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OPEP+ aumenta produção em 500.000 barris por dia a partir de janeiro

Nem manutenção dos atuais níveis de produção, nem entrada de dois mil milhões de barris por dia, como estava inicialmente previsto. A OPEP+ surpreendeu o mercado com um acordo inesperado, numa solução de compromisso entre quem não queria aumentar a oferta no mercado e quem não queria manter as atuais quotas.

03 de Dezembro de 2020 às 17:03
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Os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (o chamado grupo OPEP+) chegaram a um acordo quanto ao nível de oferta a partir de janeiro: vão aumentar a entrada de crude no mercado em meio milhão de barris por dia.

 

A solução surpreende, pois os mercados estavam a antecipar que a a OPEP+ prolongaria, pelo menos por mais três meses, os atuais níveis de corte da produção.

 

A OPEP+ acordou reduzir a oferta em 7,7 milhões de barris por dia entre agosto e dezembro, para depois aliviar esse corte em cerca de dois milhões de barris diários a partir de janeiro de 2021 mas esperava-se que decidisse adiar a entrada de mais crude no mercado.

 

A decisão não foi ainda comunicada oficialmente, mas foi avançada à Reuters e à Bloomberg por delegados da OPEP+.

Apesar de esta entrada de mais matéria-prima a partir de janeiro, os preços do petróleo estão a reagir em alta, já que nas duas últimas sessões perderam terreno devido à ausência de acordo entre as partes.

O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, para entrega em fevereiro avança 0,27% para 45,40 dólares por barril. Antes da notícia, estava a ceder ligeiramente: 0,07%. Já o contrato de fevereiro do Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, soma 0,50% para 48,49 dólares, quando apenas subia 0,15% antes do anúncio da decisão.

 

A reunião desta quinta-feira estava agendada para 1 de dezembro, mas na segunda-feira foi decidido o seu adiamento depois de o encontro entre os 13 membros do cartel e as conversações informais com os seus 10 aliados não terem resultado num entendimento.

No início da reunião de hoje, fontes ligadas às conversações tinham avançado que a Rússia (que não queria adiar a entrada de crude no mercado) e a Arábia Saudita (que era favorável à manutenção do atual nível de produção) tinham posto de lado o plano de deixar tudo na mesma durante mais três meses, podendo então aumentar a oferta, mas "apenas" em 500.000 barris por dia em vez dos dois mil milhões diários anteriormente definidos. Também tinha sido avançado que essa entrada adicional de "ouro negro" poderia acontecer só a partir de fevereiro, durando o atual plafond de produção até maio.

 

A Rússia – que faz parte do grupo de 10 aliados da OPEP – é um dos membros de fora do cartel que se mostra sempre mais reticente a novos cortes da oferta ou adiamentos do aumento de crude no mercado.

 

Em março, foi precisamente devido ao finca-pé entre Riad e Moscovo que não houve acordo quanto às novas quotas de produção – um braço de ferro que levaria o petróleo a afundar em abril, com o crude de referência dos EUA (o West Texas Intermediate) a negociar na casa dos 40 dólares negativos.

 


(notícia atualizada às 17h30)

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