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Petróleo em mínimos de seis meses abaixo dos 50 dólares
A matéria-prima está a acentuar as quedas devido aos sinais mais evidentes de que os cortes de produção da OPEP não são suficientes para compensar o aumento da oferta de outros produtores.
O petróleo está esta quinta-feira, 4 de Maio, a negociar nos níveis mas baixos desde Novembro do ano passado, perante os sinais crescentes de que os cortes de produção por parte dos membros da OPEP não são suficientes para equilibrar o mercado.
O Brent, que negoceia em Londres, cede 2,01% para 49,77 dólares, tendo ficado um mínimo de seis meses nos 49,33 dólares. O petróleo que serve de referência às importações portuguesas já em Março tinha descida da fasquia dos 50 dólares, mas esta quinta-feira está a negociar em níveis mais baixos do que nessa altura.
O WTI, que é transaccionado na Bolsa de Nova Iorque, cede 2,28% para 46,73 dólares, o que também corresponde ao nível mais baixo desde Novembro do ano passado.
O petróleo está precisamente no nível mais baixo desde que a OPEP chegou em Novembro ao acordo histórico que permitiu os cortes na produção. Nesse mês saltou de 45 para 55 dólares no espaço de poucos dias.
A cotação da matéria-prima caminha já para a terceira semana consecutiva de descidas. Desde o início do ano acumula quedas já superiores a 12%, sendo que a justificação é a mesma que explica a queda das cotações na sessão de hoje: os cortes da OPEP são insuficientes.
De acordo com os dados do Governo norte-americano, a produção de petróleo no país atingiu 9,29 milhões de barris por dia na semana passada, o que representa o nível mais elevado desde Agosto de 2015. Este aumento está a compensar os cortes efectuados pela OPEP, que de acordo com o ministro do petróleo da Nigéria, deverão prolongar-se no segundo semestre do ano.
Os membros do cartel vão ter um encontro em Viena a 25 de Maio, onde deverão oficializar esta decisão de prolongar os cortes até final do ano, já que as quotas de produção que estão definidas estão a revelar-se insuficientes para travar a queda dos preços. Uma iniciativa que deverá voltar a merecer o apoio da Rússia, que tem estado ao lado da OPEP nos cortes de produção.
A agravar os receios de que o mercado continua com excesso de oferta, os inventários de crude nos Estados Unidos desceram menos que o esperado na semana passada. A queda foi de 930 mil barris por dia, quando os analistas contavam com uma redução de 3 milhões.
(Notícia em actualizada às 14:59 com mais informação)