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Petróleo cai mais de 2% após Arábia Saudita se excluir de reunião com países externos à OPEP
O encontro de segunda-feira, que deverá incluir a Rússia, é um passo intermédio para fechar um acordo de corte de produção em Viena, dois dias depois. O cartel quer primeiro consensualizar posições internamente, onde Irão e Iraque desafiam as metas.
As conversações intermédias que esta segunda-feira reúnem os produtores de petróleo integrados na OPEP e os países exteriores ao cartel para tentar limitar o excesso de matéria-prima no mercado vão contar com uma ausência de peso. A Arábia Saudita, o maior exportador internacional, fez saber que não estará presente, já que quer focar-se primeiro em obter um consenso dentro da própria OPEP.
A ausência foi confirmada esta sexta-feira, 25 de Novembro, por fonte da própria organização, citada pela Reuters, realizando-se em alternativa um encontro do cartel. "Os ministros devem acordar os cortes e depois apresentar o acordo aos países externos à OPEP. (…) Isto será mais consequente," refere aquela fonte, aludindo a uma carta oficial enviada por Riade.
As maiores "dores de cabeça" da organização continuam a chamar-se Iraque (que questiona as estimativas de produção na OPEP) e Irão (quer voltar aos níveis de produção pré-sanções internacionais), que querem ficar de fora do acordo de Viena destinado a suportar o preço do barril de petróleo, actualmente a valer menos de metade do preço a que negociava em meados de 2014.
A Bloomberg sugere que a não participação da Arábia Saudita pode sinalizar dificuldades em chegar a acordo com os iraquianos e iranianos, que ainda esta semana se tinham manifestado optimistas em relação a um entendimento, levando os preços a máximos de três semanas.
O encontro com os países externos, marcado para segunda-feira e onde deverá estar a Rússia, antecede a reunião final, dois dias depois, em que se espera que os ministros do petróleo possam chegar a acordo definitivo sobre limites ao fornecimento internacional, materializando um primeiro entendimento alcançado em Setembro para reduzir a produção de 33 para 32,5 milhões de barris por dia.
Os preços do petróleo intensificaram as quedas depois de conhecida a decisão de Riade, com o Brent do Mar do Norte, padrão para as compras portuguesas, a cair 2,53% para os 47,76 dólares em Londres e o West Texas Intermediate a recuar 2,34% para 46,84 dólares em Nova Iorque.