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Petróleo entra em "bear market" nos Estados Unidos

O crude negociado no mercado nova-iorquino já cai mais de 20% desde o último máximo, atingido a 3 de Outubro.

Bloomberg
08 de Novembro de 2018 às 15:47
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As cotações do contrato de futuros do West Texas Intermediate (WTI) – transaccionado no mercado nova-iorquino – para entrega em Dezembro seguem a cair 0,80% para 61,10 dólares por barril, o que coloca este crude em "bear market" [o chamado mercado urso – quando um activo perde 20% face ao último máximo].

 

Com efeito, o WTI marcou uma queda de 20%, assim que caiu para 61,12 dólares, face ao seu último máximo, marcado a 3 de Outubro nos 76,41 dólares por barril (altura em que negociava nos níveis mais elevados desde Dezembro de 2014).

 

Também o Brent do Mar do Norte – que é negociado em Londres e serve de referência às importações portuguesas – segue no vermelho, com os preços do contrato para entrega em Janeiro a cederem 0,47% para 71,73 dólares.

 

Esta queda de 20% do WTI face ao mais recente máximo marca o fim do mais longo mercado touro deste tipo de crude desde 2008.

 

A contribuir para a depreciação do "ouro negro" nos principais mercados internacionais está o novo aumento das reservas norte-americanas de crude, que na semana passada cresceram mais do que se esperava. Foi o suficiente para pressionar sobretudo o WTI, que estabelece esta quinta-feira a nona sessão consecutiva em baixa.

 

Também os receios de uma oferta superior à procura têm estado a pressionar as cotações do crude, mas os investidores aguardam com expectativa pela reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que poderá decidir-se – ao contrário do que tem sido a sua bandeira nos últimos anos – por um corte da produção para colocar os preços da matéria-prima de novo em rota ascendente.

 

Ursos versus touros

 

Quando temos um mercado urso, isso significa que está em queda – e os investidores que acreditam que as praças accionistas estão em baixa são também considerados ursos (pois estão em modo "bearish").

 

E porquê o urso? Porque ataca de cima para baixo, com as suas garras, provocando um movimento descendente. Entra-se em "mercado urso" quando um título, índice ou outro activo regista uma queda de pelo menos 20% face ao anterior máximo.

 

Por oposição ao urso, temos o touro, que aponta para um mercado altista, vigoroso, cheio de optimismo. Quem acredita nas subidas é, por isso, um "bullish". E porquê touro? Porque é um animal que ataca de baixo para cima, com os seus cornos, provocando um movimento ascendente.

 

O mundo financeiro utiliza assim as expressões "bull" e "bear" para designar as tendências de alta e de baixa dos títulos cotados nos mercados. Utilizam-se mais no mercado de acções, mas podem ser aplicadas a tudo o que seja transaccionável em bolsa, como as moedas, as obrigações e as matérias-primas, por exemplo. Não basta um mercado estar com uma tendência ascendente para ser imediatamente denominado de "mercado touro" - tecnicamente, isso só acontece quando sobe 20% ou mais face ao último mínimo.

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