Notícia
Europa com pior semestre desde 2008. Wall Street a passos largos para o pior 1.º semestre em 50 anos
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados.
Petróleo cai com incerteza em torno da OPEP+
Os preços do "ouro negro" seguem em terreno negativo, devido à incerteza em relação à produção futura da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (o chamado grupo OPEP+).
Em Londres, o contrato de agosto do Brent do Mar do Norte, que é a referência para as importações europeias, segue a cair 1,59% para 114,41 dólares por barril.
Já o West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, cede 3,62% para 105,81 dólares por barril.
A OPEP+ anunciou, após a reunião de hoje, que irá aumentar a produção apenas em agosto, tal como divulgou no início deste mês. Isto apesar da escassa oferta de crude face à procura.
O anúncio da OPEP+ deixou o mercado a questionar-se sobre a produção futura do grupo de produtores, já que não foram delineados planos para setembro.
No início deste mês, os membros da OPEP+ surpreenderam os mercados ao abrirem ainda mais as torneiras – quando se esperava um status quo da quota que vigorava desde agosto do ano passado e que passaria por um aumento de 432.000 barris por dia em julho.
Mas não foi assim. A OPEP+ decidiu aumentar a oferta de crude em cerca de 50% nos meses de julho e agosto. O acordo alcançado constituiu uma cedência à pressão dos grandes consumidores de petróleo, nomeadamente os EUA, para aliviar a escalada dos preços energéticos e, consequentemente, a inflação.
Os ministros dos membros do cartel e seus aliados concordaram em reforçar em 648.000 barris de petróleo por dia a oferta em julho e agosto (em vez de definirem apenas as quotas de julho, definiram logo também do mês seguinte).
No entanto, com muitos membros da OPEP+ a terem já atingido a sua capacidade de produção, estes aumentos de produção serão, na realidade, menores – e a capacidade adicional do grupo deverá continuar reduzida.
Agora, sem números relativamente a setembro, o mercado ficou inseguro.
Petróleo regista primeiro mês negativo do ano
Os preços do chamado "ouro negro" estão em terreno negativo, após quatro sessões consecutivas em terreno positivo. Este é o primeiro mês negativo desde Novembro de 2021, altura em que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e os seus aliados (o chamado grupo OPEP+) retomou a produção que que abrandou durante a pandemia.
Em Londres, o Brent do Mar do Norte, referência para as importações europeias, segue a somar 1,37% para 114,67 dólares por barril. O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, por sua vez, caiu 2,82% para 106,68 dólares por barril.
Segundo a Bloomberg, o mercado do petróleo foi afetado por dois conflitos no mês de junho: o crescente medo de um abrandamento da economia enquanto as taxas de juro são duramente agravadas pelos bancos centrais. Ainda assim, o valor dos barris de petróleo valoriza, com os mercados a lutar para superar as limitações de fornecimento provocadas pelo conflito na Líbia e no Equador.
Os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados reúnem-se esta quinta-feira para definir as quotas de produção de setembro.
Ouro regista terceira queda mensal
O ouro regista a terceira queda mensal consecutiva, com os investidores a pesarem a subida das taxas de juro face aos receios de uma recessão global, numa altura em que os bancos centrais alertam para os efeitos a longo prazo de um choque inflacionista
O ouro segue a desvalorizar 0,56% para 1.807,60 dólares por onça.
Os restantes metais preciosos também seguem no vermelho: a prata recua 2,36% para 20,25 dólares por onça, a platina desce 2,35% para 897,55 dólares por onça, e o paládio, que disparou na quarta-feira, perde agora 3,48% para 1.898,10 dólares por onça.
Wall Street a passos largos para o pior primeiro semestre em 50 anos
Wall Street abriu as negociações desta quinta-feira em terreno negativo, a caminho do pior primeiro semestre em mais de 50 anos.
Os investidores estão a analisar dados das despesas de consumo da população norte-americana, o maior condutor da economia dos Estados Unidos, que mostram uma desaceleração - o que está a alimentar receios de uma recessão económica.
O índice de referência mundial, Standard & Poor's 500, está a caminho do quarto dia consecutivo no vermelho e perde 1,55% para 3.758,13 pontos, dirigindo-se assim para o pior primeiro semestre desde 1962. Dos 11 setores que compõem o "benchmark" mundial, todos negoceiam de forma negativa.
Já o índice industrial Dow Jones cai 1,64% para 30.521,70 pontos. Ao passo que o tecnológico Nasdaq Composite cede 2,62%, fixando-se nos 10.882,47 pontos.
As despesas de consumo dos norte-americanos registaram uma queda pela primeira vez em maio deste ano e apesar de terem sido mais baixas do que era esperado, os dados mostram que a procura não está a colapsar.
"Os mercados acionistas têm tido dificuldades, alcançando até o pior começo do ano em décadas, à medida que os investidores reapreciam as avaliações das empresas dados os riscos de inflação, geopolítica, política monetária e uma potencial recessão", clarifica John Lynch, analista da Comerica, numa nota citada pela Bloomberg.
Europa em maré vermelha caminha para o pior semestre desde 2008
As principais praças do Velho Continente negoceiam com perdas significativas e caminham assim para o pior semestre desde a crise financeira de 2008, com os investidores a pesarem as perspetivas económicas futuras, o aumento da inflação e a consequente possibilidade de uma recessão.
O índice de referência da Europa ocidental, Stoxx 600, perde 1,85% para 405,83 pontos. Todos os setores do "benchmark" negoceiam em terreno negativo e os que registam as maiores quedas são o automóvel (-3,91%), seguido da tecnologia (-2,825%) e o retalho (-2,80%).
Nos principais movimentos de mercado está a Uniper, energética alemã, a maior compradora de gás à Rússia, que registou o maior tombo no mercado acionista em cinco anos, de -11,35%. Depois do Kremlin ter anunciado uma diminuição nas entregas de gás, a empresa reduziu as suas estimativas de resultados anuais e adiantou ainda que está em discussão com o governo alemão para um resgate financeiro.
"Uma sensação de presságio está novamente a contagiar os mercados financeiros, com a ansiedade a aumentar e com receios de que ao atacar a inflação os bancos possam enfraquecer as economias", adianta Susannah Streeter, analista da Hargreaves Lansdown à Bloomberg.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax cede 2,44%%, o francês CAC-40 desvaloriza 2,35%, o italiano FTSEMIB recua 2,3%, o britânico FTSE 100 perde 1,87% e o espanhol IBEX 35 cai 1,77%. Em Amesterdão, o AEX registou um decréscimo de 1,58%, ao passo que o lisboeta PSI é o que menos cai e perde apenas 1,29%.
Dólar a passo rápido para o melhor trimestre desde 2016
O dólar está a desvalorizar ligeiramente em relação ao euro, mas ainda assim a caminho para o melhor trimestre desde o final de 2016, motivado por uma política monetária mais agressiva por parte da Reserva Federal norte-americana.
O dólar cresce 0,054% em relação ao euro e perde 0,079% face à libra esterlina. Já o par iene dólar ganha 0,29%. Ainda assim, a nota verde regista uma valorização de 12% face à moeda japonesa este trimestre e 18% este ano, o valor mais elevado desde 1998.
O índice do dólar da Bloomberg – que compara a força da moeda norte-americana com 10 divisas rivais – cresce 0,02% para 105,124 pontos.
Já a moeda russa atingiu o valor mais forte desde 2015 esta quinta-feira, estando a beneficiar dos preços elevados das "commodities". Ainda assim, nesta altura o rublo desvaloriza 0,047% face ao dólar e ganha 0,27% em relação à moeda única europeia.
Os investidores vão estar ainda atentos esta quinta-feira aos dados da inflação nos Estados Unidos que devem fornecer mais pistas sobre o estado da economia no país e a possibilidade de uma recessão.
Ouro mantém desvalorização e prepara-se para fechar com pior trimestre desde início de 2021
Apesar de não apresentar grande variação esta quinta-feira, estima-se que o ouro encerre o trimestre com a pior quebra desde o início de 2021.
Este metal precioso entra assim no terceiro mês consecutivo de declínio à medida que os investidores pesam o aumento das taxas de juro e os receios de recessão, com os bancos centrais a alertar para a possibilidade de um choque de inflação mais prolongado.
O ouro perde 0,15% para 1,815.03 dólares por onça e a platina recua 0.43%. Já o paládio vai no sentido contrário e valoriza 0.44%. O presidente da Reserva Federal norte-americana, Jerome Powell, e os homólogos europeus podem ser forçados a mudar de estratégia no combate à constante subida de preços.
No Fórum Anual do Banco Central Europeu, que terminou esta quarta-feira em Sintra, a presidente do BCE, Christine Lagarde, admitiu que é improvável que o mundo regresse à baixa inflação nos próximos tempos, apontando a pandemia e o ambiente geopolítico como as principais causas.
Esta quinta-feira é o último dia do mês de junho e marca o final do primeiro semestre e o fim do segundo trimestre.
Petróleo em baixa a caminho do primeiro mês negativo desde novembro
O petróleo está a negociar em baixa, a caminho do primeiro declínio mensal desde novembro, numa altura em que se aproxima, esta quinta-feira, uma reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (o chamado grupo OPEP+) para definir as quotas de produção de setembro.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, perde 0,20% para 109,55 dólares por barril. Já em Londres, o Brent do Mar do Norte, que é a referência para as importações europeias, segue a cair 0,80% para 115,33 dólares por barril.
Os mercados continuam a ser pautados por receios de um abrandamento económico à medida que os bancos centrais se podem tornar mais agressivos na política monetária, nomeadamente em relação a um aumento das taxas de juro diretoras.
Esta quinta-feira o grupo OPEP+ deve carimbar uma subida na produção do "ouro negro", apesar de muitos países já terem atingido a sua capacidade máxima - o que se traduzirá na prática, numa menor dimensão deste incremento. Os Estados Unidos têm pedido aumentos, numa altura em que se avizinha uma visita do presidente Joe Biden ao Médio Oriente no próximo mês.
"O ambiente de preços elevados parece estar a fazer o seu trabalho no que toca à procura", adianta Warren Patterson, analista da ING Groep, à Bloomberg. "No caso da OPEP+, não espero nenhuma surpresa. Imagino que vá ser uma reunião bastante rápida."
Juros em queda na zona Euro. Alemanha cede 8,0 pontos base
Os juros da dívida na zona euro continuam a aliviar, numa altura em que os bancos centrais deixaram claro que estão dispostos a fazer o que for necessário para combater a inflação.
As bunds da dívida alemã a dez anos, agravaram ao início da manhã desta quinta-feira, com o indíce a desacelerar para 8,0 pontos base para 1.434. A dívida portuguesa, por sua vez, cede 6,6 pontos base para 2.491, seguida pela espanhola, que cede 6,5 pontos base para 2.513.
Já a taxa de juro da dívida italiana, que na quarta-feira, 29 de junho, foi a que mais perdeu, cedeu 2,4 pontos base para 3.358.
As perspetivas de recessão empurram os investidores de novo para as obrigações, provocando um forte queda das yelds dos títulos de dívida na Europa. Um refúgio que se agravou depois de os líderes dos bancos centrais da Zona Euro, Estados Unidos e Reino Unido, reunidos até esta quarta-feira em Sintra, no Fórum BCE, terem mostrado união e determinação no combate a inflação.
Europa aponta para o vermelho. China regista as menores quedas numa Ásia em terreno negativo
As principais praças da Europa ocidental estão a apontar para um início de negociação em terreno negativo, depois de uma noite em que as praças asiáticas encerraram a sessão com uma tendência de quedas generalizada. Já na quarta-feira Wall Street também fechou a sessão abaixo de zero.
Na Ásia, a queda geral dos principais índices da região foi largamente justificada pelas desvalorizações das cotadas de tecnologia, que registaram as maiores perdas, numa altura em que se mantêm as preocupações dos investidores face a uma política monetária mais agressiva por parte do banco central norte-americano, a Fed, para controlar a crescente inflação. O Alibaba perdeu 1,48%, a Tencent 2% e o TSMC 3,05%.
Os dois principais índices chineses, o Shanghai Composite (1,3%) e o Hang Seng (-0,32%), terminaram o dia mistos, numa altura em que ainda estão a beneficiar da redução governamental do período de quarentena para visitantes estrangeiros que entrem no país - as ações ligadas a viagens, turismo e hotéis registaram uma subida significativa desde terça-feira, data em que a redução foi anunciada.
Adicionalmente, foram divulgados na quarta-feira dados que mostram uma evolução económica positiva no país, com os setores dos serviços e construção com uma forte recuperação.
Os futuros sobre índice de referência do Velho Continente, Stoxx 600, perdem 1,1%.
Nas restantes praças asiáticas, no Japão, o Topix perdeu 1,2% e o Nikkei cedeu 1,5%. Já na Coreia do Sul, o Kospi registou um decréscimo de 1%.
Esta quinta-feira é o último dia do mês de junho e marca assim o final do primeiro semestre e o fim do segundo trimestre. Na Ásia, o mercado acionista perdeu cerca de 12% este trimestre, o pior desde março de 2020, no período inicial da pandemia. Os "stocks" da região têm vindo a registar dificuldades em recuperar de maio, com receios de que um aumento das taxas nos Estados Unidos dificulte o retorno da economia chinesa.
Esta quinta-feira os investidores vão estar ainda atentos aos números do desemprego na Zona Euro. Em abril, a taxa mantinha-se em 6,8%, em linha com as expectativas do mercado.