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OPEP acorda aumento de produção em um milhão de barris
Os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) terão chegado a acordo para o aumento de produção em um milhão de barris por dia. Ainda que na realidade a produção deva crescer menos do que isso.
A OPEP chegou a acordo esta sexta-feira, 22 de Junho, para que a produção entre os seus membros aumente em um milhões de barris diários a partir de Julho.
Ainda assim, na prática, o aumento será de perto de 600 mil barris por dia, uma vez que alguns países não têm capacidade para produzir mais, revelou a Reuters, citando uma fonte próxima do processo. Não está ainda, contudo, determinado ao certo qual será o volume a mais no mercado, já que as contas diferem. O Iraque, por exemplo, diz que o incremento estará na ordem dos 770 mil barris diários.
Os membros da OPEP estão reunidos em Viena até sábado e já se previa que fosse anunciado um aumento de produção.
Chegou-se mesmo a falar na possibilidade de os países poderem anular o corte de produção em vigor desde Janeiro de 2017, de 1,8 milhões de barris diários - acordo do qual fazem parte outros grandes produtores de fora do cartel, como a Rússia.
O petróleo esteve todo o dia a reagir em alta, pelo facto de o corte de produção ser inferior ao antecipado, com o barril do Brent, negociado em Londres e referência para Portugal, a subir 3,60% para 75,68 dólares ao final do dia, e o West Texas Intermediate (WTI) a disparar 5,55% para 69,18 dólares.
Apesar de a redução de produção que tem vigorado nos últimos 18 meses ser de 1,8 milhões de barris por dia, os inesperados cortes por parte da Venezuela, Líbia e Angola fizeram com que, efectivamente, a diminuição nos últimos meses ronde os 2,8 milhões de barris diários.
(notícia actualizada às 21:18)
Ou seja, aquele que acabar por ser o incremento real - e que, pelo que se sabe, estará algures entre os 600 mil e os 770 mil barris por dia - acabará por não se revelar suficiente, daí que as cotações estejam também a ganhar terreno.
"Não há muita capacidade adicional no mundo. Se perdermos um milhão de barris por dia da produção da Venezuela e do Irão no quarto trimestre, onde iremos buscar todos esses barris? Os preços altos vão manter-se", considera Gary Ross.