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Abertura dos mercados: Receios mantêm bolsas europeias sob pressão. Dólar cai à espera da Fed
Os receios em torno de um possível abrandamento global, a tensão comercial entre os EUA e a China e a incerteza sobre o Brexit estão a pressionar as bolsas do Velho Continente. O dólar está a recuar, no dia em que arranca a reunião da Fed.
Os mercados em números
PSI-20 desce 0,66% para 4.699,61 pontos
Stoxx 600 recua 0,57% para 341,32 pontos
Nikkei desvalorizou 1,82% para 21.115,45 pontos
"Yield" a 10 anos de Portugal recua 0,9 pontos base para 1,642%
Euro sobe 0,24% para 1,1375 dólares
Petróleo cede 1,54% para 58,69 dólares por barril, em Londres
Receios globais mantêm bolsas sob pressão
Mais um dia de perdas para as praças do Velho Continente. O índice de referência europeu, Stoxx 600, está a cair 0,57% para 341,32 pontos, pressionado pela perspectiva de um abrandamento da economia mundial.
Além disso, também a guerra comercial entre os EUA e a China e a incerteza em torno do acordo sobre o Brexit estão a penalizar as bolsas. Os investidores estão ainda focados na reunião de política monetária da Reserva Federal dos EUA, que arranca hoje e termina amanhã. No final do encontro, os responsáveis devem subir as taxas de juro pela quarta vez este ano.
Este contexto de incerteza está a contagiar a bolsa nacional. O PSI-20 está a recuar 0,66% para 4.699,61 pontos, renovando mínimos de Março de 2017. A contribuir para este desempenho negativo está a Galp Energia, com a empresa a acompanhar a queda expressiva dos preços do petróleo nos mercados internacionais.
Juros portugueses em mínimos de Maio
Os juros da dívida soberana estão a aliviar de forma generalizada na Zona Euro. Em Portugal, a taxa está a recuar 0,9 pontos base para 1,642%, caindo pela oitava sessão consecutiva e mantendo-se em mínimos de Maio. No país vizinho, os juros no mesmo prazo estão a cair 0,8 pontos base para 1,390%.
O alívio é ainda mais expressivo em Itália e Alemanha. Os juros italianos descem 1,6 pontos base para 2,942%, enquanto a taxa a dez anos da dívida alemã alivia 1,5 pontos base para 0,241%.
Dólar sob pressão antes da Fed
O euro está a subir 0,24% para 1,1375 dólares. A moeda norte-americana está a ser pressionada pela especulação no mercado de que os receios em torno do crescimento global vão levar a Reserva Federal dos EUA a sinalizar uma pausa no ciclo de normalização da política monetária.
Isto no dia em que arranca a reunião de dois dias do banco central norte-americano. Os investidores prevêem que, no final deste encontro, a Fed suba novamente as taxas de juro, pela quarta vez este ano. Porém, moderaram as perspectivas para o próximo ano: esperam duas subidas, em vez de três.
Petróleo recua pela terceira sessão consecutiva
Os preços do "ouro negro" continuam sob pressão depois de um aumento das reservas norte-americanas de petróleo e previsões de uma produção recorde do petróleo de xisto nos EUA.
Os receios em torno da procura por petróleo, num cenário de abrandamento económico global, e dúvidas sobre o impacto dos cortes de produção planeados pela OPEP também estão a pressionar as cotações.
Em Londres, o Brent está a cair 1,54% para 58,69 dólares por barril, enquanto, em Nova Iorque, o West Texas Intermediate (WTI) está a ceder 1,52% para 49,12 dólares por barril.
Ouro sobe com dólar sob pressão
Os preços do metal amarelo estão a subir 0,24% para 1.248,89 dólares por onça, à boleia da desvalorização do dólar. Isto no dia em que arranca a reunião de política monetária da Reserva Federal dos EUA, quando os responsáveis devem subir as taxas de juro pela quarta vez este ano.
Porém, perante sinais de turbulência económica a nível mundial, o banco central liderado por Jerome Powell pode abrandar o ritmo da normalização da política monetária no próximo ano. Esta perspectiva mantém a moeda norte-americana sob pressão.
"Os investidores esperam que os preços do ouro subam ainda mais após a reunião", disse Brian Lan, director-geral da GoldSilver Central, à CNBC.