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Petróleo cai com receios sobre cortes da OPEP+. Sauditas já vieram dar sinal mais positivo

As quedas de hoje juntam-se à perda de 2% de ambos os crudes no acumulado da semana passada, depois de os cortes extra da oferta anunciados pela OPEP+ não terem convencido o mercado devido à sua natureza voluntária.

Petróleo
04 de Dezembro de 2023 às 17:26
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Os preços do "ouro negro" seguem em baixa nos principais mercados internacionais, pressionados pelo ceticismo dos investidores perante a mais recente decisão dos membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (o chamado grupo OPEP+) e pela incerteza em torno da procura mundial por combustível, apesar de o risco de pertubações da oferta no Médio Oriente – devido ao potencial alastrar do conflito entre Israel e Hamas – estar a limitar as perdas.

 

Em Londres, o Brent do Mar do Norte, que é a referência para as importações europeias, segue a cair 0,22% para 78,71 dólares por barril.

 

Já o West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, recua 0,39% para 73,78 dólares por barril.

 

As quedas de hoje juntam-se à perda de 2% de ambos os crudes no acumulado da semana passada, depois de os cortes extra da oferta anunciados pela OPEP+ não terem convencido o mercado.

 

A OPEP+ manteve os cortes que já estavam planeados e anunciou mais 2,2 milhões de barris por dia de retirada adicional de crude do mercado – mas como este volume vai ser cortado de forma voluntária por alguns países, isso está a gerar incerteza. Os cortes, ao serem voluntários por natureza, suscitam dúvidas quanto à possibilidade de os produtores os implementarem na íntegra.

 

O acordo base da OPEP+ que tem estado em vigor – e que está previsto prolongar-se durante todo o ano de 2024 – prevê um corte conjunto da oferta na ordem dos 3,66 milhões de barris/dia, através de menores quotas de produção dos seus membros. Além disso, a Arábia Saudita também tinha anunciado uma redução, de forma voluntária e unilateral, de mais um milhão de barris por dia à sua oferta, tendo a Rússia anunciado igualmente uma diminuição diária extra de 300.000 barris – ambas até ao final deste ano. Assim, o total da retirada de crude do mercado rondava atualmente os cinco milhões de barris diários.

 

A Arábia Saudita tinha advertido para o facto de poder abandonar o seu atual esforço unilateral e voluntário de corte adicional da oferta se não houvesse mais membros a darem um maior contributo na retirada de crude do mercado.

 

Na reunião de quinta-feira, 30 de novembro, à falta de acordo para uma nova meta agregada de corte da produção, os membros da OPEP+ decidiram avançar durante o primeiro trimestre do próximo ano com reduções voluntárias adicionais, que rondam os 2,2  milhões de barris por dia, na tentativa de impedir que os preços da matéria-prima continuem a cair.

 

Assim, além do corte geral que já vigorava, de 3,66 milhões de barris diários, a Arábia Saudita anunciou que o seu milhão adicional de diminuição diária da oferta se prolonga pelo menos durante o primeiro trimestre de 2024 (e não apenas até ao final deste ano) e o mesmo fez a Rússia (cujo corte passa para 500 mil barris/dia). Também o Iraque, Koweit, Cazaquistão, Argélia e Omã irão fazer um esforço extra no fecho de torneiras que ascende a cerca de 758 mil barris por dia.

 

Riade tenta acalmar mercado

 

Esta segunda-feira - perante o ceticismo dos investidores, que tem levado a que os preços continuem a cair - Riade veio tentar animar o mercado.

 

O príncipe Abdulaziz bin Salman, que é também ministro saudita da Energia, declarou a meio da tarde que os cortes de produção da OPEP+ podem "seguramente" prosseguir depois do primeiro trimestre se tal for necessário.

 

A retirada de crude da oferta, que foi anunciada na semana passada, só deixará de estar em vigor se as condições de mercado o permitirem – e será sempre numa abordagem faseada, afirmou bin Salman, citado pela Bloomberg.

 

O príncipe saudita disse ainda que os céticos perceberão que estão errados. "Acredito, honestamente, que essa retirada adicional de 2,2 milhões de barris por dia vai acontecer", declarou.

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