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Abertura dos mercados: Resultados negativos colocam bolsas no vermelho. Juros abaixo de 0,5%
Os números negativos apresentados pela SAP, ASOS, Novartis na Europa e pelo Netflix nos Estados Unidos estão a pesar no sentimento dos investidores. As bolsas e o dólar estão em queda e os juros descem pela quarta sessão.
Os mercados em números
PSI-20 desvaloriza 0,35% para os 5.233,93 pontos
Stoxx 600 desce 0,39% para os 386,18 pontos
Nikkei desceu 1,97% para os 21.046,24 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos descem 1,1 pontos base para 0,491%
Euro valoriza 0,12% para 1,1237 dólares
Petróleo valoriza 0,03% para 63,68 dólares por barril em Londres
Bolsas europeias em mínimos de três semanas
O Stoxx 600, o índice que agrega as 600 principais cotadas europeias, está a cair 0,39% para os 386,18 pontos, tendo já negociado em mínimos de três semanas. Os setores da indústria e da tecnologia são os que mais pressionam o índice.
A pesar nas bolsas europeias estão os resultados de algumas cotadas. As ações da tecnológica SAP desvalorizam mais de 6% após ter anunciado que registou uma desaceleração no crescimento das vendas no segmento da cloud. Também a retalhista britânica Asos está em queda após ter cortado a sua previsão de lucros.
A contrariar a tendência negativa dos resultados das cotadas está a Novartis. A farmacêutica suíça aumentou pela segunda vez este ano as suas perspetivas para as receitas. Os títulos estão a subir quase 3%.
Os investidores estão a receber com muita cautela os resultados das cotadas europeias assim como das cotadas norte-americanas. Ontem, um dos destaques negativos foi a Netflix cujas ações afundaram 12% após ter revelado que o número de subscritores nos EUA desceu pela primeira vez desde 2011.
A Ásia também não é exceção. O índice de referência de Tóquio, o Nikkei, caiu 1,97% após uma notícia que dava conta da possibilidade da Canon ter uma queda de 40% no seu lucro operacional.
Entre as praças europeias, a maior queda é protagonizada pelo índice alemão, o Dax, que sofre uma queda de quase 1% por causa da alemã SAP.
Já o PSI-20 desvaloriza 0,35% para os 5.233,93 pontos com a maior parte das cotadas em baixa, indo o destaque para os CTT que atingiram um novo mínimo histórico.
Juros a 10 anos abaixo de 0,50%
A "yield" das obrigações do Tesouro a 10 anos desce pela quarta sessão e volta a situar-se abaixo da barreira dos 0,50%, com a dívida portuguesa a seguir o desempenho positivo dos restantes títulos soberanos europeus. O alívio dos juros surge numa altura em que se aproximam as reuniões de política monetária dos bancos centrais que poderão ser decisivas: o Banco Central Europeu reúne-se na próxima semana e a Reserva Federal no final do mês. Espera-se que ambos reduzam os juros diretores como resposta à desaceleração económica e à inflação abaixo do objetivo, ainda que não seja claro a altura em que isso se vai concretizar.
A "yield" da dívida portuguesa tinha subido na semana passada para o patamar dos 0,6% após ter atingido um mínimo histórico abaixo dos 0,3%. Hoje desce 1,1 pontos base para 0,491%, em linha com o comportamento das obrigações espanholas e alemãs, onde a taxa desce 1,2 pontos base para -0,306%.
Dólar desde pela segunda sessão
Os desenvolvimentos desfavoráveis na frente das negociações comerciais entre a China e os Estados Unidos estão a penalizar o dólar, que desce pela segunda sessão consecutiva. Os comentários de Donald Trump sobre as tarifas estão a agravar o pessimismo com o desfecho da guerra comercial, depois de ontem o presidente dos EUA ter afirmado que "temos um longo caminho a percorrer no que diz respeito às tarifas com a China. Temos mais 325 mil milhões de dólares de bens que podemos colocar tarifas, se quisermos".
O índice do dólar desce 0,1% e o euro está a valorizar 0,12% para 1,1237 dólares.
Reservas continuam a pressionar petróleo
Os preços do petróleo mantêm a tendência negativa registada na quarta-feira, depois de os EUA terem revelado que a procura de combustíveis diminuiu, inesperadamente, na semana passada, ao mesmo tempo que as reservas americanas aumentaram, superando as estimativas dos analistas consultados pela Bloomberg. Os "stocks" de gasolina e destilados aumentaram em 9,25 milhões de barris na semana passada. O barril do Brent, negociado em Londres e referência para as importações portuguesas, abriu em baixa e conseguiu posteriormente inverter para terreno ligeiramente positivo (+0,03% para 63,68 dólares). O WTI, transacionado em Nova Iorque, recua pela quarta sessão (-0,19% para 56,67 dólares).
Prata em máximos de cinco meses
A prata está a negociar em alta pela quinta sessão consecutiva e já atingiu um máximo de cinco meses, numa altura em que os investidores estão a privilegiar este metal em detrimento do ouro, que no mês passado atingiu máximos de seis anos. Hoje o ouro desce 0,38% para 1.421,16 dólares no mercado à vista em Londres, enquanto a prata valoriza 0,28% para 16,01 dólares.