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Trump mobiliza voluntários em busca de fraude eleitoral
Os republicanos estão a mobilizar milhares de voluntários para procurarem e documentarem provas que fundamentem a sua crença acerca da fraude eleitoral.
Em estados como a Pensilvânia, a Flórida e o Wisconsin a luta continua muito renhida, pelo que os republicanos procuram irregularidades, especialmente nos votos por correspondência, que têm aumentado exponencialmente devido à pandemia.
O número de voluntários inscritos nesta missão anti- fraude não foi ainda revelado, contudo, a meta de recrutamento definida no início do ano era de 50.000 monitores, espalhados por todo o país.
O grande objetivo, de acordo com as autoridades, é capturar fotos e vídeos que os republicanos possam usar para apoiar as suas alegações de que a votação por correspondência e as eleições de novembro estão de algum modo manipuladas.
Este movimento de Trump já está, alegadamente, a dar frutos. Um observador do atual presidente já postou um vídeo, em que demonstra ter sido afastado de um local de votação antecipada em Filadélfia, em setembro. Em resposta, a cidade garante que os monitores são bem-vindos nas seções eleitorais dia 3 de novembro, não estando porém autorizados a entrar nas instalações durante a votação.
Ativistas que defendem o direito ao voto temem que estes confrontos possam piorar, num ano marcado pelos confrontos entre os manifestantes e as milícias armadas, um pouco por todo o país.
As campanhas de observação são uma prática comum nas eleições dos EUA e remontam ao século XVIII. Contudo, existem limites e as mesmas estão sujeitas a leis estaduais e regras locais.
Apesar de ser comum, a operação realizada por Trump é diferente das demais, segundo os defensores do direito ao voto, tanto quanto ao seu principal foco (as eleições antecipadas) como quanto ao seu objetivo - a procura incessante pela fraude.
Num video publicado na rede social Twitter, no mês de setembro, Donald Trump deu a conhecer a sua preocupação e garantiu que os democratas planeavam "adicionar milhões de votos fraudulentos". Trump recusa-se a aceitar o resultado das eleições de novembro e durante o debate presencial de 29 de setembro alertou e pediu aos seus partidários para prestarem atenção às urnas.
Os apoiantes de Trump afirmam que planeiam monitorizar cada etapa da votação por corresponência, instalando câmaras e recolhendo provas onde se vejam osboletins a serem entregues nas urnas.
Em quatro décadas, esta é a primeira eleição presidencial em que o Comité Nacional Republicano tem liberdade para patrocionar operações de "segurança eleitoral", sem permissão do tribunal federal.
No Wisconsin, um estado que Trump ganhou por menos de um ponto percentual em 2016, os voluntários serão colocados em condados fortemente democratas ao redor de Milwaukee.
Em Montgomery, agora democrata, o Partido Republicano está a realizar diversas sessões com cerca 50 voluntários para controlar as 11 urnas propostas do condado, de acordo com um email recebido pela Reuters no qual é dito que: "É fundamental que tornemos nossa presença republicana conhecida, para que os eleitores saibam que não podem escapar impunes de fraudes".