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Abertura dos mercados: May sem maioria não abala bolsas mas afunda a libra

As bolsas europeias estão a reagir de forma positiva à vitória, sem maioria absoluta, de Theresa May nas eleições. Os juros estão em queda ligeira enquanto a libra já atingiu mínimos desde a eleição de Trump.

Reuters
09 de Junho de 2017 às 09:15
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Os mercados em números

PSI-20 sobe 0,37% para 5.259,59 pontos

Stoxx 600 ganha 0,22% para 390,02 pontos

Nikkei valorizou 0,52% para 20.013,26 pontos

Juros da dívida portuguesa a dez anos descem 0,5 pontos base para 3,018%

Euro recua 0,18% para 1,1194 dólares

Petróleo em Londres cai 0,33% para 47,70 dólares o barril

 

Bolsas europeias em alta após vitória de May

As bolsas europeias estão a negociar em alta esta sexta-feira, 9 de Junho, aparentemente indiferentes ao resultado das eleições no Reino Unido, que deram vitória, sem maioria absoluta, aos conservadores liderados pela primeira-ministra Theresa May.

 

Em Londres, o Footsie avança 1,08% para 7.530,26 pontos, animado pela descida da libra, que favorece as empresas exportadoras. Já o índice de referência para a Europa, o Stoxx600, ganha 0,22% para 390,02 pontos, impulsionado sobretudo pelas empresas do sector automóvel e construção.

 

Na bolsa nacional, o PSI-20 sobe 0,37% para 5.259,59 pontos, depois de ter recuado quase 1% na sessão de ontem. Os ganhos estão a ser impulsionados principalmente pelo BCP, que valoriza 2,27% para 22,96 cêntimos, depois do Deutsche Bank ter recomendado a compra das acções do banco.

 

Juros descem na Europa

Os juros da dívida da generalidade dos países europeus estão em queda, depois de o BCE ter mantido os estímulos e os juros inalterados, e se ter mostrado mais confiante na sustentabilidade da recuperação económica, retirando do seu comunicado a referência à possibilidade de voltar a descer a taxa directora.

 

Em Portugal, os juros associados à dívida a dez anos descem 0,5 pontos base para 3,018%, enquanto em Espanha a descida é de 4,3 pontos para 1,433%. O alívio é mais acentuado em Itália, numa altura em que o cenário de eleições antecipadas é visto como menos provável. A ‘yield’ associada às obrigações italianas a dez anos recua 5,7 pontos para 2,121%.

 

Na Alemanha, pelo contrário, os juros sobem 0,2 pontos para 0,258%, diminuindo para 271,3 pontos o risco da dívida portuguesa.

 

Parlamento "pendurado" põe libra em queda

A moeda britânica está a desvalorizar face às principais congéneres mundiais, reflectindo a perda de maioria absoluta dos conservadores liderados por Theresa May. A libra cai 1,94% para 1,2705 dólares. Face à moeda única europeia, a libra cai 1,75% para 1,1349 euros, depois de ter chegado a afundar 2,29% para 1,1287 euros, o valor mais baixo desde 9 de Novembro.

 

O Partido Conservador não alcançou os 326 assentos necessários, dos 650 existentes, para ter maioria absoluta e, por isso, o resultado destas eleições traduz-se no chamado ‘parlamento pendurado’ (hung parliament), com nenhum partido a atingir a maioria.

 

Petróleo a caminho da terceira semana de perdas

O petróleo está a negociar em queda nos mercados internacionais, preparando-se para completar, esta sexta-feira, a terceira semana de perdas.

 

O West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, cai 0,33% para 45,49 dólares, enquanto o Brent, transaccionado em Londres, cede 0,33% para 47,70 dólares, regressando ao patamar de preços anterior à extensão dos cortes na produção pela OPEP.

 

A matéria-prima tem vindo a ser penalizada pelos receios de que o aumento da produção norte-americana acabe por anular o efeito positivo decorrente da diminuição da produção do cartel que, concordou, em Maio, prolongar os cortes até ao final do primeiro trimestre de 2018.

 

Ouro desce quase 0,5%

O ouro está a descer quase 0,5%, sinalizando que não houve uma corrida dos investidores aos activos considerados de refúgio, no rescaldo das eleições no Reino Unido.

 

"Algo que pressentimos como uma catástrofe… afinal ninguém parece importar-se com isso, a não ser o Reino Unido", refere Joshua Mahony, do departamento de negociação da IG, citado pela jornalista Jill Treanor do The Guardian.

 

O ouro está a perder 0,4% para 1.272,83 dólares, enquanto a prata desvaloriza 0,64% para 17,3285 dólares. 

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