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Abertura dos mercados: Efeito Trump mantém-se e penaliza bolsas e petróleo

A instabilidade política vivida nos Estados Unidos continua a afectar os mercados bolsistas mundiais. Na Europa, os índices continuam no vermelho. O petróleo também está a sentir o efeito da crise na Casa Branca.

Reuters
18 de Maio de 2017 às 09:32
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Os mercados em números

PSI-20 desce 0,75% para 5.079,06 pontos

Stoxx 600 perde 0,55% para 389,00 pontos

Nikkei caiu 1,32% para 19.553,86 pontos

Juros da dívida portuguesa a dez anos sobem 0,6 pontos para 3,217%

Euro recua 0,22% para 1,1135 dólares

Petróleo em Londres cede 0,29% para 52,06 dólares o barril

Crise nos EUA mantém bolsas no vermelho

As bolsas europeias estão esta quinta-feira, 18 de Maio, a negociar em terreno negativo numa altura em que os investidores continuam a manifestar receios em relação à instabilidade em torno da administração de Donald Trump. Este clima de instabilidade agravou-se depois de terem surgido notícias que sugerem que o presidente norte-americano terá despedido James B. Comey da direcção do FBI por este se recusar a fechar a investigação ao ex-conselheiro de Segurança Nacional Michael Flynn. Entretanto, Robert Mueller, antigo líder do FBI, foi escolhido para conselheiro especial da investigação que quer apurar se a Rússia desenvolveu esforços para influenciar as eleições presidenciais nos EUA em 2016.

Antes deste episódio que envolve a saída de Comey do FBI, o mercado tinha já expressado as suas preocupações relacionadas com o facto de o presidente dos EUA ter passado informações secretas à Rússia. Este clima de instabilidade está assim a penalizar as praças europeias, depois de ontem ter levado Wall Street à maior queda em oito meses.

A liderar as quedas no Velho Continente está a praça italiana, que recua 1,07%, seguida pelo espanhol IBEX 35. O Stoxx 600, índice de referência, perde 0,55%.

 

Juros sem tendência definida

Os juros da dívida pública portuguesa no mercado secundário estão a negociar sem uma tendência definida. A dez anos, o prazo considerado de referência, as "yields" sobem 0,6 pontos base para 3,217%, isto depois de, nesta sessão, terem já negociado nos 3,199%, valor que fica muito próximo do mínimo de ontem: 3,193% - o mais baixo desde 8 de Novembro.

Este comportamento dos juros nacionais tem lugar depois desta quarta-feira depois de Portugal ter realizado um duplo leilão de Bilhetes do Tesouro, no qual colocou 1,5 mil milhões de euros, com os juros mais baixos de sempre. Também ontem foi conhecido que o Governo prevê antecipar o pagamento ao FMI de "6,5 mil milhões em 2018 e pelo menos 700 milhões de euros em 2019", num total de 7,2 mil milhões de euros.


O Presidente da República, entretanto, apontou para a hipótese de haver capital árabe a comprar dívida portuguesa, o que significará "um estreitamento de relações económicas e financeiras entre Portugal e o mundo árabe". A Bloomberg avança esta manhã que, as obrigações nacionais e as da Grécia podem estar a levar a uma recuperação da procura dos investidores por títulos do tesouro de países periféricos.

Os juros da Alemanha a dez anos, no mercado secundário, descem 2,8 pontos base para 0,350%.


Euro alivia de ganhos

A moeda da Zona Euro está, por esta altura, a descer 0,22% para 1,1135 dólares, aliviando assim um pouco das quedas recentes. O que está a dar alguns ganhos ao dólar, moeda que nos últimos dias tem sido penalizada pela instabilidade política nos EUA, que foi agravada pelo surgimento de notícias que sugerem que o presidente norte-americano terá despedido James B. Comey da direcção do FBI por este se recusar a fechar a investigação ao ex-conselheiro de segurança nacional, Michael Flynn.

Petróleo no vermelho, "atolado" pela crise política

Os preços do petróleo estão a cair nos mercados internacionais, com a matéria-prima a ser afectada pelas questões políticas nos Estados Unidos. A Bloomberg escreve que o "ouro negro" está a ficar "atolado pela crise que envolve Donald Trump" isto numa altura em que a produção norte-americana de crude está a diminuir. O mercado está agitado com a incerteza política num cenário de crescentes receios sobre a economia mundial.

Nas últimas sessões, a matéria-prima esteve a valorizar, impulsionada pelo facto de tanto a Arábia Saudita como a Rússia serem favoráveis a um alargamento da vigência do acordo que previa uma redução da produção da matéria-prima. É expectável que Organização dos Países Exportadores de Petróleo determine, no encontro da próxima semana, um alargamento do acordo até ao início do próximo ano.


O West Texas Intermediate desce 0,29% para 48,93 dólares por barril. E o Brent do Mar do Norte perde 0,29% para 52,06 dólares.


Ouro com maior ganho em quase um ano

Com a instabilidade nos EUA, os investidores podem estar a voltar-se para os activos de refúgio, como é o caso do ouro. O metal amarelo, nesta sessão, registou o maior ganho em quase um ano. Contudo, por esta altura, o ouro para entrega imediata desce 0,35% para 1.256,93 dólares por onça.

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