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Petrolíferas animam bolsas com crude a disparar 5,5% nos EUA

Apesar de as tensões comerciais continuarem a suscitar muitos receios, intensificados hoje com as ameaças de Donald Trump às importações de automóveis europeus, as principais bolsas norte-americanas encerraram em alta, sobretudo à conta das cotadas da energia, que negociaram à boleia da forte subida dos preços do petróleo esta sexta-feira.

Reuters
22 de Junho de 2018 às 21:12
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O Dow Jones fechou a somar 0,49% para 24.580,89 pontos. Se hoje não tivesse conseguido chegar a terreno positivo, o índice industria teria marcado a nona sessão consecutiva de perdas, o que não acontece desde 1978.

 

Por seu lado, o Standard & Poor’s 500 avançou 0,19% para 2.754,88 pontos e o índice tecnológico Nasdaq Composite ganhou 0,26%, a valer 7.692,82 pontos.

 

A sustentar estiveram sobretudo as cotadas da energia, com as cotações do crude a dispararem 5,5% para 69,18 dólares por barril em Nova Iorque e a somarem 3,60% em Londres – com o Brent a estabelecer-se nos 75,68 dólares.

 

A Exxon Mobil e a Chevron ganharam mais de 2%, sendo as cotadas que mais impulsionaram o S&P 500.

 

O preço da matéria-prima disparou depois de a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) ter anunciado que chegou a acordo para um aumento da produção na ordem de um milhão de barris por dia – o que, efectivamente, se traduzirá em menos barris diários, já que os membros do cartel não têm capacidade para incrementar a oferta naquela proporção.

 

Além disso, como se espera menos um milhão de barris por dia no mercado a partir do quarto trimestre, à conta das reduções de produção da Venezuela e do Irão, este aumento não irá compensar essa perda.

 

Segundo uma fonte da OPEP citada pela Reuters, este incremento da oferta será efectivado a partir de Julho e abrange os membros do cartel e os seus aliados – como a Rússia – que têm em vigor há um ano e meio um acordo de redução de 1,8 milhões de barris por dia no mercado.

 

Uma vez que os preços do "ouro negro" chegaram a um patamar considerado aceitável, a Arábia Saudita conseguiu levar a melhor e até convencer o céptico Irão de que este aumento da oferta no mercado é desejável.

 

O acordo de corte da produção definido em Outubro de 2016 e que entrou em vigor em Janeiro de 2017 foi delineado numa altura em que a procura em que a oferta excedia claramente a procura.

 

A reunião da OPEP, que está a decorrer em Viena, só termina amanhã. Segundo algumas fontes, uma vez que os membros do cartel não dispõem de suficiente capacidade, o incremento no mercado ascenderá apenas a 600.000 barris por dia, mas o certo é que ainda não sabe qual será efectivamente o volume a menos – o Iraque, por exemplo, fala em 770.000 barris diários.

 

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