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Estados Unidos isentam 8 países das sanções ao Irão que arrancam a 5 de Novembro

As sanções dos Estados Unidos ao Irão vão entrar em vigor na próxima segunda-feira, com o objectivo de reduzir as exportações de petróleo do país a "zero". Mas oito países deverão receber isenções dos EUA, incluindo a China e a Turquia.

Reuters
02 de Novembro de 2018 às 13:17
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Os Estados Unidos vão activar um novo pacote de sanções ao Irão – que implicam o fim das compras de petróleo a este país árabe - a partir da próxima segunda-feira, 5 de Novembro, como forma de "castigar" Teerão pelas violações do acordo nuclear.

Para reduzir as exportações de petróleo do Irão a "zero", como pretende a administração Trump, a maior economia do mundo apelou a um boicote internacional, e promete bloquear o acesso ao sistema bancário e financeiro dos Estados Unidos a qualquer país que desrespeite esta imposição de acabar com as compras a Teerão.

Contudo, há excepções: de acordo com uma fonte da administração Trump, citada pela Bloomberg, os Estados Unidos concordaram em isentar oito países desta obrigação.

Entre eles estará a China, o maior importador mundial de petróleo iraniano, e a Turquia, que no ano passado comprou a Teerão mais de um quarto das suas importações médias diárias de 830 mil barris de crude. A lista dos oitos países só deverá ser conhecida na segunda-feira, quando arrancarem as sanções.

As isenções não significam, contudo, que estes países podem continuar a comprar petróleo ao Irão como fizeram até agora. Não só são temporárias, como implicam uma redução gradual das compras nos meses seguintes, para evitar um possível choque no mercado. Apesar de os Estados Unidos quererem impor um corte radical nas receitas do governo iraniano, precisam de garantir que o mercado continua bem abastecido e que os preços não vão escalar de um momento para o outro, o que, entre outras coisas, seria politicamente prejudicial, sobretudo às portas das eleições intercalares.

Estados Unidos já reduziram compras quase a metade

As sanções dos Estados Unidos ao Irão já tinham sido colocadas anteriormente, mas foram retiradas no verão de 2015, no mandato de Barack Obama, quando Teerão celebrou um acordo nuclear com as maiores potências mundiais, incluindo os Estados Unidos, comprometendo-se a colocar limitações ao seu programa nuclear.

Contudo, quase três anos depois, em Maio deste ano, Trump considerou esse acordo insuficiente e decidiu retirar os EUA, condenando as "actividades malignas" de Teerão e endurecendo a sua posição face àquele país.

A retirada da maior economia do mundo implicou a reactivação de sanções – este novo pacote que só entra em vigor na próxima segunda-feira – mas desde então, os Estados Unidos já reduziram fortemente as suas compras.

Segundo estimativas dos Estados Unidos, em menos de seis meses, o país já cortou as suas importações de Teerão de 2,7 milhões de barris por mês para 1,6 milhões, o que é simbolicamente relevante para Trump, já que Obama demorou três anos a retirar 1,2 milhões de barris de petróleo iraniano do mercado, e em cooperação com a União Europeia e outros países, antes do acordo de 2015.

A decisão da administração Trump de garantir isenções a oito países também marca uma diferença face ao governo de Obama, que assegurou esse regime a 20 países ao longo de três anos. Durante essa ronda de sanções, as nações incluídas nesta lista deviam cortar as importações em cerca de 20% durante cada período de revisão de 180 dias, para obter uma nova isenção.  

Irão diz que sanções são "inúteis". EUA confiantes nos efeitos

 

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Mohammad Javad Zarif, admitiu esta terça-feira que as sanções vão afectar economicamente o país, mas acrescentou que não vão mudar as políticas iranianas, considerando-as "inúteis e fúteis", em declarações a um programa da estação de televisão norte-americana CBS.

 

"Os Estados Unidos estão viciados em sanções e acreditam que elas são uma panaceia que resolve todos os problemas. Não resolvem. Na realidade, magoam pessoas e, enquanto governo, temos a obrigação de minimizar o seu impacto. Mas as sanções nunca mudarão as políticas", afirmou o responsável da diplomacia de Teerão.

 

Já os Estados Unidos estão confiantes nos efeitos das sanções, nomeadamente ao nível da capacidade de Teerão em financiar o terrorismo na região.

 

"Estamos bastante confiantes de que as acções que estão a ser tomadas nos vão ajudar a exercer pressão máxima sobre o regime iraniano", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Robert Palladino, num comunicado esta quinta-feira. "Este grande patrocinador estatal do terrorismo vai ver as receitas cortadas de forma significativa, privando-o da sua capacidade de financiar o terrorismo em toda a região".

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