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Tomada de mais-valias pressiona petróleo. Médio Oriente e Mar Vermelho continuam no radar
Os investidores aproveitaram as subidas de preço da semana passada para procederem à tomada de mais-valias. Conflito no Médio Oriente está a ter um impacto limitado, mas continua no radar, bem como os ataques no Mar Vermelho.
Os preços do "ouro negro"seguem em baixa nos principais mercados internacionais, numa altura em que os fundamentais de mercado continuam fracos.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, perde 1,28% para 71,75 dólares por barril. Já em Londres, o Brent do Mar do Norte, que é a referência para as importações europeias, segue a recuar 1,14% para 77,40 dólares por barril.
O conflito no Médio Oriente está a ter um impacto limitado na produção de petróleo, o que levou à tomada de mais-valias depois da subida de 2% dos preços na semana passada.
"A perceção de que a oferta de crude não tem sido adversamente impactada levou a que os investidores que apostaram no petróleo na semana passada estejam agora a proceder à tomada de mais-valias, com o movimento a ser de alguma forma exacerbado pela ligeira valorização do dólar", comentou à Reuters o analista Tamas Varga, da corretora petrolífera PVM.
Várias empresas proprietárias de petroleiros têm evitado o Mar Vermelho e muitas embarcações de transporte de crude mudaram de rota na passada sexta-feira, depois de os EUA e o Reino Unido terem lançado ataques contra alvos houthis no Iémen – isto após os ataques deste grupo (apoiado pelo Irão) a embarcações que passagem naquela região, em resposta à guerra de Israel contra o Hamas em Gaza.
As empresas que faziam transporte marítimo por esta região não deixam de carregar os produtos - deixam, sim, de navegar no Mar Vermelho e de usar o Canal do Suez para atravessar para o Mediterrâneo, ou seja para irem da Ásia à Europa.
A alternativa é longa e dispendiosa, o que faz subir os preços: os barcos passam a ter de fazer milhares de milhas para contornar todo o continente africano, e assim chegarem à Europa. Como consequência, os navios ficam indisponíveis para outras entregas por mais tempo, demoram mais a chegar ao destino, e também se atrasam a entregar as mercadorias que trazem de volta.
Enviar uma embarcação da Ásia para a Europa com passagem pelo Cabo da Boa Esperança na África do Sul, em vez do canal do Suez, pode aumentar o tempo de viagem em até duas semanas, pelas recentes contas do Citigroup. Se todo o comércio que passa pelo Suez for alvo de novas rotas, haverá uma redução efetiva de cerca de 6% dos contentores disponíveis, numa base anualizada, segundo os analistas do banco norte-americano, citados pela Reuters.
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