Notícia
Bolsas europeias à espera de direção com mira em Trump. Petróleo cai e juros agravam-se
Acompanhe ao minuto as principais movimentações nos mercados ao longo da sessão desta quarta-feira.
Quedas ligeiras na Europa com estímulos dos EUA em foco
Os mercados acionistas europeus fecharam em baixa ligeira, numa altura em que tentam perceber o rumo de eventuais novos estímulos à economia dos EUA.
Ontem à noite, Donald Trump disse que o Congresso deve alargar rapidamente 25 mil milhões de dólares em novas ajudas salariais às companhias aéreas norte-americanas que estão a colocar em licença milhares de trabalhadores numa altura em que as viagens de avião continuam a ser fortemente afetadas pela pandemia de covid-19.
Esta abertura para mais estímulos deixa os investidores na expectativa de que possam ser aprovadas mais ajudas nos EUA antes das eleições, ao contrário do que o presidente norte-americano sinalizou na terça-feira à tarde.
Trump declarou ontem que decidiu interromper as conversações com os democratas com vista a um novo pacote de estímulos à economia, acusando a líder da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, de não estar a negociar de boa fé. O chefe da Casa Branca disse que só depois das eleições presidenciais serão retomadas as negociações.
Mas o facto de ter falado posteriormente em ajudas às transportadoras aéreas cria a expectativa de que possam avançar mais estímulos.
O índice de referência Stoxx 600 Europe oscilou entre ganhos e perdas durante toda a sessão, acabando por fechar a ceder 0,12% para 365,45 pontos.
Dos principais índices da Europa Ocidental, apenas o alemão Dax encerrou no verde, com uma subida marginal de 0,2%.
Os setores das telecomunicações (-1.5%) e seguros (-1,3%) foram os que mais pesaram, com as gigantes dos resseguros Munich Re e Swiss Re sob pressão devido ao furacão Delta nos EUA, que ameaça agravar a já dispendiosa fatura deste ano com desastres naturais.
Os setores industriais avançaram, com as fabricantes automóveis (+1,4%) e as companhias mineiras (+1,7%) entre os melhores desempenhos do dia.
Juros agravam-se um pouco por toda a Europa
Os juros da dívida a dez anos de Portugal agravaram-se em 0,4 pontos base para os 0,230%, tal como aconteceu na vizinha Espanha, onde os juros para a mesma maturidade aumentaram 0,6 pontos base para os 0,241%.
A referência europeia, a Alemanha, apresentou uma tendência semelhante. A remuneração das obrigações germânicas ficou nos -0,495%, 1,4 pontos base acima da sessão anterior. Esta é a terceira sessão consecutiva de agravamento para os juros das bunds.
O mercado de obrigações pede uma maior remuneração numa altura em que os mercados acionistas nos Estados Unidos mostram pujança, apesar de as praças europeias não acompanharem nesta demanda, posicionando-se, na maioria, em terreno negativo.
Dólar perde terreno com vitória de Biden e mais estímulos de Trump na mira
A nota verde segue em baixa face às principais congéneres, num dia em que os investidores perspetivam uma possível vitória democrata nas eleições presidenciais de 3 de Novembro e depois de Donald Trump ter dito que está pronto para promulgar mais medidas de estímulos.
As sondagens mostram que Joe Biden está a alargar a vantagem, havendo também mercados de apostas que estão a refletir a perspetiva de os democratas tomarem o controlo do Senado (que é atualmente de maioria republicana) no próximo mês.
"Os mercados cambiais estão a começar a colocar a hipótese não só de Biden na presidência mas também de uma forte abrangência dos democratas", comentou à Reuters um estratega da TD Securities, Mazen Issa, aludindo à possibilidade de os democratas conquistarem também a maioria no Senado, além da Câmara dos Representantes (que atualmente lideram).
O dólar também se depreciou depois de Donald Trump ter dito ontem à noite que o Congresso deve alargar rapidamente 25 mil milhões de dólares em novas ajudas salariais às companhias aéreas norte-americanas que estão a colocar em licença milhares de trabalhadores numa altura em que as viagens de avião continuam a ser fortemente afetadas pela pandemia de covid-19.
Estas afirmações de Trump foram proferidas depois de o presidente norte-americano ter decidido interromper as conversações com os democratas com vista a um novo pacote de estímulos à economia, acusando a líder da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, de não estar a negociar de boa fé. O chefe da Casa Branca disse que só depois das eleições presidenciais serão retomadas as negociações. Nessa altura, o dólar ganhou terreno. Mas foi uma subida de curta duração, já que hoje inverteu.
O índice do dólar segue a ceder 0,19% para 93,64 pontos. O euro soma 0,32% para 1,1771 dólares.
Petróleo cai com mais reservas e menos estímulos
O ouro negro está a desvalorizar num dia em que as reservas mostram aumentos e as perspetivas para economia, e consequentemente para a procura, se deterioram face aos planos revelados por Trump quanto aos estímulos orçamentais.
O barril de Brent, negociado em Londres e referência para a Europa, desce 1,76% para os 41,90 dólares e o nova-iorquino West Texas Intermediate cai 2,14% para os 39,80 dólares.
Os inventários nos Estados Unidos aumentaram em 501.000 barris na semana passada, anunciou o Departamento norte-americano da Energia. A este aumento acrescem receios do lado da procura, depois de Donald Trump ter divulgado a intenção de não negociar um novo pacote de estímulos até ao período pós-eleições.
Ouro serve de refúgio face a recuos de Trump
O metal amarelo tem andado num sobe e desce nas últimas sete sessões, sendo que nesta quarta-feira segue no verde, com uma valorização de 0,54% para os 1.888,23 dólares por onça. Esta subida representa uma recuperação daquela que foi a maior quebra em quase duas semanas.
O ouro beneficia do anúncio, feito pelo presidente Trump através da sua conta Twitter, de que as negociações para um novo pacote de estímulos deverão ser adiadas até depois das eleições, o que prejudica o "refúgio rival", o dólar, perante receios de que a Fed atue em defesa da economia através de um corte nas taxas diretoras, o que enfraqueceria o valor da nota verde.
Bolsas dos Estados Unidos somam mais de 1%
As bolsas dos Estados Unidos abriram em alta, depois de Trump ter suspendido as negociações sobre um novo pacote de estímulos orçamentais mas deixado a porta aberta a outros apoios à economia. Simultaneamente, é o seu rival nas eleições, Joe Biden, que segue na frente das sondagens.
O generalista S&P500 avança 1,20% para os 3.401,37 pontos, o tecnológico Nasdaq sobe 1,36% para 11.306,17 pontos e o industrial Dow Jones aprecia 1,18% para os 28.101,06 pontos.
O presidente dos Estados Unidos pôs fim às negociações para a aprovação de um pacote de estímulos à economia, adiando a decisão para depois das presidenciais que estão marcadas para o próximo dia 3 de novembro. Por outro lado, o líder da Casa Branca mostrou-se disponível para aprovar separadamente algumas medidas expansionistas e de apoio aos setores mais atingidos pela crise pandémica. Isto, numa altura em que Joe Biden se destaca cada vez mais nas sondagens.
No mundo empresarial, o foco recai nas gigantes tecnológicas, depois de a Câmara dos Representantes ter proposto esta terça-feira regras de concorrência mais apertadas para estas empresas. A Apple avança 1,74% para os 115,13 dólares, a Alphabet soma 0,62% para 1.462,50 pontos e a Microsoft sobe 0,92% para os 207,90 dólares.
Mensagem dúbia de Trump deixa bolsas sem rumo definido
Está a ser uma sessão marcada pela volatilidade no velho continente, com as principais praças europeias divididas entre ganhos e perdas. Se no arranque da sessão a generalidade das bolsas europeias negociava em alta, com as quedas do português PSI-20 e do espanhol a representarem as exceções, agora o rumo segue ainda mais repartido.
O índice PSI-20 recua 0,36% para 4.167,96 pontos depois de dois dias seguidos no verde e sobretudo penalizado pela desvalorização de 2,13% para 8,254 euros da Galp Energia.
Já o índice de referência europeu Stoxx600 cresce 0,16% para 366,45 pontos na quinta sessão consecutiva a valorizar, o que configura a mais longa série de ganhos desde meados de abril deste ano.
Esta divisão entre subidas e descidas é explicada pelas declarações ontem feitas por Donald Trump e que, dependendo da perspetiva de análise, podem ter interpretações distintas.
Numa altura em que segue cada vez mais atrás do candidato democrata Joe Biden nas sondagens e em que democratas e republicanos continuavam longe de um acordo no Congresso, o presidente dos Estados Unidos pôs fim às negociações para a aprovação de um pacote adicional de medidas expansionistas de resposta à crise e garantiu que só serão retomadas depois das presidenciais marcadas para o próximo dia 3 de novembro.
Esta declaração, parcialmente desvalorizada por alguns analistas como podendo representar apenas uma tática negocial, levou à queda de Wall Street na terça-feira e ao reforço da apreensão dos investidores quanto à capacidade das instituições americanas promoverem uma robusta recuperação da maior economia mundial.
Todavia, Trump disse também manter-se disponível para aprovar separadamente algumas medidas expansionistas e de apoio aos setores mais atingidos pela crise pandémica tais como as operadoras aéreas, o que está a permitir o retomar de confiança no compromisso da Casa Branca com a necessidade de apoiar a retoma da economia.
Crude cai com anúncio de Trump e aumento das reservas dos EUA
O preço do petróleo está a cair nos mercados internacionais depois de duas sessões seguidas em que o crude valorizou tanto em Londres como em Nova Iorque.
Na capital inglesa, o Brent, que serve de referência para as importações nacionais, desce 0,75% para 42,33 dólares por barril. Já em Nova Iorque, o West Texas Intermediate (WTI) cai 1,01% para 40,26 dólares.
O fim das negociações com vista a um novo pacote de estímulos à economia decretado por Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, está a contribuir para a desvalorização do petróleo uma vez que os investidores temem que uma recuperação menos robusta da economia americana se venha a refletir numa quebra da procura pela matéria-prima.
Por outro lado e também a pressionar o preço do crude, embora pelo lado do aumento dos níveis de oferta, está o mais recente relatório do Instituto Americano do Petróleo que revela que na semana passada as reservas norte-americanas cresceram em 951 mil barris, o primeiro aumento semanal em quatro semanas.
Juros em queda na Zona Euro
As obrigações dos países do euro estão hoje em alta, com os investidores a afastarem-se das ações e a procurarem refúgio em ativos tidos como mais seguros, como a dívida soberana. Consequentemente, os juros estão em queda na maior parte da região do euro.
Em Portugal, a yield da dívida a dez anos recua 1,3 pontos base para 0,211%, enquanto em Espanha, no mesmo prazo, a descida é de 1,1 pontos para 0,222%. Em Itália, os juros deslizam 0,7 pontos para 0,767% e na Alemanha descem 0,8 pontos para -0,518%.
Euro ganha terreno ao dólar
A moeda única europeia segue a apreciar 0,22% para 1,1760 dólares nos mercados cambiais, enquanto, por seu turno, o dólar recua ligeiramente no índice da Bloomberg que mede a performance da moeda norte-americana contra um cabaz composto pelas principais divisas mundiais.
Ouro sobe após maior queda em quase duas semanas
O ouro está a ganhar terreno esta quarta-feira, depois de ter registado ontem a maior queda em quase duas semanas, na sequência do anúncio de Donald Trump de que as negociações entre democratas e republicanas sobre o novo pacote de estímulos serão suspensas até depois das eleições de 3 de novembro.
O anúncio provocou uma forte turbulência nos mercados, e está hoje a motivar a queda dos ativos de maior de risco, como as ações e a beneficiar os ativos de refúgio como é o caso do ouro.
O fim das discussões ameaça infligir ainda mais dificuldades aos americanos e impedir uma recuperação que já está a desacelerar. As novas ajudas podem ser adiadas até janeiro ou fevereiro, após a formação de um novo Congresso, o que significa que pode haver um período de quatro ou cinco meses sem apoio adicional.
Futuros em queda na Europa e em alta nos EUA
Não há uma tendência definida na negociação dos futuros acionistas na Europa e nos Estados Unidos nesta quarta-feira, 7 de outubro. Os futuros do europeu Stoxx50 recuam 0,3% enquanto os do norte-americano S&P500 sobem 0,4%.
Ainda assim, são os futuros nos EUA a acompanhar as subidas observadas nas principais bolsas asiáticas. Se o nipónico Topix fechou praticamente inalterado, o Hang Seng de Hong Kong somou 0,9% e a bolsas australiana avançou 1,3%.
Na Europa, agrava-se o receio quanto a uma segunda vaga da pandemia, em particular depois de a Alemanha ter registado o maior número diário de novos casos desde abril. Por outro lado, as autoridades italianas admitem adotar novas medidas restritivas para conter o avanço do novo coronavírus.
No entanto, é a decisão ontem anunciada por Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, de que rejeitou a proposta democrata para um novo pacote de estímulos económicos que está a penalizar o sentimento dos investidores europeus. Trump adiantou mesmo que as negociações com vista a mais medidas para apoiar a economia só serão retomadas após as presidenciais de 3 de novembro.
Este anúncio levou a quebras em Wall Street, contudo os futuros americanos valorizam numa altura em que se especula se a declaração do presidente poderá ser uma mera tática negocial para obrigar os democratas a aproximaram-se da posição da Casa Branca.
A justificar ainda a subida dos futuros nos EUA estão os diversos tweets feitos por Donald Trump, que veio depois defender a necessidade de mais estímulos à economia, designadamente apoios às operadoras aéreas. A maioria do Partido Democrata na câmara baixa do Congresso aprovou uma proposta de 2,2 biliões de dólares, sendo que a Casa Branca não quer ir além de 1,6 biliões.
Prevalece assim a volatilidade que vem marcando as últimas sessões - para a qual contribuiu ainda o facto de Trump ter contraído covid-19 na passada sexta-feira – numa altura em que os investidores acreditam que continua distante um eventual acordo com vista a medidas orçamentais expansionistas para apoiar a retoma da maior economia mundial.