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Abertura dos mercados: Resultados travam otimismo com acordo comercial. Juros sobem pela terceira sessão
Várias cotadas europeias estão a reagir em queda aos resultados apresentados esta manhã, que está a ofuscar mais desenvolvimentos positivos na frente comercial. Os juros das obrigações e as cotações do petróleo sobem pela terceira sessão.
Os mercados em números
PSI-20 sobe 0,09% para 5.208,29 pontos
Stoxx 600 desce 0,09% para 403,06 pontos
Nikkei ganhou 1,76% para 23.251,99 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos avançam 1,3 pontos base para 0,238%
Euro valoriza 0,08% para 1,1137 dólares
Petróleo em Londres valoriza 0,4% para 62,38 dólares
Bolsas europeias mistas com tarifas e resultados
As bolsas europeias seguem ainda sem tendência definida, com alguns índices a aliviarem dos máximos da última sessão numa altura em que as ações continuam a evoluir ao sabor dos resultados do trimestre e notícias sobre o potencial acordo comercial entre os Estados Unidos e a China.
O Stox600 desce 0,09% para 403,06 pontos depois de ontem ter tocado em máximos de 2015. Em Wall Street os três principais índices (Dow Jones, Nasdaq e S&P500) atingiram máximos históricos e já hoje as praças asiáticas também evoluíram em alta.
A dar força à negociação europeia está o otimismo face às negociações comerciais entre a China e os EUA, depois do Financial Times ter adiantado que Washington estaria a equacionar remover a imposição das tarifas sobre 112 mil milhões de dólares de bens importados da China e que entraram em vigor em setembro deste ano.
No entanto, a Bloomberg revelou que Xi Jinping, para além da retirada das taxas aduaneiras sobre esses 112 milhões de dólares em produtos chineses, pretende ainda que Donald Trump ceda e reduza as tarifas de 25% em cerca de 250 mil milhões de dólares, que começaram a ser impostas no ano passado.
A dar suporte aos mercados acionistas, sobretudo asiáticos, está a decisão do banco central da China em descer ligeiramente a taxa de juro de referência do país.
Já na frente dos resultados as notícias estão para já a ser desfavoráveis. A Pandora afunda 12% depois da fabricante de joias dinamarquesa ter alertado que as vendas vão descer mais do que o esperado este ano. Em Espanha a Telefónica recua 2% depois da operadora ter apresentado resultados que ficaram baixo do esperado. A Siemens Gamesa também afunda depois de resultados negativos.
Em Lisboa o PSI-20 sobe 0,09% para 5.208,29 pontos, um novo máximo desde julho, com o índice português a ser impulsionado pelas ações do BCP e da Galp Energia. Fora do PSI-20 destaca-se a Novabase, que ganha perto de 12% depois de ter anunciado a venda de uma unidade aos franceses da Vinci.
Moeda chinesa atinge máximo de agosto
O otimismo no acordo comercial entre os Estados Unidos e a China está a impulsionar a moeda chinesa, que esta terça-feira atingiu máximos de agosto e superou uma importante barreira. O yuan valorizou um máximo de 0,52%, com a cotação a situar-se abaixo de 7 yuans por dólar pela primeira vez em três meses.
O Banco do Povo Chinês (banco central) anunciou hoje um corte nas taxas de juro de 3,30% para 3,25%, a primeira redução na principal ferramenta de empréstimos bancários no país desde 2016.
O banco central tenta impulsionar a atividade na segunda maior economia do mundo, que está a ser castigada pela imposição de tarifas por parte dos Estados Unidos.
A moeda chinesa aproveita também o facto de o dólar estar em queda contra as principais divisas mundiais. O índice do dólar desce 0,1% e o euro está a ganhar 0,08% para 1,1137 dólares.
Juros sobem pela terceira sessão
A expectativa de acordo entre os Estados Unidos e China está a afastar os investidores das obrigações soberanas, que têm servido de refúgio em alturas de maior turbulência nos mercados acionistas. A taxa de juro genérica das obrigações do Tesouro a 10 anos avança 1,3 pontos base para 0,238%, em linha com o desempenho das obrigações espanholas com a mesma maturidade (+1,2 pontos base para 0,315%). Nas bunds alemãs a taxa de juro dos títulos a 10 anos soma 2,4 pontos base para -0,328%.
Aumento das reservas trava ganhos do petróleo
As cotações do petróleo estão a subir pela terceira sessão devido ao otimismo na frente comercial e medidas da China para impulsionar a economia, mas os ganhos estão a ser travados pela expectativa de novo aumento das reservas de crude nos Estados Unidos. Uma sondagem da Bloomberg aponta para aumentos de 2 milhões de barris para máximos de agosto.
O Brent, em Londres, valoriza 0,4% para 62,38 dólares e o WTI, em Nova Iorque, valoriza 0,3% para 56,71 dólares.
Ouro desce pela segunda sessão
O ouro persiste acima dos 1.500 dólares por onça mas está a descer pela segunda sessão, com o metal amarelo a ser penalizado pela menor procura dos investidores por ativos de refúgio. Mesmo com o dólar em queda, o ouro desce 0,25% para 1.506,01 dólares no mercado à vista em Londres.