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OPEP+ pode cortar a oferta em dois milhões de barris por dia

O cartel e os seus aliados reúnem-se amanhã em Viena para definir o nível de produção de novembro.

Vários membros da OPEP+ já vieram dizer que a Rússia é um parceiro-chave no acordo que vigora desde 2017.
Ramzi Boudina/Reuters
04 de Outubro de 2022 às 16:00
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Os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (o chamado grupo OPEP+) vão reunir-se em Viena amanhã, 5 de outubro, para delinearem a quota de produção de novembro e alguns delegados avançaram que pode ser anunciado um corte da oferta na ordem dos dois milhões de barris por dia.

 

Os preços do crude têm estado a subir nos mercados internacionais há alguns dias, desde que foi referido que a OPEP+ se poderia decidir por apertar as torneiras em um milhão de barris diários. Agora, com esta notícia, estão a reforçar o movimento de alta.

 

Recorde-se que no início de setembro o cartel e os seus aliados anunciaram um corte da produção em 100.000 barris por dia a partir de outubro, o que foi um volume simbólico.

 

Esta será a primeira reunião presencial, desde a pandemia, dos ministros do Petróleo dos países que compõem a OPEP+.

 

"O ministros da OPEP+ não vão à Áustria pela primeira vez em dois anos para não fazerem nada. Por isso, deverá haver algum corte histórico", comentou à CNBC o responsável pelas tecnologias da informação da Pickering Energy Partners, Dan Pickering.

 

A OPEP+ tem sinalizado que não irá tentar estabilizar os preços em níveis como 50 ou 60 dólares por barril. "Vai ser num patamar muito mais alto e eles querem mostrar que estão decididos a proteger o preço. Estão mais preocupados com isso do que com a procura", acrescentou o mesmo responsável.

 

Para Stephen Brennock, analista senior na PVM Oil Associates em Londres, um aperto da oferta pode levar os preços a darem um salto. Numa nota de "research", o estratega não descarta que regressem ao nível dos 100 dólares por barril.

 

No entanto, se a OPEP+ se decidir por um corte da oferta volumoso, há problemas que se colocam. Segundo Ole Hansen, do Saxo Bank, "se a OPEP+ reduzir a produção entre 1 e 1,5 milhões de barris por dia, terá de mudar o sistema de quotas de produção para que esse valor se traduza de facto num corte real no mercado".

 

Isto porque nos últimos meses a OPEP+ tem tido dificuldades em cumprir as suas atuais quotas, com países a ficarem abaixo do delineado pela falta de capacidade – ditada por algum desinvestimento no âmbito da transição para as energias verdes e também devido aos cortes durante a pandemia.

 

"Talvez seja também por isso que vão reunir-se presencialmente em Viena, pois esta pode ser uma decisão altamente controversa", referiu Ole Hansen à CNBC.

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