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Abertura dos mercados: Bolsas recuperam e petróleo abaixo dos 70 dólares com menor procura por ativos refúgio
A sessão desta terça-feira está a ser marcada por uma inflexão do movimento das últimas duas sessões, que atirou os investidores para ativos de menor risco. As bolsas estão a recuperar, os juros a subir e só o ouro permanece em alta.
Os mercados em números
PSI-20 valoriza 0,13% para os 5.242,56 pontos
Stoxx ganha 600 0,67% para 419,42 pontos
Nikkei valorizou 1,6% para os 23.575,72 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos avança 0,9 pontos base para 0,37%
Euro desvaloriza 0,13% para 1,1183 dólares
Petróleo em Londres desce 0,54% para 68,54 dólares por barril
Bolsas recuperam de duas sessões no vermelho
As bolsas mundiais estão a recuperar de duas sessões em terreno negativo, com os investidores a mostrarem uma menor preocupação com as tensões no Médio Oriente. O menor nervosismo nos mercados já se sentiu ontem em Wall Street e hoje nas praças asiáticas, que fecharam com ganhos generalizados.
"Conflitos como este normalmente têm um impacto limitado nos mercados", explica Guillermo Hernández Sampere, responsável pela negociação da Manfred Piontke Portfolio Management, notando que desde os ataques do 11 de setembro, "os mercados aprenderam a lidar com estes conflitos".
Após a morte do general iraniano Qassem Soleimani, o conflito entre EUA e Irão foi apenas verbal, com várias ameaças entre as partes. A última partiu de Teerão, que está a avaliar 13 cenários para retaliar contra os Estados Unidos, prometendo um "pesadelo histórico" ao país.
Para já o Stoxx600 prossegue no verde, com uma valorização de 0,67% para 419,42 pontos, com o setor automóvel à frente nos ganhos devido aos bons resultados da Rolls-Royce. Em sentido inverso a Aston Martin afunda mais de 11% depois de apresentar resultados dececionantes.
Em Lisboa o PSI-20 valoriza 0,13% para os 5.242,56 pontos, com o índice português a ser travado pela Navigator, que está em ex-dividendo e desvaloriza mais de 3%. Nos ganhos destacam-se as ações dos CTT e do BCP.
Juros sobem de mínimos de três meses
A tendência de fuga ao risco das últimas duas sessões beneficiou as obrigações soberanas europeias, sendo que hoje assiste-se ao movimento inverso. A "yield" das bunds alemãs a 10 anos está a subir 1,4 pontos base para -0,276%, depois de ontem ter recuado para mínimos de três semanas. A taxa de juro das obrigações portuguesas com a mesma maturidade avança 0,9 pontos base para 0,37% e em Espanha o agravamento é de 1,1 pontos base para 0,399%.
Moedas refúgio perdem terreno
Os investidores também procuraram refúgio em várias moedas nas últimas sessões, sendo que hoje também estas corrigem. A moeda japonesa está a descer de máximos de três meses, negociando nos 108,33 ienes por dólar. Já o franco suíço desvaloriza 0,2% para 0,9696 dólares. A sessão está a ser de recuperação generalizada para a moeda norte-americana, com o euro a descer 0,13% para 1,1183 dólares.
Petróleo abaixo dos 70 dólares
Também se está a desvanecer o efeito da tensão no Médio Oriente no petróleo, que ontem tinha disparado para máximo de quatro meses acima dos 70 dólares por barril na bolsa de Londres. Esta terça-feira o Brent está a recuar 0,54% para 68,54 dólares e o WTI desvaloriza 0,51% para 62,95 dólares. No acumulado de 2020 o petróleo soma ganhos em torno de 3%.
Ouro sobe pela sétima sessão
O metal precioso é dos poucos ativos refúgio que continua em alta, já que também é o mais frequentemente apontado pelos analistas como o destino mais interessante para os investidores se defenderem da atual turbulência no Médio Oriente. O ouro está a ganhar 0,03% para 1.566,4 dólares a onça, nesta que é já a sétima sessão consecutiva de ganhos para a matéria-prima. Ontem o ouro atingiu máximo de mais de seis anos nos 1.588,13 dólares.