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OPEP e China colocam petróleo em mínimos de seis anos
As cotações do crude estão a negociar em forte queda nos principais mercados internacionais, devido ao aumento da produção por parte da OPEP e em consequência da desvalorização da moeda chinesa.
Os preços do petróleo continuam e registar uma forte volatilidade e a tendência baixista prossegue. Após o fôlego de ontem, muito à conta do aumento recorde das importações desta matéria-prima por parte da China, na sessão desta terça-feira voltaram a cair.
Em Londres, o Brent do Mar do Norte – que serve de referência às importações portuguesas – para entrega em Setembro segue a cair 2,18% na negociação fora do horário regular da bolsa londrina, a valer 49,31 dólares por barril. Isto depois de ontem ter chegado a superar os 50 dólares por barril – fasquia que tem andado a "namorar" nas últimas sessões depois de quebrado este patamar há duas semanas.
No mercado nova-iorquino, o contrato de Setembro do West Texas Intermediate (WTI) mergulha 3,58% para 43,35 dólares por barril. No encerramento regular da sessão, antes de prosseguir as transacções no chamado ‘after hours’, o WTI estabeleceu-se nos 43,08 dólares – o mais baixo valor de fecho desde Março de 2009.
No acumulado do ano, o Brent perde 14,6% e o WTI cai 19,1%. Os dois crudes de referência estão no chamado ‘bear market’ (mercado urso), uma vez que afundam mais de 20% face aos máximos de referência. O Brent já perde 25% face ao nível de fecho mais elevado deste ano, que foi estabelecido em Junho.
O petróleo tem estado a ser pressionado, nos últimos tempos, pelo excesso de oferta no mercado mundial. O acordo nuclear entre o Irão e o Ocidente vai permitir a Teerão escoar o seu crude, o que contribuirá para agravar este fenómeno.
Além disso, os EUA têm aumentado a produção de petróleo a partir de xisto betuminoso e os seus stocks de crude continuam a crescer.
A "ajudar" a este excesso da oferta está o facto de os principais membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) estarem a produzir a níveis recorde para defenderem as suas quotas de mercado.
Esta terça-feira, a OPEP divulgou o seu relatório mensal e uma vez mais comprovou que há membros do cartel que insistem em "prevaricar" face aos níveis de produção que lhes são atribuídos pelas quotas.
A produção da OPEP aumentou em 100.700 barris por dia no mês de Julho, para 31,5 milhões de barris diários, quando na passada reunião do cartel, realizada a 5 de Junho, tinha decidido manter a sua meta diária de produção nos 30 milhões de barris.
Só o Irão aumentou a sua produção em 32.000 barris por dia, em Julho, para 2,86 milhões de barris diários – o nível mais elevado desde Junho de 2012.