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Petróleo em queda com aumento da produção nos EUA
As cotações do crude seguem em terreno negativo nos principais mercados internacionais. Apesar de os inventários norte-americanos de crude terem diminuído na semana passada, a produção do país aumentou, o que está a pressionar a negociação em bolsa.
O contrato de Novembro do West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os EUA, segue a recuar 3,02% para 44,96 dólares por barril, contra 45,22 dólares por barril antes do anúncio sobre a produção nos EUA.
Em Londres, o Brent do Mar do Norte, crude de referência para a Europa, está a ser negociado nos 48,20 dólares por barril, a ceder 1,80%. Antes da divulgação dos dados, deslizava 1,53% para 48,33 dólares.
Apesar de as reservas de crude terem diminuído, o aumento da produção desta matéria-prima no outro lado do Atlântico – pela primeira vez em sete semanas – está a castigar os preços.
De acordo com os dados do Departamento norte-americano da Energia (DoE), divulgados esta quarta-feira pela sua Administração de Informação em Energia, os "stocks" de crude caíram em 1,93 milhões de barris na semana terminada a 18 de Setembro, para 454 milhões, quando os analistas inquiridos pela Bloomberg apontavam para uma diminuição média de 1,16 milhões de barris.
Por seu turno, os inventários de petróleo em Cushing (Oklahoma), que é o ponto de entrega do WTI, decresceram em 462 mil barris, para 54 milhões de barris.
Os inventários de gasolina, por seu lado, aumentaram em 1,36 milhões de barris, quando se estimava um aumento muito menor: 762 mil barris.
Já os "stocks" de produtos destilados – que incluem gasóleo e combustível para aquecimento – registaram uma descida de 2,08 milhões de barris, contra o aumento projectado de 912 mil barris.
O petróleo tem estado a ser pressionado, nos últimos tempos, pelo excesso de oferta no mercado mundial e o Goldman Sachs estimou na semana passada que esse excedente poderá manter os preços em níveis baixos durante os próximos 15 anos e que as cotações podem recuar até aos 20 dólares por barril.
As reservas norte-americanas de crude começaram entretanto a diminuir, o que animou temporariamente o "ouro negro", mas a divulgação de um aumento da produção nos EUA está hoje a pressionar a tendência.
A produção norte-americana aumentou 19.000 barris por dia na semana passada, para 9,14 milhões de barris. Por seu lado, as importações diminuíram em 13.000 barris diários para 7,18 milhões de barris – o volume mais baixo desde Junho.
A produção de crude nos Estados Unidos esteve a descer durante seis semanas consecutivas, uma vez que a forte queda dos preços do petróleo não tem compensado o investimento, sobretudo na produção a partir de xisto betuminoso – visto que são operações com um processamento muito dispendioso. Tal como acontece com o petróleo do pré-sal brasileiro, que é prospeccionado a grandes profundidades, se as cotações do crude não estiverem num determinado patamar, não compensa estar a apostar numa extracção que sai muito cara.
As refinarias norte-americanas reduziram o ritmo de actividade em 2,2 pontos percentuais na semana passada, o máximo desde Janeiro. Mas é habitual: as refinarias do país costumam desacelerar a sua actividade em Setembro para realizarem operações de manutenção depois da época de forte procura no Verão [a chamada 'driving season' pelo aumento de carros em circulação].