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Abertura dos mercados: Dados económicos da China aliviam receios e animam bolsas, euro e juros
As principais bolsas europeias começaram a semana a negociar em terreno positivo beneficiando dos indicadores económicos positivos na China, que se sobrepõem à evolução negativa da atividade industrial na área do euro.
Os mercados em números
PSI-20 soma 0,83% para 5.250,04 pontos
Stoxx 600 cresce 0,80% para 382,13 pontos
Nikkei valorizou 1,43% para 21.509,03 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos avançam 1,1 pontos base para 1,253%
Euro valoriza 0,17% para 1,1236 dólares
Petróleo em Londres avança 1,12% para 68,34 dólares por barril
China dá empurrão às bolsas
As principais bolsas europeias arrancaram a semana a negociar em alta, com o índice de referência Stoxx600 a somar 0,80% para 382,13 pontos para transacionar em máximos de 20 de março. Com valorizações superiores a 2%, os setores europeus das matérias-primas (em máximos de junho de 2018) e automóvel são os que mais contribuem para a abertura de sessão em forte alta no Velho Continente.
Já o índice português PSI-20 avança 0,83% para 5.250,04 pontos, estando assim a transacionar no valor mais alto desde 22 de março, naquela que é a quinta sessão seguida a acumular valor.
A contribuir para estas subidas está o PMI para a indústria da China que em março registou a maior subida mensal desde 2012. O PMI para a indústria subiu de 49,2 pontos, em fevereiro, para 50,5 pontos, em março, a maior subida desde 2012, e acima das estimativas dos economistas. Tanto as novas encomendas como os novos pedidos para exportação aumentaram para o nível mais alto em seis meses.
Também o PMI para a indústria, do Caixin – que reflete de forma mais realista o sentimento entre as empresas privadas e de menor dimensão – voltou para terreno positivo (com uma leitura acima de 50 pontos, indicativa de expansão) pela primeira vez em quatro meses.
Estes dados surgem como um sinal de estabilização na segunda maior economia mundial, que parece mostrar que as medidas governamentais de estímulo económico estão a produzir efeitos, o que ajuda a atenuar os receios dos investidores relativamente à travagem da economia global.
Ainda a animar a primeira sessão de abril estão as notícias que apontam para progressos nas negociações entre a China e os Estados Unidos com vista a um acordo comercial entre os dois blocos.
Nota também para o indicador da atividade industrial na Zona Euro revelado já depois da abertura dos mercados bolsistas na Europa, que registou em março a pior contração desde abril de 2013. Ainda assim, a tendência altista manteve-se depois de divulgado este dado económico, com a estabilização da segunda maior economia mundial a prevalecer.
Juros sobem na Zona Euro
Os juros das dívidas públicas seguem em alta na área do euro, já que os dados económicos do setor industrial chinês reduzem o apetite dos investidores pelo mercado de obrigações soberanas consideradas como investimentos mais seguros.
Assim, a "yield" associada aos títulos soberanos a 10 anos de Portugal sobe 1,1 pontos base para 1,253%, enquanto as taxas de juro correspondentes às obrigações de dívida da Alemanha (+2,9 pontos base para -0,041%) e de Itália (+4,9 pontos base para 2,537%) registam subidas mais expressivas.
Euro com primeira subida em cinco sessões
A moeda única europeia valoriza 0,17% para 1,1236 dólares, na primeira valorização do euro contra o dólar após quatro dias seguidos a depreciar em relação à divisa norte-americana.
Também a libra aprecia, tanto face ao dólar como contra o euro, isto no dia em que o processo do Brexit regressa ao parlamento para nova votação indicativa dos caminhos alternativos ao acordo de saída chumbado pela terceira vez na passada sexta-feira.
As duas alternativas que surgem com maior apoio passam pela constituição de uma união aduaneira com a União Europeia e pela realização de um referendo popular à solução que vier a ser definida pela Câmara dos Comuns. Ou seja, surge agora como opção reforçada a possibilidade de um "soft Brexit".
Petróleo dá continuidade a melhor trimestre em 10 anos
O preço do petróleo volta a transacionar em alta nos mercados internacionais, com o Brent do Mar do Norte, negociado em Londres e utilizado como valor de referência para as importações nacionais, a subir 1,12% para 68,34 dólares por barril e o West Texas Intermediate (WTI, transacionado em Nova Iorque) a crescer 0,72% para 60,57 dólares.
O crude volta assim a valorizar depois de na sexta-feira ter completado o melhor trimestre da última década. Entre janeiro e março deste ano, o Brent valorizou acima de 27% e o WTI ganhou mais de 32% (ambos com a maior subida trimestral desde junho de 2009).
Além dos cortes à produção decretados pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (OPEP+) terem potenciado a valorização da matéria-prima, esta segunda-feira são também os sinais de estabilização económica na China bem como o maior otimismo quanto a um acordo comercial entre Pequim e Washington que apoiam a subida do preço do crude.
Ouro em queda
O metal precioso dourado desvaloriza 0,16% para 1.290,25 dólares por onça.