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OPEP pode reunir-se de emergência se petróleo continuar a cair
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) pode reunir-se de emergência, nas próximas seis semanas, se o preço do petróleo continuar a cair, declarou a presidente da organização ao Financial Times.
Em entrevista ao Financial Times, a ministra do Petróleo da Nigéria e presidente da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) afirmou que a organização poderá reunir-se de emergência caso os preços da matéria-prima caiam mais e defendeu uma mudança de estratégia da organização.
A OPEP anunciou em Novembro que, em disputa pela manutenção da quota de mercado, não iria ajustar a produção. Desde então os preços da matéria-prima caíram para metade. Com esta estratégia, está a pressionar a concorrência a desinvestir, nomeadamente os EUA, onde a aposta na exploração de gás e petróleo de xisto betuminoso deixa de ser rentável com a queda dos preços. Mas os efeitos da descida dos preços estão a fazer sentir-se também nos países membros da OPEP, diz a presidente.
"Todos os países da OPEP, exceptuando, talvez, o bloco árabe, estão muito desconfortáveis", afirmou a presidente da OPEP, Diezani Alison-Madueke, na entrevista. Se o preço cair mais, "é altamente provável que tenhamos que convocar uma reunião extraordinária da OPEP nas próximos seis semanas ou em torno disso", afirmou, adiantando que já se iniciaram as conversações com os membros do cartel para a convocação da reunião. Enquanto presidente, Alison-Madueke é responsável pela comunicação com os países membros e com o secretário-geral da organização, para a convocação de uma reunião de emergência, que tem que ser aceite por todos. A próxima reunião ordinária está marcada para Junho.
A ministra da Nigéria disse ainda ao Financial Times que o papel da OPEP tem que ser reconfigurado nos próximos dois anos. Se pretende manter a sua relevância, a organização tem que formalizar discussões com os principais produtores de petróleo fora do cartel, como os EUA e a Rússia, além de organizações internacionais, como a Agência Internacional de Energia e o G20. "Não pode ser apenas a OPEP a responsável pela estabilidade no mercado". Segundo a ministra, a OPEP já não tem poder para definir tudo sozinha.