados pelos comentários da secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, que disse numa entrevista que há sinais de arrefecimento do mercado laboral e um caminho para a descida da inflação.
É esperado que os dados sobre a subida dos preços mostrem um arrefecimento ligeiro em termos de variação mensal, mas os preços "core" devem permanecer elevados. Relativamente à Fed espera-se que os juros diretores se mantenham inalterados.
O industrial Dow Jones avança 0,19% para 33.633,97 pontos, enquanto o S&P 500 sobe 0,34% para 4.298,6 pontos, continuando a negociar em máximos de nove meses. Já o tecnológico Nasdaq Composite ganha 0,61% para 13.357,57 pontos.
A Netflix sobe mais de 3%, depois de o Wells Fargo ter revisto em alta o preço-alvo da cotada de 400 para 500 dólares por ação. Já a Coinbase avança 1,22%, após ter tocado mínimos de sete meses esta terça-feira, pressionada por um processo da Securities and Exchange Commission (SEC), que alega que empresa está a incumprir regras financeiras há anos.
"O sentimento permanece positivo, mas este é um período de uma atitude cautelosa. Toda a gente está a aguardar pelos eventos da próxima semana", disse Peter Cardillo, analista da Spartan Capital Securities, à Reuters.
Taxas Euribor descem a três meses e sobem a seis e 12 meses
As taxas Euribor desceram hoje a três meses e subiram a seis e a 12 meses, face a terça-feira.
A taxa Euribor a 12 meses, que atualmente é a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, subiu hoje para 3,923%, mais 0,009 pontos do que na terça-feira, depois de ter aumentado em 29 de maio para 3,982%, um novo máximo desde novembro de 2008.
Segundo dados de março de 2023 do Banco de Portugal, a Euribor a 12 meses representa 41% do 'stock' de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que as Euribor a seis e a três meses representam 33,7% e 22,9%, respetivamente.
A média da taxa Euribor a 12 meses avançou de 3,757% em abril para 3,862% em maio, mais 0,103 pontos.
No prazo de seis meses, a taxa Euribor, que entrou em terreno positivo em 6 de junho de 2022, subiu hoje, ao ser fixada em 3,733%, menos 0,018 pontos, contra o novo máximo desde novembro de 2008, de 3,781%, verificado também em 29 de maio.
A média da Euribor a seis meses subiu de 3,516% em abril para 3,682% em maio, mais 0,166 pontos.
Em sentido contrário, a Euribor a três meses recuou hoje, ao ser fixada em 3,459%, menos 0,17 pontos, face a terça-feira. No dia 5 de junho deste ano, a taxa Euribor bateu um novo máximo desde novembro de 2008 ao ser fixada em 3,493%.
A média da Euribor a três meses subiu de 3,179% em abril para 3,372% em maio, ou seja, um acréscimo de 0,193 pontos percentuais.
As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 04 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia aumentar as taxas de juro diretoras devido ao acréscimo da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.
Na mais recente reunião de política monetária, em 4 de maio, o BCE voltou a subir, pela sétima vez consecutiva, mas apenas em 25 pontos base, as taxas de juro diretoras, acréscimo inferior ao efetuado em 16 de março, em 02 de fevereiro e em 15 de dezembro, quando começou a desacelerar o ritmo das subidas em relação às duas registadas anteriormente, que foram de 75 pontos base, respetivamente em 27 de outubro e em 08 de setembro.
Em 21 de julho de 2022, o BCE aumentou, pela primeira vez em 11 anos, em 50 pontos base, as três taxas de juro diretoras.
As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Lusa
Dona da Zara defende Madrid de maré vermelha europeia
A Europa começou o dia pintada sobretudo de vermelho, à exceção de Madrid, num dia marcado pela queda acima do previsto das exportações chinesas e pelos mais recentes dados da OCDE. Na mira, estão ainda os bancos centrais, com os investidores à procura de pistas sobre o futuro, antes das próximas reuniões de política monetária da Reserva Federal (Fed) norte-americana e do Banco Central Europeu (BCE).
O Stoxx 600 perde 0,17% para 460,90 pontos. Entre os 20 setores que compõem o índice, o setor automóvel é o que mais pressiona, acompanhado do setor do "oil & gas", num dia que o petróleo cede perante o enfraquecimento das perspetivas sobre a procura a nível global.
Nem mesmo os bons resultados trimestrais da Inditex e do Danske Bank foram capazes de segurar o sentimento em terreno positivo. A dona da Zara registou lucros de 1.168 milhões de euros no primeiro trimestre do exercício fiscal de 2023 (fevereiro a abril), mais 54% do que no mesmo período de 2022, tendo as ações escalado quase 5%.
Por sua vez o banco subiu 4,5%, impulsionado sobretudo pela revisão em alta do "guindance" para este ano.
Entre as principais praças europeias, Madrid avançou 0,37%, tendo sido a única das principais bolsas do bloco a começar o dia no verde.
Frankfurt perdeu 0,27%, Paris recuou 0,36% e Londres cedeu muito ligeiramente (-0,06%). Amesterdão subtraiu 0,29% e Milão desvalorizou 0,73%. Por cá, a bolsa de Lisboa acompanhou a tendência e perdeu 0,37%.
Os investidores estão ainda a digerir o "outlook" da OCDE para a Zona Euro, que aponta para um crescimento de 0,9% neste ano e de 1,5% em 2024.
Juros agravam-se na Zona Euro entre declarações de Schnabel e "outlook" da OCDE
Os juros agravam-se na Zona Euro, numa altura em que os investidores digerem o mais recente "outlook" da OCDE sobre o crescimento da região para os próximos tempos e as declarações "hawkish" de Isabel Schnabel, membro da comissão executiva do Banco Central Europeu (BCE).
A "yield" das Bunds alemãs a 10 anos – referência para o mercado europeu – soma 1 ponto base para 2,377%.
Os juros da dívida portuguesa com vencimento em 2033 agravam-se 2,1 pontos base para 3,066%.
A "yield" das obrigações espanholas com a mesma maturidade cresce 1,6 pontos base para 3,373%.
Os juros da dívida italiana a dez anos sobe 5,7 pontos base para 4,177%, estando o "spread" face à "yield" alemã da mesma maturidade em 179,9 pontos base.
Isabel Schnabel salientou - em entrevista ao De Tijd e em linha com o que já tinha sido dito pela presidente do BCE, Christine Lagarde – que o banco central ainda tem caminho para fazer para combater a inflação. "Para saber quanto mais vão aumentar as taxas de juro, dependerá dos novos dados [económicos]", acrescentou.
As declarações do membro da comissão executiva do BCE seguem o mesmo tom do vice-presidente da Fed que esta terça-feira defendeu também a manutenção da política monetária restritiva nos EUA.
Os investidores estão ainda a digerir o "outlook" da OCDE para a Zona Euro, que aponta para um crescimento de 0,9% neste ano e de 1,5% em 2024.
Lira turca bate mínimos históricos contra o dólar após 12 dias de perdas
No mercado cambial, as atenções centram-se na lira turca que recuou para novos mínimos históricos, depois de 12 dias seguidos de perdas contra o dólar, a mais longa sequência desde 2001.
A moeda chegou a afundar 7,1%, valendo cada lira turca 23,1616 dólares. Desde a eleição presidencial que reconduziu Recep Tayyip Erdogan à liderança do país a moeda turca já tombou 12% contra o dólar.
Ao contrário de outros países, os bancos estatais turcos não divulgam as intervenções no mercado de câmbio. Erdogan escolheu Lynch Mehmet Simsek para liderar a pasta do Tesouro das Finanças, uma personalidade vista como ortodoxa, do ponto vista económico, o que pode significar a redução das intervenções estatais no mercado de câmbio, para sustentar a lira turca.
Em linha com esta ideia, os "traders" citados pela Bloomberg alegam que os bancos públicos pararam de vender dólares em troca de lira turcas.
Na Zona euro, a moeda única recua 0,12% para 1,0685 dólares, no mesmo dia em que a OCDE projetou o seu "outlook", apontando crescimento de 0,9% neste ano e de 1,5% no próximo na Zona Euro.
O índice do dólar da Bloomberg – que compara a força da nota verde contra 10 divisas – avança muito ligeiramente, depois de o vice-presidente da Fed Richard Clarida ter defendido a manutenção da política monetária restritiva do banco central norte-americano.
Caça de pistas sobre decisão da Fed continua e ouro recua
O ouro desliza 0,36% para 1.956,39 dólares por onça, numa altura em que os investidores continuam à caça de pistas sobre o futuro da política monetária levada a cabo pela Reserva Federal (Fed) norte-americana.
O vice-presidente da Fed Richard Clarida afirmou que provavelmente as taxas de juro irão voltar a subir e que dificilmente haverá cortes em 2024.
Os investidores estão ainda a digerir os mais recentes dados da OCDE, a qual aponta para um recuperação económica fraca, com um crescimento de 2,7% este ano e 2,9% no próximo ano, bem abaixo da média de 3,4% dos últimos sete anos.
Petróleo cede com sinais de alívio da procura
O petróleo alivia perante os dados que apontam para a possibilidade de um enfraquecimento da procura.
O West Texas Intermediate (WTI) – negociado em Nova Iorque – cede 0,7% para 71,24 dólares por barril.
O Brent do Mar do Norte – referência para as importações europeias – cai 0,68% para 75,77 dólares por barril.
As exportações chinesas caíram pela primeira vez em três meses em maio, de acordo com os dados publicados esta quarta-feira de manhã. Pelos EUA, o consumo de petróleo está pela metade do crescimento que foi observado o ano passado, segundo os dados da administração norte-americana.
Ásia fecha em máximos de quase quatro meses. Europa aponta para o verde
A Ásia fechou a sessão em máximos de quase quatro meses, enquanto a Europa aponta para um arranque das negociações em terreno positivo. Os mais recentes desenvolvimentos sobre as relações entre China e EUA e a expectativa em torno do corte dos juros dos depósitos pedido por Pequim aos bancos do país marcam o ritmo.
Os futuros sobre o Euro Stoxx 50 sobem 0,1%.
O MSCI Ásia-Pacífico (incluindo o Japão) valorizou 0,20%, tendo renovado máximos de meados de fevereiro.
Pela China, Hong Kong cresceu 1,1% e Xangai subiu 0,2%. No Japão, o Nikkei caiu 1,82% e o Topix deslizou 1,34%. Na Coreia do Sul, o Kospi terminou na linha de água (-0,04%).
Pequim pediu aos maiores bancos do país para cortarem nas taxas de juros concedidas tanto pelos depósitos a prazo como à ordem. A Bloomberg Economics espera que o Banco Popular da China comece a cortar no juro a um ano ano "longo em meados de junho".
A sentimento está ainda a ser animado pela notícia de que o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken planeia visitar a China nas próximas semanas.
Na Índia, o "benchmark" do país, o Nifty 50, está perto de bater um novo recorde.