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OPEP+ deve lançar mais 400.000 barris no mercado em fevereiro
Nesta terça-feira, os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados vão reunir-se para definirem as quotas de produção de fevereiro. E tudo aponta para que se mantenha o actual plano de colocar mensalmente mais 400.000 barris por dia de crude no mercado.
Os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (OPEP+) reúnem-se amanhã para delinearem as quotas de produção de fevereiro, mas tudo aponta para a manutenção do atual plano (em vigor desde agosto passado) de colocar mensalmente no mercado mais 400.000 barris por dia, segundo três fontes do cartel ouvidas pela Reuters.
A OPEP+ tem vindo gradualmente a "desfazer" os cortes recordes de produção, de 10 milhões de barris por dia (cerca de 10% da produção mundial), acordados em março de 2020 para compensar a forte queda da procura devido à pandemia de covid-19.
O actual plano, caso se mantenha, levará então a mais um corte de 400.000 barris por dia em fevereiro. É este o volume que tem estado a ser acrescentado desde agosto pelo cartel e aliados de modo a libertar os 5,8 milhões de barris diários que ainda vigoravam no âmbito dos cortes definidos em 2020.
No final do presente mês, o grupo estará ainda com 3,4 milhões de barris diários de crude por "devolver" ao mercado. Nos termos do acordo de julho do ano passado, que começou a vigorar no mês seguinte, este ritmo de entrada mensal de mais 400.000 barris por dia levará a que os cortes estejam totalmente revertidos no final de setembro de 2022.
Nesta segunda-feira, a OPEP reuniu-se e nomeou o koweitiano Haitham al-Ghais como seu novo secretário-geral – tomando posse a 1 de agosto próximo.
Num relatório técnico a que a Reuters teve acesso no domingo, 2 de janeiro, a OPEP+ relativizou o impacto da variante ómicron do coronavírus no mercado petrolífero, daí que deva manter o seu plano atual quando decidir o plafond de produção de fevereiro.
"Espera-se que o impacto seja ligeiro e de curta duração, uma vez que o mundo está mais bem preparado para gerir a covid-19 e os desafios que daí decorrem", refere o relatório do Comité Técnico Conjunto da OPEP+.
Recorde-se que os Estados Unidos vão recorrer às suas reservas estratégicas de petróleo, numa ação coordenada com mais cinco países. A ideia é conter a valorização do "ouro negro", fazendo baixar o custo dos combustíveis, já que os EUA e outros grandes consumidores dizem que a retoma económica fica em risco.
A decisão foi anunciada em finais de novembro depois de, no início desse mesmo mês, os membros da OPEP+ terem decidido manter o plano de colocar mensalmente no mercado mais 400.000 barris por dia – não dando, assim, ouvidos aos pedidos de países como os EUA e Japão no sentido de abrirem ainda mais as torneiras. Mas, ainda que quisessem atender a esses pedidos, os membros da OPEP+ têm tudo dificuldades em retomar rapidamente a produção anterior aos cortes, já que, devido à pandemia e às metas para a economia verde na transição energética, houve um grande desinvestimento no setor.