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Petróleo perto dos 55 dólares com cortes da OPEP

No dia em que a OPEP reúne em Viena, a matéria-prima está a negociar no nível mais elevado do último mês.

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O petróleo está a reagir em alta à expectativa de que a OPEP anuncie hoje em Viena o prolongamento dos cortes na produção da matéria-prima, com as cotações a atingirem máximos desde 19 de Abril.

 

O WTI em Nova Iorque avança 0,92% para 51,83 dólares e o Brent, que é transaccionado em Londres, avança 1% para 54,50 dólares.

 

Apesar de não serem esperadas grandes surpresas no encontro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) desta quinta-feira, a matéria-prima mantém a tendência de ganhos que tem registado nas últimas sessões, impulsionada precisamente pela expectativa de mais cortes na produção.

 

Vários membros da organização têm apontado no sentido de uma extensão dos cortes até Março de 2018, ou seja, um prolongamento por nove meses das quotas de produção que tinham sido definidas até final do próximo mês. Esta extensão do período de cortes deverá depois ser seguida por outros produtores fora da OPEP, como é o caso da Rússia.

 

Se era quase certo que é esta a decisão que vai ser adoptada, as poucas dúvidas que existiam foram dissipadas, uma vez que o comité que apoia as deliberações da OPEP anunciou ontem que recomendou ao cartel que prolongue os cortes por nove meses.

 

O pré-anúncio desta decisão tinha sido feito já há alguns dias pelos dois países que lideram este movimento de controlo da produção com o objectivo de impulsionar os preços. O acordo precisa de ser prolongado dado que não vamos atingir o objectivo fixado para os inventários no final de Junho", disse Khalid Al-Falih, ministro da Energia da Arábia Saudita, na semana passada, após o encontro com o seu homólogo russo Alexander Novak. "Chegamos à conclusão que provavelmente será melhor terminar os cortes no final do primeiro trimestre", esclareceu.

Além da Arábia Saudita vários outros membros da OPEP realizaram declarações no mesmo sentido, dando como certa uma extensão dos cortes de produção.  "Os preços do petróleo recuperaram todas as perdas registadas no final de Abril, início de Maio e negoceiam em níveis de meados de Abril, um movimento amplamente justificado com as conversações em torno da extensão de nove meses", explica Carsten Fritsch. Para o analista do Commerzbank, "os preços do petróleo falharam em tocar novos máximos porque a os cortes de produção não levaram à queda dos inventários de petróleo, levantando questões sobre a eficácia dos cortes de produção".

 

Jens Nærvig Pedersen, analista do Danske Bank, realça que "nesta fase, o mercado ficaria provavelmente desapontado se apenas houvesse uma extensão de seis meses e positivamente surpreendido se os cortes fossem estendidos por 12 meses". Partindo do princípio de que não há surpresas, e o cartel aprova um prolongamento do acordo por nove meses, o especialista vê o Brent a cotar em 54/55 dólares.


Mais optimista está Harry Tchilinguirian. O responsável global pela estratégia de matérias-primas do BNP Paribas vê a matéria-prima a transaccionar num intervalo entre 55 e 60 dólares por barril, no mercado londrino, no terceiro trimestre. O prolongamento dos cortes, associado a um efeito de sazonalidade e à quebra dos inventários russos, deverá sustentar as cotações nestes níveis, explica.

Para o especialista do BNP Paribas, os cortes "são no melhor interesse dos produtores", cujas receitas foram afectadas no último ano pela queda das cotações. Daí que, "nesta fase, nenhum país está a questionar o estatuto especial do Irão, Líbia, ou Nigéria".

Apesar do aumento da produção nos EUA nos últimos meses, segundo dados da AIE, o controlo na produção permitiu aos membros da OPEP ganhar mais 75 milhões de dólares por dia no primeiro trimestre de 2017, face a 2016.

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